Depois da bela e ainda-não-tão-bem-superada-crise-dos-20 (e se você está achando babaca ter crise aos vinte gostaria que você se retirasse, valeu), eu fui obrigado a passar pela virada de ano novo. Sim, esse é um fardo que você, que não soube esperar a hora de nascer, carrega por ter chegado 3 dias antes de o ano se findar: ter que conviver de uma só vez com reflexões natalinas, aniversário e ano novo na mesma semana. Ou seja, uma catástrofe psíquica de o-que-eu-estou-fazendo-com-a-minha vida.
Bem, o que eu estava dizendo é que, nessa virada, eu mandei todas as promessas que eu e todas as pessoas faziam naquele momento para a merda. Olha só, se você fez promessa de fazer merda, foi a única que restou. No mais, o resto tudo está na merda. E já diria a minha avó, é melhor não mexer na merda porque quanto mais se mexe, mais se fede.
Para 2014 eu fiz algumas resoluções. E, não, isso não é um sinônimo de promessas, e eu explico: por Promessa, fazemos um compromisso de dar, dizer ou realizar alguma coisa. Já por Resolução temos o ato ou efeito de se resolver, ou seja, meio pelo qual se decide um caso duvidoso (leia-se minha vida, talvez a sua, mas só talvez). O que faz muito mais sentido, meus caros, uma vez que em um compromisso de se fazer algo, talvez não damos muito atenção aos imprevistos ou forças que virão a nos atravessar no meio do caminho. Já pela via das resoluções, nos prezamos a resolver um caso duvidoso, e na dúvida, sempre cabe uma outra opinião. E aí passamos a aproveitar melhor os imprevistos. Nada mais duvidoso e complexo do que essa nossa vida, nada melhor do que se prezar a resolvê-la.
E nos tantos significados de "resolver", prefiro e, portanto, faço uso aqui neste texto, é "transformar-se".E assim comecei meu dois mil e catorze no auge nos meus vinte anos. Resolvi que:
1- Meu relacionamento não irá ser colocado em nenhuma frase depois de conjunções de adversidade (para os que deixaram a gramática lá no colégio - não deviam tê-lo feito, a propósito- são exemplos: mas, porém, contudo, todavia, entretanto). Se me pegar fazendo isso, pagarei a árdua punição de pensar porque o fiz. E resolver, logo, transformá-lo.
2 - Minha palavra do ano é: chuva. Não é a toa que ela existe, logo, antes de maldizê-la passarei a aproveitá-la. No sentido literal e também no figurado. Divaguem sobre a potência de transformação disso: você vai pensar em, no mínimo, três exemplos de aproveitar a chuva e, sem perceber, estará sorrindo.
3 - Farei uma surpresa para algumas pessoas que me resolveram em 2013. Nada espetacular, mas grandioso no coração.
4 - Valorizarei mais o vento que sussurra na praia da esquina. Dizem que o vento esparrama folhas secas amontoadas e elas ficam mais leves para voar pra longe.
5 - Não darei tanta atenção para as regras que ninguém sabe quem as inventou. Exemplo: estou escrevendo esse texto de ano novo já no dia 7, na madrugada da volta às minhas aulas bem cedo. Ou seja, não dei atenção à regra de fazer promessas, nem de que sejam feitas no dia 1, nem de que tenho que dormir cedo para acordar amanhã. Resultado: é com prazer que deslizo meus dedos por essa tela em branco e transformo minha primeira "noite resolvida" em um pouco de alegria.
6 - Escreverei. Sempre. Que as nuvens do meu pensamento sejam transcritas em palavras-sentimentos até que se faça calo nos meus dedos e minhas bochechas passem a doer pelos sorrisos.
7 - Falarei menos, conversarei mais. Ou seja, serei mais vulnerável a trocar, e não discursar. E, sem sequer perceber, ficarei mais agradável para aqueles que dividem essa vida ao meu lado.
8 (e não menos importante) - Diminuirei a barriguinha que começa a salientar no meio do meu corpo. Na verdade, esta última é bem uma promessa, porque daí dou menos atenção aos imprevistos (pizzas que desejam minha boca).
Não, na verdade não. É uma resolução. Afinal, eu disse "feliz 2014" e sem pizza ainda não descobri o jeito alternativo de encontrar felicidade.
9 - apesar de ser meu último ano pleno ao lado da ~~juju~~, não ficarei triste por qualquer que seja seu destino (a não ser que este destino seja voltar pra mirassol e trabalhar numa loja de roupas, ou numa lanchonete, sei lá) porque eu guardarei nossa amizade pro resto de minha vida. (visto que ela irá morrer antes de mim)
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