quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Nada de sentido.

Decidi, por hora, assumir um relacionamento com o nada. Não resisti ao modo que mexeu em seu cabelo, me olhos nos olhos. Por tê-lo feito, o vivo. Vivo o nada. Faço nada. Sinto nada. Beijo nada. Brigo nada. Me entrego ao nada, e cansado, deixo que me faça um cafuné. Durmo com nada. Fecho os olhos, vejo nada. Entrelaço ao nada. Rendo-me ao cansaço. Trago um pouco de tristeza ao canto do olho. Não espero nada. Não acredito em nada. Ilusão, dor no coração. Um momento de silêncio: a sós com o nada.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

bem devagarinho

"Eu sei que é complicado amar tão devagarinho
Mas eu também tenho tanto medo.
E eu me pergunto o que é que eu sou?
Vai ver eu não sou mesmo nada."

domingo, 27 de janeiro de 2013

Choveu

e mais um dia passa
e lentamente embaça
a clareza do coração.
e tudo que me circunda
atitudes, respirações, carinho
parecem me trazer pro ninho
que não me cabe mais.
e mesmo acatando a ordem
de como o dia, permanecer cinza,
fazendo o velho ranzinza
restam-me abraços sinceros.
e num singelo boa noite
perceber que agraciado
não há justiça alguma
na imensidão que sou amado.
e perceber que o motivo
de tamanha aspereza
jamais condirá com a vida
e sua incessante beleza.
resta-me, contrariado,
horizontar-me ao travesseiro
e, num refúgio bem caseiro
ser feliz com um corpo inteiro.
fecho os olhos, portanto,
grato e arrependido
e num sorriso contido,
espero o novo dia.


terça-feira, 22 de janeiro de 2013

lotado

e parece que falta espaço:
tem muita bagunça na cama
tem muita gente no ônibus
tem muita aula no almoço
tem muito sono na janta
tem muita gente falando
tem muito recado dado
tem muito encontro marcado
e eu fico procurando brechas
pra achar um lugar
onde eu possa fugir do mundo.
e acabo frustado
porque nessa de insistir
percebo que não tem local
pra fugir de mim.

guarda-chuva

e ir vivendo a vida, o amor
como se andasse
num dia de chuva.
e tentando olhar em frente
sem desatentar do chão
que é pra não se distrair
e pisar na poça d'água
inundar os pés seguros
e acabar sentindo frio.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

pé do ouvido

E lindo é esse Deus que age nos detalhes e traz vida ao dia que parece que já se findou.
Hoje foi um dia em que as coisas pareciam meio estranhas e deu vontade de arregar de tudo... parecia que a onda era maior que eu e eu não teria forças para subir à prancha pra surfar. E deu vontade mergulhar e fechar os olhos. Fugir com o vento, sei lá.
E na tentativa de escapar do mundo, ao caminho da academia, onde os pensamentos cedem ao suor e música alta, meu aleatório traz como sopro do céu...
 "Quando as minhas forças se acabam
   E a minha esperança no Senhor parece não resistir
  Minh'alma se abate dentro de mim..
  Meu coração começa a se lembrar daquilo que renova esperança
  As misericórdias do Senhor não tem fim
  Grande é seu amor!
  A cada manhã, as misericórdias se renovam!"
E depois trouxe Jesus Culture em Your Love Never Fails..
 You make all thing work together for my good
E um sorriso tímido vem ao coração e a esperança de que as coisas vão melhorar.
E a gratidão de saber que, atento ao meu coração, meu Deus dá um jeito de falar comigo.
E não há nada melhor no mundo do que se sentir amado incondicionalmente.
E eu jamais quero perder isso.
Que a sensibilidade ao Senhor seja primordial na minha vida, e que Sua alegria seja a minha força!
Linda noite.

domingo, 13 de janeiro de 2013

de cor, ação

E confesso que minha sede é do teu beijo e nada mais vai matá-la. E podem inventar 37 novas coca-colas no deserto que parece que só vou encontrar sombra em você. E tudo que eu penso agora é esquecer que existo e o que construí pra dizer na porta da sua casa que meu corpo ainda encaixa ao seu, e mostrar no meu abraço que você pertence a mim, e até agora nada conseguiu fazer eu duvidar disso. E dizer, ainda, que tenho saudade do jeito que você me olha e bagunça o meu cabelo e sorri depois dizendo que me ama mais do que qualquer outro que já passou (e vai passar) na sua vida. Eu queria mesmo é que as coisas fossem simples e que eu vivesse o amor da minha vida, assim na calma e na paz que eu mereço.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

talvez esbarrões

Sei lá, é que a vida é meio tosca. E as coisas não param no lugar. E não há foco, trilha, nem nada a se seguir. Os vidros embaçam por detrás das porteiras e os rumos se esbarram por corações confusos.
Nada parece trazer consolo nem, ao menos, escolha. Continua-se a não falar sobre isso, porque nada há de conhecido. Termina-se trazendo às mãos ao rosto, talvez uma lágrima.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Ficam presas e amarradas às cordas vocais, sem que sequer pigarro traga ajuda. Grudam-se umas as outras e sufocam toda possível saída de palavras. Nada será suficiente, ao que parece. Nada desembaralha e traduz os sentimentos. Sentimento de estar fora, e incerteza do que é o dentro. Pensamentos não construídos, raciocínios estúpidos. Saudade do calor no ouvido. Saudade de fazer-se bem, sentir-se dois. Parece que não soluciona, e que também não há história pra desenrolar. Parece que a vida passa tão sem graça. Sei lá, acho mesmo é que sei lá. Tudo parece fantasia, castelo de areia, oásis. É um sentir falta do que parece não existir... ou existir longe, sem forma, tamanho ou cheiro. Talvez tenha cor, cor de amor.

Só tu..

"Falo no calor da hora ou no moletom do entardecer. Amor não surge do além, amor se cria da insistência."

ai ai Carpinejar