domingo, 28 de dezembro de 2014

vinte um

Ele é todo trufado, com recheio generoso de doce de leite e coberto de castanha de caju. É o meu religioso bolo de aniversário que como somente nessa data e já encomendo pro próximo ano, como num ritual. É noite e eu assaltei a geladeira e roubei o primeiro pedaço pra mim. A casa está em silêncio e aqui como sozinho sentado na cozinha. Cheguei aos vinte e um, com menos dor do que quando cheguei aos vinte. E dois mil e catorze vai passando feito vento surrante aqui pelos meus ouvidos.
É tarde e guardo o bolo na geladeira. 2014 ainda não acabou e talvez seja melhor dormir.

Um comentário:

  1. Nossas sagradas divisões de tempo!

    Aaah, pelo menos elas nos dão esperança. Novo ano e nova idade - eu aposto sempre nelas.

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