terça-feira, 12 de março de 2013

Prenda-me se for capaz

O tempo pra mim ta correndo rápido demais. Não sei o que acontece que grudei na vida e não freio. Junto tudo pelo caminho, resolvo, bato e devolvo. Tudo fica pronto antes, tudo da certo com antecedência. Tenho tempo à toa porque a vida não deu conta de me acompanhar. Vicei nessa de me ocupar pra esquecer o que tem me ocupado. Não quero tempo livre e isso me desespera. Desespera eu, desespera a vida, que em si, parece desistir de mim. To vencendo tudo mas não sei até que ponto. Todo mundo me elogia. Todo mundo me agrada e parece que eu nem sou eu. To feliz. Feliz mesmo, mas ta estranho isso tudo. Ta estranho esse tempo que não diz nada, só corre. E não há nada que me prenda, me sossegue. Mas durmo bem, pouco e muito bem. Isso lá é bom? Só sei que é esquisito.

domingo, 3 de março de 2013

Comigo

É suportar a dor de se ouvir, e não cessar em dizer, e sentar pra escutar e também ouvir em pé: solidão do fim de semana. Não tem pra onde fugir, só tem a si pra companhia. É lembrar-se de si próprio num nostálgico eu criança, e também enjoar-se de si mesmo num impressionante tédio. Paradoxal eu, pobre de mim, estúpido eu. Uma corrida na praia à noite: um refrigério. E no sozinho físico, entre este pobre que vos escreve, o mar e o vento doce e frio encontro Deus e faço uma oração. Nasci de novo pela 54ª vez. To pronto pra ser eu de novo. Mais uma vez um sorriso sincero antes de dormir. Parece que eu gosto de mim. Parece mesmo.