segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Opção "a"

Ri comigo!
Se você parar 4 minutos
pra perceber
quão contraditório é a vida
você não vai se controlar
e vai rir até a bexiga inchar.
Vai acabar no banheiro
com muita coisa louca pra urinar.
E nada vai fazer sentido algum
quando esse tempo acabar.
Vem e ri comigo!
Essa vida é muito breve
pra você escolher
"sentar e chorar".

Sem morada

Essa é a terceira vez que esboço linhas aqui. É porque elas simplesmente não saem, não cabem nesse espaço branco de papel. Como nada tem cabido. Eu não faço mais parte disso aqui, esse não é meu lugar e talvez eu não tenha um. E eu to feliz sem um lugar, sem morada. Talvez eu não precise de tudo que vocês precisam. E eu realmente só quero deixar meu cartão de visita e partir em 10 minutos. Um beijo de boa sorte, talvez. Nada além disso. Eu só vim tirar um cochilo a tarde ao som dos pássaros que não tem por lá. Finjam que eu nem estou aqui: é passagem. E eu só quero a minha de volta pra lugar nenhum.

sábado, 7 de dezembro de 2013

Nada mudou...

Hoje eu fui à praia e me sentei naquele cantinho entre as árvores onde costumávamos sentar. Era de manhã e quase ninguém podia me ver, o sol parecia que acordava mais cedo pra me fazer companhia. Engraçado... me peguei dividindo a sombra com você, mesmo que você não estivesse ali do meu lado. E sorri, me lembrando de quando reclamava por eu ser espaçoso demais. E senti suas mãos às minhas, e seu cheiro foi o único que eu conseguia respirar. E, então, consegui sentir você do meu lado, quando o vento trouxe seu olhar, bem devagar. E eu tentei segui-lo... em vão. 
E percebi que passarão terças, quintas, sábados, verões, outonos... passarão as mais longas primaveras. E meu amor não será passageiro, nossa árvore não morrerá, o sol nascerá mais cedo, o mar fará silêncio e eu sentirei você aqui do meu lado, até que nossa saudade morra por dois instantes e alguns beijos. E nossa estrada nos dividirá, de novo, e eu sempre voltarei à praia...
até meu mundo acabar. 
 

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Together

"Eu viajei no tempo só por você
e me perdi, no final, quando encontrei seu olhar.
Nossos destinos desenhando espirais,
eu entendi o sinal pelo seu jeito de rir pra mim"


Olha minha vida voltando pra 2010.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Essas gentes, essas indas e vindas...

Fã que sou das belezas do dia-a-dia, dos fragmentos de vida no cinza do cotidiano, das singelezas das atitudes despercebidas pintando cores, creio que estou ficando até meio bobo: de repente minha vida virou só poesia. E isso é culpa dessas gentes, que não deixam de ser bonitas nunca...

É muito comum ouvir amigos meus reclamando das rodoviárias, de sua falta de conforto, seus auto-falantes, cheiro de asfalto, grande fluxo de pessoas, pressa, banheiro. Eu mesmo, quantas vezes, me pego maldizendo isso tudo. E reclamo à toa, na hipocrisia, porque na mais pura verdade posso afirmar que eu gosto de rodoviárias. E gosto do tempo ócio entre um ônibus e outro... período tão vivido nessa minha mania de ir do mar à serra, com tanta frequência.
Verdade é que eu gosto do aparente desconforto, do cheiro de ar condicionado misturado em gente, do fluxo das pessoas. Mas gosto mais da poesia que gera aquilo tudo. Eu gosto de sentar ali no canto e, imperceptível, criar histórias das indas e vindas das pessoas que passam em suas pressas, suas corridas, seus fones de ouvido, suas mãos dadas.

O homem inventou um lugar pra não ser lugar nenhum em que todos os encontros e desencontros pudessem ser feito ao mesmo tempo, por muitas pessoas diferentes, que na maioria das vezes não interagem entre si. Se tornou um coletivo de poesias individuais, de histórias que não se cruzam, mas perfumam esse pobre garoto observador.
Vou sentindo o cheiro das saudades dos que ali passam, das coragens que os impulsionam a passar, das despedidas pra nunca mais, das indas e vindas diárias, das risadas da viagem em grupo, do casal que se beija já saudoso, dos velhinhos e seus cachorros nas gaiolinhas, das crianças que, como eu, se divertem nesse espaço-poema.
Talvez rodoviária seja a metáfora do meu amor. Um lugar poesia, que as vezes não se dá muita atenção, mas se enfeita de despedidas, encontros e coragem (ou a falta de). Ou talvez eu esteja afetado demais por essas belezas. E isso é culpa dessas gentes, que não deixam de ser bonitas nunca...  

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Na onda das curiosidades/confissões

1 - Não dava pra começar de outro jeito: eu detesto gente que grita. Se você grita com frequência, eu te detesto na mesma frequência.
2 - Eu tenho um ritual pra acordar: assim que levanto da cama, vou até a lavanderia, olho pra ela e volto pro quarto - aí começa o dia.
3 - Sempre sento na poltrona 21 do ônibus. E viajo com frequência. Se ela está ocupada, sento na 25 ou na 17. Se não, viajo com os olhos estatelados pra que caso um acidente ocorra, eu esteja acordado.
4 - Eu uso cinto de segurança no ônibus, e acho um absurdo circulares não terem.
5 - Apesar de aparência de metido, tenho consideráveis questões sobre minha autoestima.
6 - Nunca assisti nenhum Harry Potter, nem li. Nem Senhor dos Anéis, nem saga Crepúsculo, nem todas essas modas. E não tenho vontade. E sou julgado por isso.
7 - Eu tenho enorme dificuldades em me relacionar com pessoas que insistem em ficar em cima do muro.
8 - Me imagino com frequência dando uma entrevista pro Jô.
9 - Já faz mais de um ano que eu planejo comprar um cartucho pra minha impressora.
10 - Eu gosto de arroz com salsicha. Como toda semana, as vezes mais de uma vez.
11 - Choro de saudade antes de dormir, com frequência.
12 - Gosto de contar a minha vida inteira, mas quase nunca falo de sentimentos de paixão/amor.
13 - Eu sou um excelente amigo porque tenho excelentes amigos. E isso é um dos meus maiores orgulhos.
14 - Sou apaixonado por coisas inanimadas: como postes, calçadas, cadeiras, cadernos. Dificilmente desapaixono.
15 - Completamente controlador, só faço merda em estado alterado. Daí eu capricho.
16 - Gosto de cozinhar pra mim porque aprendi com a vida que se tenho companhia o arroz fica grudento.
17 - Ensaio praticamente todas as minhas conversas comigo mesmo.
18 - Eu sou completamente apaixonado por aquilo que eu faço. E dizem que meu signo justifica minha grandiosa ambição.
19 - Um dos meus maiores planos na vida é casar e ter filhos e ser um pai maravilhoso. Mas não me sinto preparado pra ter filha mulher.
20 - Ciúmes doentio, de amigos principalmente. Acredito que eles não tem que fazer novos amigos porque eu já sou o suficiente.
21 - Gosto de sertanejo e pagode. Me identifico com quase toda música que eu tenho no meu ipod.
22 - Não tenho dificuldades pra fazer nem falar de cocô. Faço em qualquer lugar que dê pra sentar, mais de três vezes por dia. Não preciso de silêncio, nem de livros nem ao menos de muito tempo. Chegou, cagou, partiu.
23 - Melosamente romântico, e eu sou otimista. Chega a ser engraçado o nível.
24 - Se você gosta de reclamar, eu gosto de reclamar do tanto que você reclama então pare de reclamar porque eu odeio ter que reclamar de gente que reclama.
25 - Tenho facilidade em ter amigas mulheres. Gosto da sensibilidade, do carinho, da língua afiada. Mas não sou gay, sério, eu gosto delas de todas as formas possíveis.
26 - Admiração é a base de todas as minhas relações. Se eu não te admiro, sinal que eu não me dou com você.
27 - Tenho medo absurdo de ficar gordo, e tenho preconceito com quem engorda sem parar.
28 - Eu realmente me importo com o que os outros pensam de mim. E acho hipocrisia quem defende o contrário.
29 - Tenho vários núcleos de amigos e, ironicamente, muitos dos grupos não se gostam entre si. O que é bastante complicado pra se comemorar aniversário.
30 - Eu nego que ainda estou apaixonado por certo alguém que nunca saiu direito da minha vida.


terça-feira, 26 de novembro de 2013

"Coragem para aceitar alguém de volta. 
Coragem para perdoar o erro e a fraqueza.
Coragem para assumir o que o coração anseia, apesar da aparência e dos outros.
Coragem é reconhecer o medo e seguir adiante mesmo assim."

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Minha Humanidade

E eu acabei voltando, mas com outro tom de texto, outro jeito de olhar essa minha madrugada.
Passei só pra aconselhar a vocês, meus caros, a, se vocês assim puderem, cursarem psicologia em algum momento da vida de vocês. Vai ser doído, pode ter certeza. Você vai ganhar outros olhos... vários óculos com diversas lentes diferentes. Umas palavras bonitas, outras tão feias... Mas, acima de tudo, vai se perder e se extasiar no rio que é a sua humanidade. Que é você ser humano, no mais intenso que a palavra "ser" e a palavra "humano" consiga significar pra você. E vai mexer, mudar, transformar, fazer festa, velório, fuga, acampamento tudo aí dentro de você. Em cada texto lido, em cada aula assistida, em cada relação vivida, revivida. Seja ela nova, seja ela antes naturalizada. Tudo muda, tudo ganha nova cor, novos cheiros, lágrimas, sorrisos, saudades, consciência, perda de consciência na imensidão de ser gente.
Parece que não tem palavra, não tem metáfora que defina a paixão que se permitir atravessar pela psicologia, e amar ser gente. Amar com todas as forças desse mundo e desse além mundo.
Cara, é isso, era isso que tinha que ser pra mim. Eu amo demais ser esse-aí-sendo nesse mundo. E parece que vai ser cada vez mais lindo. 
Obrigadoo!

Crônica do passa-tempo

Estou aqui, como de costume, sentado à mesa da sala com alguns aglomerados de folhas, textos e anotações de uma matéria, praticamente, obscura para mim. Por ser mais de meia-noite, cabe ao leitor perceber que há uma força maior que adestra meu corpo e molda minha tão redonda bunda à essa árvore (tão viva) que se faz morta e estruturada nessa cadeira: a prova que terei amanhã.
Também fazendo jus à minha rotina pré-avaliações, meu tão companheiro computador ilumina minha cara e faz a internet (esse vasto mundo de possibilidades) parecer incrivelmente atrativa e interessante como todos os dias não-pré-prova se recusaram a ser. Sim, incluem-se sábados e domingos de absoluto tédio e falta de companhia que não proporcionaram nenhum afago de interesse nesse que vos escreve.
Como estou aqui fazendo pirraça aos meus estudos, minha criatividade-inútil acaba de dominar este cérebro preguiçoso e, então, pensamentos inúmeros e aleatórios me tomam por minutos, dentre eles o de escrever esta crônica para esse blog. Blog este que não tem passado de algo meloso e melodramático. Talvez um pouco de dia-a-dia seja interessante (o uso da palavra interessante denuncia que escrevo sem pensar, pois nada há de interessante nessas minhas enrolações).
Nesse dia da consciência negra tudo que fiz foi::::::::::::::: nada. Aproveitei o feriado e não fiz absolutamente nada de útil, nem sequer honrar de alguma forma (com escrita, pensamento, reflexão) os que nomeiam esse dia que tornou-se inércia, pra mim. Nem ao menos ir à praia ali na esquina que me faz privilegiado e motivo de inveja daqueles que estão a trabalhar, ou me justificar na máxima: "pelo menos eu me diverti, e a vida passa tão depressa". Aqui nas minhas divagações inúteis meu superego tenta em vão me culpar por ter tido o dia todo para ler esses textos e não o ter feito. Em vão, porque meu superego, ultimamente, tem sido muito falho. Coitado, não tem dado conta de nada.
Nesse embalo que me ocupa, já jantei duas vezes. Pensei que não devia ter feito porque voltei pra casa nesse fim de semana e tudo que ouvi nos quatro dias de visita foi que engordei. E ouvi não dizendo para mim, mas de mim, o que quer dizer que a situação pode ser mais séria do que parece. Mas como já dito, superego está falho: dois generosos pratos de um frango ao requeijão de dar causa à minha barriga saliente.
Pensei também que vou escrever um texto que já tenho pré-elaborado e enviar para um site que eu gosto pra ver se eles publicam. Mas não escrevi esse texto agora porque será de uma situação que eu ainda vou viver, e apesar de já ter a pre-meditado, a vida é cheia de suas surpresas e prefiro que elas acalorem o texto. Mesmo porque vai que não acontece e o texto é publicado mesmo assim, não vou gostar da sensação de escrever ficção e as pessoas tratarem como realidade e eu ficar refém do não-vivido. Esperarei.
Foi daí que tive a ideia de escrever sobre o fato de esperar para escrever. Mas daí decidi que não porque estou com a sensação de que vai ficar meio meloso e, como já sabemos todos, a ideia é sair dessa prateleira da melancolia do blog.
Voltei a cozinha pra deixar meu prato e decidi que meu próximo intervalo de estudos (esse já dura mais que o estudo em si) será lavar a louça, e caminhando nessa ideia pensei que devíamos fazer outra tabela para lavar o banheiro, porque está confuso a forma que está. Mas enfim, ninguém em casa pra que eu compartilhe dessa ideia.
O que me levou a pensar que eu recusei de ir aos bar com meus amigos (estes mesmos que terão prova assim como eu amanhã) e passei o tempo todo aqui nesse computador, sem estudar como eles. Isso seria ruim se eu estivesse arrependido, mas não estou, porque realmente foi bastante legal esse momento de internet, li bons textos, bons poemas... conheci novos anônimos escritores do dia-a-dia que, de alguma forma passarão a me inspirar. Se é que já não o fazem nessas linhas tortas que costuro agora.
Enfim, não há nada a que se escrever por aqui. Preciso começar meu segundo round de estudos para que eu não me ferre profundamente amanhã. Provavelmente, voltarei, no próximo intervalo, mas prefiro me despedir num instinto de auto-fé de que o foco será meu novo melhor amigo. 
Ah,"novo melhor amigo", lembrei que tenho que escrever sobre isso também...

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Minas de ouro...

Eu ensaiei tirar algumas fotos de alguns momentos do meu dia hoje pra poder dividir com as pessoas. Não que tenha acontecido alguma coisa diferente, só especial mesmo: especial do cotidiano. Fato é que eu reclamo, prometo me mudar daqui, troco as montanhas do quintal pelo mar na próxima esquina, digo que não nasci pra viver nesta cidade... mas digo tudo admitindo que é sempre bom voltar pro ninho. E simplesmente porque é. A saudade de onde o tempo não parou bate forte e eu volto admirando a mais nova novidade que é o vizinho ter trocado a cor do portão. No mais, tudo continua na alegria e simplicidade de sempre. Legal é que o destino me deu um ônibus que me permite voltar sempre enquanto todo mundo dorme e, na minha curta noite, eu amanheço como todo mundo, como se eu sempre estivesse aqui.
Ontem eu cheguei e todo mundo em casa já dormia, não vi ninguém. Na companhia da televisão da cozinha eu jantei a comida mineira que minha mãe deixou sobre a mesa. Minha cama estava arrumada (poucas as pessoas sabem o valor que isso tem depois de alguns meses fora de casa).
De manhã, minha irmã me acordou pedindo dinheiro. Minha mãe logo passou avisando pra não esquecer de deixar o almoço pronto pro meu irmão. Tudo com a naturalidade do dia-a-dia, como se eu nunca tivesse saído de casa. Escolhi o cardápio da janta, e fui ao supermercado. Enquanto eu atravessava a rua minha tia parou o carro, ali no meio, pra dizer que eu to cada vez mais bonito. Ninguém implicou com ela parando o trânsito, porque não tinha trânsito. Aqui não tem buzina, passarinho é dono do palco. Fizemos a comida juntos, com todos cozinhando e cabendo nela. Aqui não tem apertamento. Minha outra tia chegou trazendo leite direto da vaca, fez as contas e disse que sobrou seis litros pro bezerro: tá de bom tamanho. Também disse que eu estou bonito (eu tô gostando disso).
Vimos a novela, jogamos travesseiro um no outro, chamamos com o Shhiiiiiu na hora da cena importante. Aqui tem conversa com tv ligada, aqui não tem solidão. Cada um no seu tempinho, arrumou as coisas pra se deitar... amanha é outro dia colorido. E eu sobrei aqui, com meu virado doce de banana, comendo na colher, frente à essa tela de computador, sorrindo baixinho a alegria que é pertencer a um lugar. E nascerá colorido o sol na montanha que dá pra ver da janela do quarto: Minas Gerais é uma amostra grátis do céu.

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

"Aprendi que não adianta você tentar amar certinho logo de cara. Tem que amar errado mesmo. Assim meio desajeitado. Assim desconcertado. É amando desse jeito esquisito que aos poucos você vai aprumando o passo. E o laço. E o compasso. E o abraço.
Dizem por aí que ninguém aprende nada com os erros alheios. É que cada um tem seu jeito de amar. Por mais que você ouça os conselhos mais bem intencionados, leia as mais românticas histórias já inventadas, consuma todo o conteúdo desse blog apaixonado, ouça música sertaneja no último volume com um pote de sorvete nos braços ou assista muita novela mexicana reprisada, nada adianta se você não treinar. Entende de uma vez por todas: é amando que se aprende a amar.
(...)
Então ama. Ama, porque sempre vale a pena. Chama de amor mesmo. É curtinho. É bonito. É sonoro. Não precisa dar rótulo, nome, sobrenome, registrar nem reconhecer firma. Só ama. Uma hora, depois de tanto treinar, do mesmo jeito que você aprendeu a andar, vai aparecer aquela outra perna disposta a te acompanhar que caminha no mesmíssimo ritmo que a sua. Vocês vão cair, vão tropeçar, vão levantar. Vão se coordenar, vão se organizar, vão caminhar. Vocês vão, enfim, se amar." 
(COSTA, E.)
.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Mine

When i push the sheetes away from your face
and watch you sleep all day here.
And when I push you away and say
"You simply can not stay here"
Its all love, all love, its all of my stupid love

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Ganhar ou perder, sem engano

E o tempo passa arrastado:
é falta de estar ao seu lado...
Vai Cazuza, diz por mim
o que a minha língua pobre,
orgulhosa,
não consegue pronunciar.
Você, também, mar...
dá um banho na alma
que insisto em manter empoeirada.
Ah, seja infinito
tal como minha saudade,
me abraça e
marina-me.


segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Formato

Quando se deixa pra lá
aquilo que ameaça,
aquilo que estremece,
aquele velho eu.
E se encara a beleza
e a frieza da montanha russa
que é viver aqui dentro de mim.
Um brinde.
Talvez, dois.
Ou infinitos, até..
que não se tenha mais fôlego,
equilíbrio
de tanto celebrar.

Nada é mais exaltante
do que embriagar-se de si.

Vai nessa...

Eu ainda escrevo e apago inúmeras vezes as palavras que, de tão simples, não sabem dizer direito o que tem sido a nuvem de coração que carrego comigo. Sei que virou nuvem do algodão doce que você um dia me ofereceu, lembra? Naquela tarde que você me disse, engolindo devagar e tímida: "Lindo". Sei que se não fosse Deus bancando o escritor... nada desse meu sorriso de saudade seria possível. Sei que você me lembrou que eu existo, algumas vezes. Sei do tamanho do encanto que você me despertou, aquele tão adormecido... Sei do tamanho dos meus olhos quando você teclava a música que eu compus. Disso tudo eu sei bem: do afeto, do carinho, das incertezas certas, dos olhos grandes, do pé na catedral, do beijo... tão seu, nosso, um. Disso tudo eu sei. Só não sei direito quem sou eu depois disso, mas sou melhor. Sou nós.
Sei também que, de tão confuso, jamais poderia dizer "não" quando você me perguntou a opinião. Ninguém teria o direito, muito menos eu. Como eu fico? Com o coração embrulhado pra presente, torcendo pra que você seja feliz, que continue vivendo a música, que seja tímida desse jeito que encanta, que saiba o que quer. Que conquiste, e cresça, e seja cada vez mais super abundante em você. Cruze o oceano, pense em outra língua, seja nova de novo.
Eu me viro aqui. Se vire aí também... sejamos feliz, por nós. Até um dia.

domingo, 6 de outubro de 2013

Out

"Quem já conseguiu dominar o amor?
Por que é que o mar não se apaixona por uma lagoa?
Porque a gente nunca sabe de quem vai gostar..."

sábado, 5 de outubro de 2013

Cola de maresia

Eu me calo. Insisto em não passar pras palavras o sentimento tão nuvem.
É que tem coisas que você precisa fazer sozinho, como esperar as nuvens passarem e o sol nascer na praia.
Você precisa ver o nascer-do-sol sozinho, pelo menos uma vez.
Que é pra lembrar que você tem uma vida só sua, com gosto de mar na boca.
E eu penso nas ondas incessantes desse mar... e lembro que gosto dele.
Eu sinto o amor como areia grudada nas pernas. Eu sou feito pra caber no mar.
E, a cada dia, me certifico que isso nunca vai ter fim.

domingo, 29 de setembro de 2013

Das constatações dos últimos dias

Não se planeja certas vidas.
Não se deve ater aos conhecidos.
Não concorde sempre, muito pelo contrário.
Não diga que sente o mesmo, se você não tem a menor ideia do assunto abordado.
Não seja tão duro consigo mesmo.
Perdoe.
Fale, sempre que possível.
O tempo é senhor do vento, e o vento geralmente varre.
Ah,
Somente cinco pontos fazem uma estrela. Pelo menos das que brilham.

sábado, 28 de setembro de 2013

Híbrido-amor

Assumo: eu sou um cara muito estranho. Daquele jeito que você pensa que só existe nas caricaturas. Que não sabe falar certo, e geralmente faz na hora errada. Que se arrepende das coisas antes de começar, que quando faz, exagera. Que se perde no raciocínio. Eu sou daqueles caras que age com a cabeça, mas quando deixa ela de lado, transborda coração: e faz um sujeira de tanto insistir. Eu sou um cara estranho pela única e exclusiva culpa do amor... que de tão estranho como eu, fez morada por aqui. E alcançou as partes sãs do meu corpo, misturando-se, irremediavelmente. Agora sou híbrido amor. Não restou nada além disso. Só restou amor. Ops, restou só o amor. E parece que basta.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Diga que não sou

Se perguntarem de mim, diga que vivo. Diga a eles que cresci, não sou mais o mesmo. Diga que eu não sou mais o mesmo: repita isso para que eles guardem. Diga que irão precisar me conhecer todos os dias, e todos os dias me reconhecerão, porque a vida vem num tufão... que se perde de areia tanta dentro do coração. Diga, também, que fico bom tempo sozinho, e não por falta de amigos, mas porque me sou um deles. Diga que continuo a falar sozinho, e também, a chorar sozinho. Diga que minhas piadas não mudaram, e que ainda riem delas. Diga, também, que permaneço romântico incurável, mas que o amor mudou de sentido pra mim. Diga que sou calejado, mas também livre. Diga que não sou mais o mesmo: sempre repita isso. Discorra das mudanças. Diga que ainda sinto minhas mãos na sua cintura e as outras no seu cabelo quando o nosso beijo calava o mundo. Eu ainda sinto. Mas diga que não sou mais o mesmo. Fale que continuo ciumento incurável, e que repudio ouvir aquilo que se presta a tentar me agradar. Diga que adoro ser contrariado e, por isso, não sou mais o mesmo. Diga que encontrei aqueles que durarão até que eu morra. Diga que sou completo, e tanto ser completo, incompleto me faço. Diga das saudades que se amarram nos meus pés e compõe os meus caminhos. Diga que ensaio conversas sérias andando pela rua na madrugada. Ah, avise que agora eu escrevo pra me libertar. E peça pra que não leia. Por favor, se for preciso diga. Diga que vivo. E que cresci. Eu cresci. Mas diga, só se perguntarem... se não, viva. E cresça. E nunca seja mais o mesmo. 

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

travesseiro

o choro quer dizer
que simplesmente
não se tem a dizer
nada sobre o choro.
que o mundo é composto.
e você um fragmento,
fragmento composto.

domingo, 15 de setembro de 2013

Meia vida

Às vezes eu sinto que amarrei meus próprios pés num nó tão cego que de, tanto olhar pra ele, cego me tornei. E sinto que sou completamente incapaz de desatar o nó. Logo eu, que sou tão capaz de tantas coisas... logo eu. Como que num reflexo, quem tenta desatar o nó dos meus pés o faz em vão, porque não deixo, corro, me escondo. E vou andando sozinho com os pés amarrados. E vou deixando meu coração na estrada, aos pedaços. Seguindo meu caminho, com meio coração... ou quase nenhum. É um caminho solitário, sem passos largos pra não cair, sem o coração pra sentir e com uma vontade imensa de ver de novo. Talvez haja um belo pôr-do-sol nesse caminho. Mas esse meio garoto não consegue ver. Talvez seja melhor sentar e esperar que a noite logo vem, e a noite é amiga da solidão. A noite é triste pro garoto sem coração.

sábado, 7 de setembro de 2013

Eu perdi

Fiz pra ele um altar,
altar bem particular.
Algumas orações, preces...
belos elogios:
irreparáveis
impecáveis
inexplicáveis.
Numa gaveta com cheiro bom
guardei
à duas voltas de chave.
E, fui vivendo.
Deu saudade e não encontro
a chave pra lhe entregar
mostrar
declarar
o meu tesouro,
meu amor.

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Um piscar

Permaneço inerte, anestesiado.
Nada parece, de fato, me encontrar.
Nem eu, nos meus mais árduos esforços, consigo.
Portanto, deito.
Raramente, mudo de posição.
Muito menos, de pensamento.
Talvez eu não saiba mais o que é um pensamento.
As telas me consomem...
suas histórias, suas vidas, seus dramas.
Vou vivendo
sem viver.
Vou me escondendo
até quando der.
Dói. E, talvez, eu não saiba onde.
Lembro-me de dizer que seria difícil.
Difícil está sendo..
você só não pode desistir.

Anestesia

Sinônimo de férias.

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Fiz um mapa pra você

Siga em frente.
Vire a esquina:
Primeira à direta,
ande mais um pouco:
cinco quarteirões.
Segunda à esquerda:
dessa vez ande um,
e depois a esquerda, 
novamente.
São dez novas esquinas
e depois, vire,
já não importa o lado.
Siga em frente.
Vire a esquina.
Redobre todas as esquinas
e não olhe pra trás.
Não.
Vire outra esquina.
Pegue a estrada,
Faça uma esquina na estrada.
E outra.
E não volte.
E não se lembre.
E, se quiser voltar,
se, ainda, souber o caminho e,
ainda, não se perder:
recue.
E se ainda vier,
lembre-se: 
eu virei a esquina.
E algumas outras.
Muitas outras:
direitas e esquerdas.
Estou em um campo,
algum lugar chamado amor,
onde você nunca esteve.
E não estará.
Vire a esquina
e siga. 
Por favor: siga em frente.

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Túnel

Arrisco.
Exponho.
Confesso.
Arrependo-me.
Perdoo-te.
Choro.
Abraço:
"Eu amo você".
E agradeço, por fim.
São pessoas,
lindas, estranhas, inteligentes
que aparecem na nossa vida
pra provar que somos bons
e somos maus, imaturos.
Mas são pessoas pra vida inteira.
Tem gente que faz a gente feliz.

domingo, 18 de agosto de 2013

Dos indas e vindas...

Tudo que se passa na minha cabeça agora é que eu gostaria de estar onde não estou, gostaria de estar fazendo o que não estou, gostaria de estar convivendo com quem não estou, gostaria de ser quem eu não sou. Ah, não parece estar pedindo muito, parece? Eu só queria me sentir pertencendo a algum lugar.

É uma bela de uma merda crescer

Dormi cedo e acordei assustado: ainda nem era madrugada. Parece que foi a saudade que me acordou. Apertou o coração, a alma. Senti primeiro a dor e depois a revolta. Revolta contra o tempo, o destino, as estradas, os caminhos que cada vez mais nos levam pra longe das pessoas. Malditos quilômetros! E bate aquela falta que parece que o coração até pulsa mais devagar. Os músculos cardíacos doem pra se contrair. Aquele que disse que seus melhores amigos, seus melhores anos seriam nos tempos de colégio é que estava certo. Que falta fazem os sorrisos, os cafunés, as brigas pelos cantinhos de sol nos bancos do pátio do colégio em manhãs frias de inverno. Que falta fazem os planos que fizemos juntos, pra nossas vidas, profissões, casamentos, viagens. Que falta fazem as promessas que o dia-a-dia não nos deixa cumprir, de que jamais deixaríamos de nos falar. Que saudade tenho das singularidades das pessoas, que saudade! A cada dia parece que o tempo bate a porta mostrando que estamos adultos. Eu não quero ser adulto. E estamos todos nós, cada um em seu canto, com suas faculdades quase concluídas, com novas vidas e responsabilidades. Falta o tempo das conversas nas madrugadas, das noites viradas, das festas, bares... Falta tanto. Parece que o tempo serve pra nos deixar incompletos. Pra nos mostrar que existem mais despedidas do que novos encontros na vida. É uma bela de uma merda crescer.

domingo, 11 de agosto de 2013

Ele era um aspirante a poeta
Ela era a inspiração
E pra ela qualquer coisa nele despertava uma canção
Ele que sempre buscava em tudo um porque
Com ela bastava estar, sentir e viver
https://www.youtube.com/watch?v=Cwf6H7Vfczk

Saudade

Eu só queria ter um espaço pra gritar tudo isso.
Gritar.

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Beijo

Com  um pé encostado
na beira gelada da catedral
espero seu sorriso.
Vejo a passar ali
alguns estranhos,
outros desconhecidos.
Até que se colore a vista,
se ilumina a noite
e seus olhos brilham.
Faz-se uma estrela no meu céu particular.
Saem palavras lentas,
tortas, inventadas...
Saem estranhas frases
desconexas, atropeladas.
E você, cheia de certeza,
me cala com um beijo.
E de repente eu sou teu
num piscar de olhos.
Até nem parece eu...
parece nós.
"Insistir por você vale a pena, e é o que eu mais quero, então vou sempre sorrir pra você, esperando o que for."

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Indo nessa...

"Não há como acalmar o coração senão vivendo." E são das palavras do poeta querido que descrevo o que passo, o que sinto. O que vem a mim e o que me atravessa. O que vem pra mim e me abraça.

Quando eu olho pra tudo que temos passado, meus olhos arregalam. Saem para fora, quase. Assustados. Porque em diversas vezes eu não consigo me reconhecer. Eu não consigo me ver em mim, quando em ti quero ser. Eu estou me vendo moldado, como que um vaso, dia a dia pelas suas mãos doces que me tocam a alma sem que eu perceba. Pelos teus braços que me cercam dizendo 'sim'.
Quando eu olho pros teus olhos eu quero correr. Porque cresce em mim o medo de não suportar tanta beleza que você traz no bolso, sem nem perceber. Quando o brilho dos seus olhos me alcança, ele me constrange ao ponto de não poder olhar pra ti. Porque eu sou tão pequeno perto da sua certeza. Porque eu sou tão tolo perto da sua beleza. Porque eu sou tão feio perto da sua coragem.
Ao passo que, apesar de tudo me puxar pra trás, algo me atrai em ti. E eu não sei como se chama isso, só sei que nunca senti. Sinto encanto por você ser tão melhor que eu. Por sorrir tímida quando eu despenco problemas fúteis. Por armar covinhas na bochecha quando eu digo que tenho medo. Por ser tão grande coração livre, que se arrisca na felicidade de um encontro bom. Por me olhar no fundo dos olhos e me roubar um beijo. Por não pensar duas, três, quatro vezes. Por pegar na minha mão e me guiar. Por não ter vergonha de tentar ser feliz. Por ser linda o bastante pra mostrar pra quem quer que seja que está feliz. Por ser assim, toda livre. Por não pedir licença, não fechar a porta. Por ser tudo isso que eu não tenho sido, mas ser o suficiente pra sermos dois, pra sermos nós.
E eu vou cedendo, encantado por ti...

sábado, 27 de julho de 2013

eu queria poder carregar o mundo pesado pra você.
mudar o destino, fazer nova história pra ver você sorrir.
I'll be there for you when the rain starts to pour...

terça-feira, 23 de julho de 2013

Pra você...

Oi.
Hoje eu passei o dia todo à toa, sabe? Planejei ontem que ia acordar cedo, ir à academia e depois à aula. Mas não acordei, acabei abrindo os olhos às 11h da manhã. Almocei e sentei no sofá do qual estava até agora pouco. Agora me enrolo no cobertor aqui e parei pra pensar... se eu penso, logo, eu escrevo né. Eu li a sua mensagem com um sorriso no rosto, assim, atravessado, tomando toda a minha cara. Comecei a escrever pra responder e desisti. Queria que o afeto ficasse pra mim daquele jeitinho mesmo... sem que houvesse outra conversa que me desviasse da mensagem mais linda que eu recebi nesses últimos tempos (e que tempos).
E então pensei, como você mesmo disse, no quanto tudo tá dando certo. Assim, mais do eu esperava. Eu sei que eu sou meio louco e muitas vezes eu sumo. E não te respondo ou coisas do tipo. Eu sei também do quanto eu não correspondo àquilo que eu acredito que você espera de mim.
Mas uma coisa, hoje, eu posso te dizer sem medo: eu estou encantado por você. Assim, por tudo que você faz e tem feito a mim. Pelo jeito que você insiste, pelo jeito que vc fala comigo, pelas palavras que você usa, pelas músicas que você toca,  pelo modo que você acredita em mim. E com o passar do tempo, cada vez mais eu me desarmo. Cada vez cai as minhas defesas pra ti e eu vou mostrando, pouco a pouco, o monte de eu que existe em mim. E eu sinto você abraçando todos eles... eu sinto você beijando alguns deles. E eu posso dizer que você tem trazido cor à minha vida. E eu tenho te sentido na pele, e me sentido na pele. E pele com pele não costuma dar errado.
Tudo está sendo melhor do que eu esperava.

De você...

"E quando menos se espera, você, que sempre foi apaixonado por loiras de cabelos lisos, batons em tons de nude, bocas de boneca e movimentos calculadamente econômicos e delicados, está inexplicavelmente encantado pela tal da morena do samba, que não tem sequer um dos requisitos que você colocou na sua listinha de mulheres ideais, mas que é linda aos seus olhos mesmo assim."

E seu eu disser que tudo isso não tem nada a ver comigo mas ao mesmo tempo me descreve tão bem? E se eu disser que tô feliz?

domingo, 21 de julho de 2013

Rotina de grandes novidades

Acordei às 7:19h, às 9h, as 10h, às 11h, 13h, 14:32h e por fim às 15:35h. Levantei, fui à lavanderia, olhei pros varais e voltei ao quarto. Dormi mais 5 minutos... Acordei pra um banho rasteiro. Vi no celular algumas mensagens de carinho e de alegria, não respondi. Repassei na cabeça os compromissos do dia e no mesmo raciocínio os ignorei. Num banho tomado e cabelo despenteado fui ao supermercado decidir o almoço, paguei uma caixa de nuggets os quais fritei e comi com  catchup. Não aguentei o último e joguei fora. Me deitei no sofá com as pernas pra cima: pensei em mim. Me sentei no sofá com as pernas cruzadas: pensei em nós. Vi a novela, o jornal, a novela. Vi o filme e o chorei. E chorei ainda mais no fim do filme. Acendi a luz e a apaguei inúmeras vezes. Sujei exatamente 2 pratos que ficaram molhados na pia. Tomei outro banho: demorado, sutil... dancei embaixo do chuveiro. Dei risada sozinho por cerca de 5 minutos seguidos. Falei com pouquíssimas pessoas, seja no real, seja no virtual. Saí e entrei. Entrei e saí. E repeti. Ao edredom, me permiti ser romântico. Fiz bagunça no quarto bagunçado, o volume da tv estava alto. Não ouvi nenhuma música. Tomei banho e coloquei a mesma roupa. Muitas pessoas importantes passaram esquecidas neste dia. Cogitei ligar pra casa e desisti. Programei algumas coisas e já cancelei. Me deitei em diferentes posições na cama de casal que habito sozinho. Minha boca está seca. Consigo ouvir o barulho do meu piscar de olhos, consigo ouvir as vozes dos desconhecidos na rua. As portas estão entre-abertas, as gavetas fechadas, as palavras comidas e os sentimentos fartos. O ventilador não liga e não circula a poesia. A solidão invade a casa sem a velha companhia sombria. Fazem as pazes a solidão e a amizade. Passa-se o dia do amigo consigo mesmo e termino o dia celebrando a amizade que tenho comigo. Nos trancos e barrancos da vida, posso dizer que estive ao meu lado quase que todo o tempo desses dezenove anos... e há que se comemorar. Feliz dia do amigo pra si mesmo, e pra mais ninguém.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Das saudades...

Sinto falta, sim.
Das minhas ilusões
meus sonhos, minhas saídas.
Sinto falta da poesia,
do escrito dos desconhecidos,
dos amores inventados,
dos sabores...
Eu sinto falta, sim.
Falta daquilo que eu inventei
e vivi pra mim.
Mas vou feliz, mesmo assim,
porque consolido uns caminhos
e vejo futuro bom.
Mas por enquanto..
queria uma realidade etílica
pra chamar de travesseiro
e me dar um beijo-dom.

sábado, 13 de julho de 2013

Ops

Posso te dizer, assim,
do meu jeito todo meio besta
que meu coração é quase seu
desenho o seu nome na minha testa.
Posso te dizer, assim,
de um jeito meio complicado
com um franzir de testa engraçado
que quer dizer que te decifro.
Posso te dizer, assim,
de um jeito meio moleque
que não entendo muito bem
essa coisa de coração.
Posso te dizer, ainda,
que pensei em entrega-lo a ti,
que me sinto seguro e contente
se você me der a mão.
E nessa de cogitar hipótese
acabei dizendo tudo...
saiu, assim, de repente...
o que me cochicha o coração.

terça-feira, 2 de julho de 2013

O poeta sem nome

          Seria mais um dia frio e cinza com chuva que nos incide a perguntar porque deixamos nossos travesseiros e televisores em casa. Seria, também, mais uma estação cheia de gente e trilhos com pessoas sem história circulando. Seria São Paulo no seu mais clichê e estereotipado adjetivo: impessoal. Seria tudo isso se eu não me propusesse a subir as escadas e encontrar um piano.
          E, ali, um homem cheio de história passa seu dia de domingo a tocar a minha tarde, a minha alma. Seria só mais uma tarde se eu não me dispusesse a sentar, aqui, ao lado para ouvir e escrever essas palavras que tentam transcrever a poesia e singeleza da vida.
          A melodia passa e toca o casal de velhinhos ao lado da máquina de refrigerante, a tia da faxina da estação, a senhora que ronda o piano há um bom tempo e não segue o seu caminho, as crianças que param para ouvir e fazer perguntas ao pé do piano, ao senhor de chapéu que o cumprimenta com uma tapa nas costas e vai embora. Aos tantos que aqui passam e repassam com suas diversas vidas.
          Seria só mais uma vida se não existissem e estivessem aqui o poeta e o piano trazendo harmonia à São Paulo, trazendo cor à Sé, berço da cidade. Que se plante a música ao centro e ecoe aos quatro cantos. Sinta e ouça: há vida na cidade, há amor em São Paulo.

domingo, 16 de junho de 2013

Das latas

Quando nenhuma flor, verso, canto ou poesia vai dizer melhor o que se quer dizer
Quando nem a natureza, o poeta, o sambista ou o estranho na rua vai saber melhor colocar o que se quer colocar...
Tem coisa que só se diz, assim, na lata:
_ Vamos falar a verdade? Já encheu o saco.

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Ano 9: abrem os sorrisos

"Você está fechando um ciclo de experiências. Mais maduro, mais sábio, pode agora fazer uma retrospectiva dos últimos 9 anos e definir o que o acompanha, o que vale a pena e o que fica para trás, o que não lhe serve mais. Durante este ano você vai se encarregar de finalizar tudo o que se arrasta e que parece não acabar nunca. Eventos inesperados ocorrem e definem sua vida e seu futuro.
Você se sente com vontade de acertar definitivamente certas situações. É hora de fazer fechamentos. Deixe o antigo ir embora para dar espaço a novas energias.
Jogue fora papéis, limpe os armários. Selecione."

E parece que, como dizem os astros, esse, de fato, vai ser o meu ano. E há quem acredite que o maior de todos os Astros é que tá comandando essa alegria toda. Quem há de duvidar? Agindo Deus, quem impedirá?

terça-feira, 4 de junho de 2013

Great times are coming

"Pode parecer contraditório, mas estar desapegado aguça o sentir, o olhar, a vontade. Permite-lhe se entregar aos momentos, estar mais presente e ser mais verdadeiro, porque livra você de tantos por quês, sês, serás… Essa é a fórmula do desapego. E, basicamente, ela vale para tudo: experiências gastronômicas, desamor com o chefe, dilemas existenciais, viagens imprevisíveis e SEMPRE para os relacionamentos."

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Ano 9: fecham os ciclos

      Crio novas formas de compor isso que chamei de nossa história. E tijolo a tijolo, vou tirando um a um dessa estrutura fraca a qual, até hoje, acreditava sustentar algo. Fecho as cortinas, cubro os móveis com lençóis brancos de tentativa-perdão. Lavo as louças e as embalo em plástico-bolha-paciência. Encaixoto as fotos e enfeites etiquetando "esquecer". Desço os quadros das lembranças, viro-os pra parede e cogito doar aos pobres. Faço, portanto, as malas com um pouco - confesso - de lágrimas. E vejo o último pôr-do-sol da nossa janela. Dou um suspiro-fôlego e, também, as costas. Permito-me não dar aquela última olhada no apartamento e tranco a porta às chaves dando duas voltas para garantir o não-retorno. Jogo a chave no bueiro para que os ratos levem.
      Com o apartamento, penso bastante sobre o que fazer: descarto o aluguel por não querer nenhum contato que me ligue a ele. Nem vendo, porque não acredito que haja possível lucro dessa história. Portanto, anuncio:
                 " Doo apartamento sem chave e sem saudade. Como pré-requisito só é preciso coragem para habitá-lo. Um pouco de idiotice contribui para longa estadia."
                   Situado à Rua do Tempo Perdido, número 6.

Melodia

Faz-se uma, duas,
catorze perguntas a si.
Chove frio e seco
em cima de uma guarda-chuva.
Cantam pingos de saudades
nos metais solitários dos prédios.
Um senhora sorri da janela.
E a velhice parece esperar na esquina.
A luz amarela da rua
parece desistir dessa noite.
E, passo a passo, caminha o garoto
tentando encontrar seu destino.

terça-feira, 28 de maio de 2013

Dos olhares

Da janela vejo livros e manuais, reflexões e críticas de uma sociedade engraçada. Vejo, também, um belo par de olhos verdes sorrindo em uma conversa que não posso ouvir a voz. Penso nos belos encontros e desacasos possíveis de uma vida à um. Cogito companhia. Enquanto descanso no degrau da escada, cruzo os braços e abraço o coração para ouvir resposta: Faz silêncio. O jeito é esperar, ali mesmo, no meio da escada...

Musiquinha

No meio da noite me pego
sorrindo sozinho,
com um certo arrepio.
Depois de inteiro dia
chorando sozinho,
sentindo um frio.
Escrevo pra nós uma história,
uma estrada bem pequena,
onde só dará no futuro que sonhei.
Fecho os olhos e vejo
uma dor bem pequena
que ficou lá no passado que abandonei.
Essa a música que eu escrevi pra você
pra dizer da nossa história, nossa vida
que pode começar, se você disser que sim.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Domingos sempre são e sempre serão solitários. Ao som da chuva lá fora, da onda que quebra ali no quintal, do soul que sussurra no quarto, do samba que espia de longe. Domingos são dias que se ouve a si, e dói. Dói um choro. Dói o choro da solitude.
Sinto o corpo se contrair pra tentar abraçar o coração que se arrasta e quase se faz pó. São todos os músculos se remexendo pra que nada desmorone, que não falte o impulso que mantém tudo que pé, que erga o sorriso e agradeça. Ah, no contrair-se não sobram espaços para as lágrimas antes quietas. Dói a perda do que não existe e sai depressa sem pedir seu espaço. Não cabe aos olhos de tão triste uma falsa história acabar.
E a noite se encarrega de ouvir o choro, quieto, triste, censurado e não perdoado. E nem seu abraço parece suficiente. Na praia os grãos de areia não contam número maior que o tempo perdido, que o que foi mentido. Ah, peço desculpas. Choro triste até o sol nascer, quem sabe o triste sol se pôs aqui e nasce um novo amanhã. Quem sabe....

domingo, 26 de maio de 2013

LágrIMÃ

Consigo olhar no fundo dos seus olhos e ver um mundo sem fim.
Quando é você que me olha nos olhos, meu mundo quase não cabe em mim.
E sejam eles como estiverem, arregalados, preguiçosos ou chorosos,
sinto, aqui na alma, que você precisa de mim.
E, tento, pobre inocente, fazer um mundo novo pra ti,
que é pra e ver sorrir, assim, toda contente.
Sei, ainda, que enquanto desce sal nos olhos de jabuticaba,
derrama em ti um coração doente,
e me pego todo atarefado tentando catar os cacos e fazê-lo sol poente.
Garanto que cada lágrima tua, não me afasta nem me cansa,
mas me atrai para te encontrar.
E atrai, e atrai... que você, mesmo resistente, não vai conseguir fazer com que eu não esteja presente.
Amor é estranho, esquisito, até um pouco doente
Mas é a mola que impulsiona a louca vida da gente.
Saudemos o amor.
Toda forma de amor,
até a mais inconsequente.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

(a)mar adentro

Eu não vou escrever sobre falta.
Nem saudades ou confusões.
Porque você não as traz.
Vou falar sobre encanto,
alegria e seduções.
Porque você me refaz.

Friends

Posso dizer que nossa frequência é inata. Parece que nossos ventos sopram pro mesmo lugar. Nossos corações encaixam feito tetris e nossa alegria superabunda nas conversas. E nada será mais familiar que nossos encontros, mesmo que tão longe do colo estejamos. E nossas risadas suprirão saudades, e nossos abraços abrirão futuros. Nossos encontros reinarão belezas de nossas vidas cheias de lindas incertezas. É que nossa roda, ali fazendo sombra na areia, não se interpreta nas palavras, mas talvez violão. Cabe a nós, suspiros-sorrisos. Até a lua, curiosa, se deita pelo mar pra tentar participar do que ali se concretiza: são simples e bons corações que se abraçam feito ursos e enfeitam feito flores. Nós somos aquilo que Deus pensou quando inventava o que seria a amizade.

sábado, 18 de maio de 2013

Estrada

Eu não tenho muito o que falar. Ou não tenho muita coragem pra interpretar.
Encosto minha cabeça, fecho os olhos e tento encontrar certeza.
Que é pra não continuar desse jeito e também continuar assim, contigo.
E imaginar o motivo de colocarem uma estrada entre eu e você e, por isso, a viagem doer.
Viajar pode ser lindo, sim, e será. Mas dói, dói o corpo, a cabeça... que é motivo da saudade
Saudade de se encontrar... me encontrar em você.

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Domingo comigo

E o dia pode ser ensolarado, cinzento, frio ou fedendo suor: domingos são sempre solitários, mesmo que acompanhados. E bate aquela dor de saudade, até daquilo que não existiu ou do que eu imagino que um dia venha a ser. É como se me tirasse do meu local, me olhasse no fundo dos olhos e depois me colocasse de volta: e aí eu não caibo mais. Um olhar que muda o meu dia, minha vida e eu não pertenço mas a nenhum lugar, só a ti. Só a ti, meu doce amor desconhecido.

terça-feira, 23 de abril de 2013

Seja, na maior completude de que essa expressão carregue, o que Deus quiser. Eu sou assim, torto mesmo, quase que quebro. E de resto, eu não posso fazer mais nada. Eu posso tentar.. mas só se você aceitar os meus rascunhos.

sábado, 20 de abril de 2013

De dois Vinícius à uma estrela


"Uma mulher que é feita de música, luar e sentimento..."

Há um tempo eu to aqui tentando matutar como encantar os olhos da menina que encanta a minha vida com seu sorriso, sua presença, seus textos, sua primordial alegria. Pensando em como o faria, assim, de uma maneira que se aproximasse da cor que colore os meus dias, ou do cheiro bom que traz nas minhas memórias. Mas como descrever uma poesia, se não com poesia? Peço perdão, por não ser poeta, poetinha... e empresto suas palavras para que lhe agrade o coração. "Pousada no fundo estará a estrela, e mais além" Sempre, estará você, estrela, sol... pousada no fundo do coração, e mais além, de um jeito envolvente, "dentro das noites, dentro dos dias.. como te adoro, mulher que passas!(...) Que fica e passa, e pacifica" sempre, no mais simples e puro olhar de amizade, abraçando com a cara do coração.
Minha amiga, meu anjo "Eu sei e você sabe, já que a vida quis assim, Que nada nesse mundo levará você de mim" porque tem anjo que Deus manda pro mundo pra que você saiba identificá-lo e não deixá-lo ir, grudar em seus pés, se preciso... e eu já saquei que você é meu anjo. E eu me orgulho de ser dia para deixar que você raie e ser noite pra deixar que você ilumine. Eu me orgulho de ter luz no meu caminho, assim, do seu lado, "e, antes, com tal zelo, e sempre, e tanto", porque a vida, é, de fato "a arte do encontro", não? e que bela obra de arte é esse encontro nosso da vida.
Me vem um sorriso largo ao lembrar dos encantos do nosso dia-a-dia e quase que, de tão largo, faço covinhas no meu rosto. Porque nossa vida, assim, juntos é laço feito de fita colorida, presente entregue no aniversário do amor. Ah, "Porque a vida só se dá pra quem se deu.Pra quem amou, pra quem chorou, pra quem sofreu..." e ouso acrescentar, caro poetinha, que a vida se dá ainda mais pra quem compartilha tudo isso... E ai, minha amiga, a vida se derrama na intensidade avassaladora em você, porque quem é mais que se dá assim, na entrega de ser feliz e amar o mundo de olhos fechados? Ah sua vida "é coisa mais linda, cheia de graça". Cheia de amor que de tanto amor se confunde... "
Bem, como podes ver, faltam-me palavras.. mas sobram-me elogios, não de palavras, mas de coração. "É claro que a vida é boa E a alegria, a única indizível emoção É claro que te acho linda Em ti bendigo o amor das coisas simples..."
Linda, só posso terminar desejando que seja assim, como és... e sempre e dizer que"Amo-te, enfim, com grande liberdade Dentro da eternidade e a cada instante."

Seja feliz, e de preferência, bem pertinho de mim...

Doente

Gostaria de avisar em público que estou ficando doente. Sim, das doenças mais sórdidas. Demonstro inúmeros sinais de fraqueza, loucura, perda de juízo, reações inconsequentes. Saudades. Saudade daquilo que mal se estabilizou, mas já parece me pertencer. Estou preocupado. Sinto-me estranho. Sinto sua falta, meu bem. Acho que logo vou te chamar de meu amor. Ai ai, estou doente. Insano.

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Sempre

Não adianta. É simples, tem coisa que não adianta. Podem vir com o mundo virado no avesso, de ponta cabeça. Podem trazer dezenove teorias, vinte e sete explicações psicológicas e mais trinta e quatro regras politicamente corretas. Não adianta. Eu bato o pé, cruzo os braços, sento no canto, faço birra e, se abusar, eu choro. Eu não to brincando. Posso ser egoísta, egocêntrico, chato, dramático, pode me acusar do que for preciso. Eu chamo isso de amor, intenso. E, pra mim, o amor tem sempre razão.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Será?

Insisto em colocar um,
dois, três, até seis pontos de interrogação
na frente da nossa história,
ou possível romance.
Que é porque eu sou meio desconfiado
pras coisas novas de amor.
Mas aceito sua música e
com os olhos fechados, sorrindo pra ti,
vou caminhando ao seu lado.
Talvez, ali na frente, a gente dê às mãos.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Vem nessa?

Confesso que cogitei, cogitei a hipótese de te aceitar aqui na minha vida. Tudo que eu preciso é de certezas e você parece ter uma que só pode me fazer o bem. Confesso que te olhei mais umas quinze vezes e sorri imaginando o gosto do seu beijo. Confesso. E nos vi namorando no sofá da sua casa, jantando com seus pais e comemorando o dia do beijo no facebook. Confesso que estou pra me render a isso tudo que meu coração não permitiu até hoje, só pra ver se me encontro das covinhas do seu sorriso tímido.
Mas recuei. Recuei com medo de te colocar na minha vida. Tudo que eu não tenho é certezas e meu mundo pode não te fazer bem, meu passado pode não gostar de ti e meu coração pode te dar trabalho. Recuei, porque preciso que olhe pra mim mais umas quinze vezes pra ter certeza que aceita entrar nesse meu coração labirinto. Para que, então, assim, possamos discutir o mundo, as pessoas, a vida. Filosofar sobre o efêmero e andar de mãos dadas no sereno da noite onde eu te esquentarei com meu moletom e você a mim com seu olhar. Recuei porque me parece injusto com você, e não quero dor na sua vida. você não a merece. Falta coragem pra te dizer que pode ser, e medo de você dizer que sim. Ou que não. Me desculpa, mas eu sou um pobre garoto cicatrizado de dor de amor.

você

Eu juro que fiz da janela do ônibus a da minha alma. E aproveitei essas horas e horas cruzando os estados pra pensar no meu coração, ou sentir a minha mente. E nada disso parece que traz conclusão pra essa minha loucura de insistir em amar. Tento imaginar algo, mas é tudo vidro embaçado, com chuva lá fora.
Por isso vem bater na minha porta, atirar algumas pedras nas minhas janelas e dizer que me ama, nem que seja na chuva. Quero olhos nos olhos e beijo com gosto de futuro certo. Acho que não é pedir demais, é?

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Quase

Engulo a verdade de que não sei
se sinto falta de mim, ou de você.
Se só me encontro no céu ou no mar
de águas ou de serras.
Engulo a verdade de que não sei
se é aqui, ou ainda lá
que as coisas farão sentido
e haverá razão para amar.
Sei lá..
A vida quase sempre tem razão,
não?

terça-feira, 12 de março de 2013

Prenda-me se for capaz

O tempo pra mim ta correndo rápido demais. Não sei o que acontece que grudei na vida e não freio. Junto tudo pelo caminho, resolvo, bato e devolvo. Tudo fica pronto antes, tudo da certo com antecedência. Tenho tempo à toa porque a vida não deu conta de me acompanhar. Vicei nessa de me ocupar pra esquecer o que tem me ocupado. Não quero tempo livre e isso me desespera. Desespera eu, desespera a vida, que em si, parece desistir de mim. To vencendo tudo mas não sei até que ponto. Todo mundo me elogia. Todo mundo me agrada e parece que eu nem sou eu. To feliz. Feliz mesmo, mas ta estranho isso tudo. Ta estranho esse tempo que não diz nada, só corre. E não há nada que me prenda, me sossegue. Mas durmo bem, pouco e muito bem. Isso lá é bom? Só sei que é esquisito.

domingo, 3 de março de 2013

Comigo

É suportar a dor de se ouvir, e não cessar em dizer, e sentar pra escutar e também ouvir em pé: solidão do fim de semana. Não tem pra onde fugir, só tem a si pra companhia. É lembrar-se de si próprio num nostálgico eu criança, e também enjoar-se de si mesmo num impressionante tédio. Paradoxal eu, pobre de mim, estúpido eu. Uma corrida na praia à noite: um refrigério. E no sozinho físico, entre este pobre que vos escreve, o mar e o vento doce e frio encontro Deus e faço uma oração. Nasci de novo pela 54ª vez. To pronto pra ser eu de novo. Mais uma vez um sorriso sincero antes de dormir. Parece que eu gosto de mim. Parece mesmo.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Ciúmes

Já fiz três poemas antes de dormir. Anotei no celular pra não esquecer que a graça é bem-vinda e o coração é sincero. Olhei algumas outras vezes para esse quadro branco e não sai amor de poema, nem à pedrada. Rendo-me ao que me inunda, e por um sentimento de culpa, venho compor alívio pelas letras tecladas. Ciumes. Sinto um árduo, duro, frio e grande ciúmes. E me puno por ser assim tão estranho. E procuro a razão pra tanto amor, sabendo de cor que não há possibilidade. Sem luz no fim do túnel, sem saída para um coração burro e estúpido que insiste em derramar amor até no poste que ilumina a janela do quarto. Afinal, sem a luz dos postes não se veria a noite desenhar encanto pelas ruas estreitas. É isso. Até nas ruas tenho afeto. Tenho amor. E amor dói porque o ciúmes assalta. Amor dói.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Por enquanto

Entrei por aqui com a ideia de escrever sobre a falta. Antes disso, dediquei meu tempo a ler alguns outros, lê-los outros. Mudei de ideia. Pensei em escrever sobre "o pé atrás". Mudei de ideia de novo. Pensei em escrever sobre amor. Acabei de que me decidi: juntei a falta, o pé atrás e o amor e me citei em três pontos. E, por enquanto, não sai nada além disso. Pra escrever é preciso sentir, pensar, interpretar, vomitar o sentimento pelos dedos que, como que guiados pelo coração, tocam um piano alfabético da música da alma.  E eu ainda não tenho isso, tenho nuvem no coração, ora carregada e chuvosa fazendo pingar lágrimas nas janelas do meu eu, ora levando-me como vento leve sem que possa sentir pisar ao chão. 
Como nuvem, não sei se são fixas ou efêmeras. As nuvens reservam alguns mistérios.

domingo, 3 de fevereiro de 2013

E sentir aquela vontade imensa de tirar um dias só pra mim e Deus.
E estar mais perto a cada dia. E querer que isso tudo aconteça de verdade.
E se sentir completo, não há sensação melhor!
Chega logo carnaval!

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Nada de sentido.

Decidi, por hora, assumir um relacionamento com o nada. Não resisti ao modo que mexeu em seu cabelo, me olhos nos olhos. Por tê-lo feito, o vivo. Vivo o nada. Faço nada. Sinto nada. Beijo nada. Brigo nada. Me entrego ao nada, e cansado, deixo que me faça um cafuné. Durmo com nada. Fecho os olhos, vejo nada. Entrelaço ao nada. Rendo-me ao cansaço. Trago um pouco de tristeza ao canto do olho. Não espero nada. Não acredito em nada. Ilusão, dor no coração. Um momento de silêncio: a sós com o nada.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

bem devagarinho

"Eu sei que é complicado amar tão devagarinho
Mas eu também tenho tanto medo.
E eu me pergunto o que é que eu sou?
Vai ver eu não sou mesmo nada."

domingo, 27 de janeiro de 2013

Choveu

e mais um dia passa
e lentamente embaça
a clareza do coração.
e tudo que me circunda
atitudes, respirações, carinho
parecem me trazer pro ninho
que não me cabe mais.
e mesmo acatando a ordem
de como o dia, permanecer cinza,
fazendo o velho ranzinza
restam-me abraços sinceros.
e num singelo boa noite
perceber que agraciado
não há justiça alguma
na imensidão que sou amado.
e perceber que o motivo
de tamanha aspereza
jamais condirá com a vida
e sua incessante beleza.
resta-me, contrariado,
horizontar-me ao travesseiro
e, num refúgio bem caseiro
ser feliz com um corpo inteiro.
fecho os olhos, portanto,
grato e arrependido
e num sorriso contido,
espero o novo dia.


terça-feira, 22 de janeiro de 2013

lotado

e parece que falta espaço:
tem muita bagunça na cama
tem muita gente no ônibus
tem muita aula no almoço
tem muito sono na janta
tem muita gente falando
tem muito recado dado
tem muito encontro marcado
e eu fico procurando brechas
pra achar um lugar
onde eu possa fugir do mundo.
e acabo frustado
porque nessa de insistir
percebo que não tem local
pra fugir de mim.

guarda-chuva

e ir vivendo a vida, o amor
como se andasse
num dia de chuva.
e tentando olhar em frente
sem desatentar do chão
que é pra não se distrair
e pisar na poça d'água
inundar os pés seguros
e acabar sentindo frio.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

pé do ouvido

E lindo é esse Deus que age nos detalhes e traz vida ao dia que parece que já se findou.
Hoje foi um dia em que as coisas pareciam meio estranhas e deu vontade de arregar de tudo... parecia que a onda era maior que eu e eu não teria forças para subir à prancha pra surfar. E deu vontade mergulhar e fechar os olhos. Fugir com o vento, sei lá.
E na tentativa de escapar do mundo, ao caminho da academia, onde os pensamentos cedem ao suor e música alta, meu aleatório traz como sopro do céu...
 "Quando as minhas forças se acabam
   E a minha esperança no Senhor parece não resistir
  Minh'alma se abate dentro de mim..
  Meu coração começa a se lembrar daquilo que renova esperança
  As misericórdias do Senhor não tem fim
  Grande é seu amor!
  A cada manhã, as misericórdias se renovam!"
E depois trouxe Jesus Culture em Your Love Never Fails..
 You make all thing work together for my good
E um sorriso tímido vem ao coração e a esperança de que as coisas vão melhorar.
E a gratidão de saber que, atento ao meu coração, meu Deus dá um jeito de falar comigo.
E não há nada melhor no mundo do que se sentir amado incondicionalmente.
E eu jamais quero perder isso.
Que a sensibilidade ao Senhor seja primordial na minha vida, e que Sua alegria seja a minha força!
Linda noite.

domingo, 13 de janeiro de 2013

de cor, ação

E confesso que minha sede é do teu beijo e nada mais vai matá-la. E podem inventar 37 novas coca-colas no deserto que parece que só vou encontrar sombra em você. E tudo que eu penso agora é esquecer que existo e o que construí pra dizer na porta da sua casa que meu corpo ainda encaixa ao seu, e mostrar no meu abraço que você pertence a mim, e até agora nada conseguiu fazer eu duvidar disso. E dizer, ainda, que tenho saudade do jeito que você me olha e bagunça o meu cabelo e sorri depois dizendo que me ama mais do que qualquer outro que já passou (e vai passar) na sua vida. Eu queria mesmo é que as coisas fossem simples e que eu vivesse o amor da minha vida, assim na calma e na paz que eu mereço.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

talvez esbarrões

Sei lá, é que a vida é meio tosca. E as coisas não param no lugar. E não há foco, trilha, nem nada a se seguir. Os vidros embaçam por detrás das porteiras e os rumos se esbarram por corações confusos.
Nada parece trazer consolo nem, ao menos, escolha. Continua-se a não falar sobre isso, porque nada há de conhecido. Termina-se trazendo às mãos ao rosto, talvez uma lágrima.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Ficam presas e amarradas às cordas vocais, sem que sequer pigarro traga ajuda. Grudam-se umas as outras e sufocam toda possível saída de palavras. Nada será suficiente, ao que parece. Nada desembaralha e traduz os sentimentos. Sentimento de estar fora, e incerteza do que é o dentro. Pensamentos não construídos, raciocínios estúpidos. Saudade do calor no ouvido. Saudade de fazer-se bem, sentir-se dois. Parece que não soluciona, e que também não há história pra desenrolar. Parece que a vida passa tão sem graça. Sei lá, acho mesmo é que sei lá. Tudo parece fantasia, castelo de areia, oásis. É um sentir falta do que parece não existir... ou existir longe, sem forma, tamanho ou cheiro. Talvez tenha cor, cor de amor.

Só tu..

"Falo no calor da hora ou no moletom do entardecer. Amor não surge do além, amor se cria da insistência."

ai ai Carpinejar