sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Vermelho



As vezes eu só quero descansar
Desacreditar no espelho
Ver o sol se pôr vermelho
Acho graça
Que isso sempre foi assim
Mas você me chama pro mundo
E me faz sair do fundo de onde eu tô de novo
Nada sei dessa tarde
Se você não vem
Sigo o sol na cidade
Pra te procurar
Eu bem sei onde tudo vai parar
Já não tenho medo do mundo
Sou filho da eternidade
Trago nesses pés o vento
Pra te carregar daqui
Mas você sorri desse jeito
E eu que já perdi a hora e o lugar
Aceito.
Nada sei nessa tarde
Se você não vem
Sigo o sol na cidade
A te procurar
Nada de meu nesse lugar
A cidade vai pensar
Que nada aconteceu em vão
Você vai me ligar então mais uma vez


terça-feira, 28 de agosto de 2012

Como nos velhos tempos...

Choveu: na cidade, na rua, no quintal, no rosto. Trazendo cheiro de terra molhada, assentou os sentimentos e alimentou algumas dúvidas. Nada muito grande tal qual a própria chuva, mas significativa, de um jeito de decidir sobre os sentimentos dos próximos dias, que não são muitos, mas intensos como a vida anda sendo. Com o tal do 'incerto' assombrando tudo, o jeito é dormir com o sol, acordar com a chuva sorrindo na janela. Que o encanto continue sendo trazido pela trilha sonora de um aleatório que fez as pazes comigo. Essa foi a terça-feira.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

"E, não se preocupe, é impossível não notá-lo: ele chega como furacão sem pedir licença e  executa seu milagre – nos permite reinventar a nossa forma de enxergar o mundo. E é aí que você finalmente entende:  o amor é sempre muito mais do que dizem sobre ele."

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Roberta

Há quem diga que aniversários são dias comuns como quaisquer outros, ou até dias sem importância. Eu acho que, apesar de ser isso tudo, ele é importante no sentido de nos fazer dedicar algumas palavras ou até algum tempo desejando e atraindo coisas boas a quem a gente ama. Hoje é um dia assim, pra mim, Rô. Hoje fazem 17 anos que Deus começou a escrever uma história linda na sua família trazendo você pra perto deles. Quão sábio como Ele é, ao mesmo tempo, enquanto eu tinha os meus dois anos, Deus me preparava para que eu te conhecesse em algum momento da minha vida (que eu não lembro ao certo porque a gente se encaixou tão bem que as datas ficaram ofuscadas perto da magnitude da nossa amizade). E assim Deus o fez, ainda no seu mistério da causalidade, mas fez. Aos poucos Deus foi cruzando nossos caminhos e unindo as nossas linhas num laço. Deus nos desenhou amigos e fez um faço bem bonito, e além disso, forte, pra não ser solto nunca. E então nos nomeou: Presença. E essa presença se tornou independente de distância física, pois estamos um no outro por mais que as montanhas de Minas nos separe por algum tempo. E por sermos presentes, fez com que pudéssemos compartilhar grandes momentos das nossas vidas e nessa hora passa um filme de lembranças boas. Foram conversas sem sentido na madrugada sentados no banco da praça, foram segredos revelados e dicas dadas, foram conselhos sobre a vida e muitas risadas, cara, MUITAS RISADAS, foram histórias divertidíssimas como a formatura da Ana, foram momentos maravilhosos na presença de Deus, onde Ele nos quebrantou junto (aquele último dia do acampamento, aquele abraço, que momento mais gostoso). Enfim, memórias que Deus preserva pra ajudar a valorizar pessoas maravilhosas que Ele coloca nas nossas vidas. Desejar todas as felicidades e sucesso pra você já é rotina, mas é bom pra deixar claro hoje! To contigo sempre, te levo comigo sempre, minha amiga. Sinto sua falta e solto um sorriso quando lembro de você e to longe. Te quero bem perto, sempre, e acho que isso vai ser inevitável porque mesmo se você não quiser, eu te atormentarei. Por fim, sou grato a Deus por te colocar no meu caminho e como forma de agradecimento faço questão de mantê-la. Te amo, e to aqui pra tudo que você precisar. Feliz aniversário!

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Desejar ser seu romance

Eu gostaria mesmo é de estar aí, com você, nesse seu colo de pernas à mostra carimbada por um sol de domingo a tarde. Gostaria de ter passado esse domingo com você, sorvete no nariz e cócegas sem sentido, só pra te roubar um beijo. Gostaria que você me cheirasse assim, e sorrisse tímida depois, com um pouquinho de afeto das covas dessa sua bochecha vermelha. Gostaria que você esquecesse do tempo comigo, e fizesse hora encantada pelo meu sorriso. Gostaria de ser o café que você leva a boca agora, e estar num pensamento bom que eu percebo pelos seus olhos. Gostaria que você me acompanhasse com os olhos de jabuticaba e então decidisse me levar pra casa.
Esse é o motivo pelo qual insisto em, religiosamente, vir atrás de você em domingos de chuva. 
E assim, desejar ser o livro que escolhes, exploras e comes e levas pra casa.
Esse é meu segredo: eu to parado na menina da livraria que, sozinha, escolhe livros em dias cinzas e de quebra, colore um pouco da vida de um cara away.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Des(a)prende

que o rumo da vida seja dado ao vento
que as consequências tenham ficado para fora. 
que a consciência peça um tempo 
e as razões façam hora...outrora.
que não se valha nada, 
nem hoje, nem agora
que se faça greve de bom moço
até que o sol raie na aurora.
oito ou oitenta.
diga "Oi" e tenta
mais de uma vez, se necessário
ser um vagabundo
Ah, se contempla!

domingo, 19 de agosto de 2012

Perdido

eu posso dar voltas
e mais uma curva pra direita
mas ainda não encontro
o caminho pra te entender.

eu posso dançar um tango
e beber uma taça de vinho
que mesmo em devaneio da arte
não entendo seu caminho.

posso até argumentar com retóricas
e prometer um improvável abandono
posso dar uma meia volta
que daí...
daí não encontro nem o meu caminho.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012


Quero é te ver dando volta no mundo, indo atrás de você, sabe o que
Rezando pra um dia você se encontrar e perceber
Que o que falta em você, sou eu...

Falho amaciante

Coloquei as cobertas pra lavar. Uma a uma ajeitei-as na máquina, caprichei no sabão em pó e assisti todo o processo ali em pé. Acreditei em cada enxágue, na espera de que a água levasse todos os sentimentos com ela. Centrifuguei todas as lembranças a fim que não volte ao centro nunca mais: coração. Peguei os prendedores do desapego e da razão e as pendurei no varal de um sábado a tarde. Até o varal quase não aguenta o peso do que fomos. Deixe-as sob o sol para que cada gotícula de saudade fosse evaporada e pedi ao vento que levasse as nuvens formadas por elas pra chover em outro local. Que o vento seque esse amor pra nunca mais. Que as boas lembranças sejam esquecidas.
                                                                                ***
É segunda-feira. Recolhi as cobertas pra um novo começo, arrumei a cama.
Sinto o perfume das cobertas lavadas com um tom de esperança.
Merda, ainda tem seu cheiro.

Nascer do So(u)l

O embalo do Soul alinhado às horas se despede com algumas lágrimas e uma poesia estrangeira. A fila anda e o samba está pra vir: arco-íris. Troco dois potes de ouro pra ter você do meu lado, deitada sobre o meu abraço, sentindo o cheiro da lua. Suas pernas trançadas às minhas e um beijo quente pedido pelo frio da noite. Está se findando o soul, última música.... vamos amanhecer com o samba. Bom dia, amor meu.

Trilha sonora

Eu fecho os olhos e me imagino dançando a mais bela música que, de alguma forma, me enraíza. Esse é meu escape para o completo embaraço que parte do coração e chega a língua, me impedindo de traduzir o inacessível. Eu tento imaginar aquele rosto que me pode me trazer um sorriso, mas acabo por derramar lágrimas irracionais. Sem motivo, agora sento na varanda. Revolto com a irresponsabilidade do mundo e sinto a mais saudosa das saudades das crianças sorrindo de um palhaço colorido: essa nossa vida. Ai que aperto. Triste dança. Ai que aperto.

aniversário

Existem muitas coisas na vida que nós questionamos depois de haver optado por elas, nos indagamos do porquê delas terem tomado tais rumos ou o que quer que seja. Mas questionamos mais ainda coisas que nos são impostas e que não escolhemos, ficamos nos perguntando porque é que elas acontecem e as razões pelas quais devemos passar por isso. Ter uma irmã é uma delas.
Eu não tinha 3 anos quando a barriga da minha mãe começou a crescer e, portanto, não muita noção do que estaria pra vir, eu só achava maneiro. Daí você veio, sem um pintinho: uma menina que precisava de respeito e cuidado. Eu não entendi muito bem essa coisa e não foi maneiro perder o trono da casa, e por bastante tempo eu fui arisco a isso. O incrível é que por algum motivo místico, Deus deu pra trazer você o mais completo oposto de mim e isso não foi legal, porque você me irrita de uma maneira muito competente. Mas com o tempo Deus foi me lapidando e me fazendo entender -ainda meio embaçado, claro- que Ele me trazia você pra que eu pudesse crescer, de todas as maneiras possíveis. Deus me levou pra fora de casa pra que eu pudesse compreender que apesar de você ser insuportável eu iria sentir sua falta, e que lhe desejaria o melhor nas minhas orações antes de dormir.
Enfim, faz 16 anos que eu passo por esse turbilhão de sentimentos e paradoxos, mas acho que é necessário dizer, as vezes, coisas que podem não ser tão nítidas no dia-a-dia, para que a chama mantenha acesa. Irmã é pra sempre, não adianta, e amor de irmão também é, doa a quem doer. Meus parabéns e minhas sinceras felicidades a você, minha irmã. O sangue que nos corre pelas veias carimba nosso "pra sempre juntos". De um jeito torto eu to aqui, sempre.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Sobre incertezas...

O samba, pra falar bem a verdade, cai como uma luva pra aquilo que eu careço de viver, mas não aquilo que insisto em sentir, cada vez melhor maquiado por um sorriso diferente. Confesso que depois de consertado, meu sorriso ainda me leva a muitas alegrias, e com ele eu me viro bem. Ele em sido um ótimo cartão de visita, independente da veracidade ou profundidade que ele reflete.
O coração que não tem se virado bem, ou acabou por ficar no avesso e não conseguiu desvirar. Por fim, a dúvida é que toma conta, estagna o coração e tonteia a mente. Eu não sei por onde ir. Parei de seguir as placas quando só dava com a cara nos postes e desde isso, perdi o rumo. Sem rumo, abro os braços pro vento e suspiro... o  melhor deve estar por vir.

domingo, 12 de agosto de 2012

Sob o tédio da noite e algumas fotos antigas, eu lembro um pouco daquilo que a gente foi juntos. E dá uma vontade de fazer de novo e sentir o seu cheiro e rirmos sozinhos de nada. Dá uma vontade de fazer tudo diferente e contar com a sorte do destino, e fazer valer tudo isso...
Hoje eu vou dormir pensando em você.

sábado, 11 de agosto de 2012

Convite a tristeza


"Vou convidar minha tristeza pra dançar
A noite inteira eu vou rodar
Ver nos meus braços ela amolecer
Depois, refeitas
Um café eu vou pedir
E se ela me sorrir
Mil galanteios sei que vou dizer
A noite inteira farei ela gargalhar
Dizendo coisas que até mesmo Deus duvida
E aí então
Quando ela se apaixonar
Desapareço, num piscar
Da sua vida"
...♪

Músicas goxtosinhas embalando minha noite :)))

Viagem

Me vira, mexe e contorna
embrulha com um laço,
cola com maresia
e enfeita num beijo,

Me leva.
Me leva pronde o sol não toca
e o luar domina o céu
e canta e nos faz dormir.

Enrosca suas pernas e
Me prende nos seus olhos,
Enlaça suas mãos
e me faz esquecer o mundo.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Verão amor

        E como se estivesse a comer o último pedaço do algodão doce que te comprei na praça, me despeço a beira do carro que, contigo, leva todos os meus planos traçados sobre o seu cheiro de manhã. E volto pra casa chutando lata e tentando planejar um novo estilo pra viver essa coisa que me sobrou da vida. Passo no supermercado e procuro um sabor de chá que não me leve ao seu pé frio do fim da tarde ou alguma comida congelada que não me lembre o barulho de você andando de meias pela casa. Ah, essas minhas associações tão estranhas quanto o encaixe que a gente se fez nesse amor de verão. Amor de verão. Esses móveis todos verão minha procura por você no vento da tarde balançando toda minha saudade no varal. De repente, o clima ficou seco, e o vinho mais ainda. Fecho os olhos e permito o sorriso tímido da lembrança boa. Lá se vai mais uma tarde, a primeira tarde sem você...

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

a mando

confesso: estou amando.
a mando do seu olhar.
completo à você.
sob seu comando.

Tributo a futilidade

       Eu podia estufar meu peito de orgulho ao ver minha cama repleta de avessos. Eu me dava esse direito de só deixar pendurado nos cabides as bem-feitorias, preocupações com a sociedade, poses, boas posturas e cumprimento de obrigações. E então fechar as portas à chave e sair para dar uns amassos com a noite. O resto podia ficar tudo ao avesso e eu estava adorando. Eu podia sair sorrindo sozinho pela rua que, repleta de pessoas, seguia minha direção: aquela contra o vento. Ah, eu já havia destinado todos os dilemas para a roupa a ser usada e agora só me importava com o que havia de beber. Meu único objetivo seria o estado alcoólico e eu estava mesmo era me fudendo para o resto.
       E sob esses focos, eu nem estava aí para quais amigos faria companhia, nem para quais pessoas daria boas doses de cara de vendedor de tapetes. A noite era minha única companhia obrigatória e eu mesmo, meu maior amante. Deixei a rua me levar, e dei meu coração ao vento. Me senti livre com uma latinha na mão, um sorriso cafajeste no rosto e milhares de desconhecidos. Ah, um brinde a liberdade! Aquele abraço apertado a quem inventou a sensação de não fazer nada de útil e sentir aquele prazer compensatório.
     Sentir a alma lavada, a consciência distante, o vento usurpante e o coração livre pra um sorriso largo. Obrigado, querido fim de semana.

alcance

     Eu queria poder saber mais de mim pra ousar alguma aproximação mais sólida, daquelas que levam a beijo na boca. Eu queria passar desse estágio de te ver dançando em câmera lenta, com um sorriso alcoólico daqueles de parar o tempo e a blusa molhada pelo álcool que, desejando seu corpo, o tomou, diferente de mim. Eu queria ser menos babaca e não precisar sair mentindo por aí.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Grande Merda

Sério? Ah, fico feliz por isso, obrigado mesmo.
Pra falar bem a verdade eu já estou virando mestre em estampar essa minha cara de vendedor de tapetes e sorrir e agradecer. Dessa vez foi uma amiga do colégio que eu reencontrei no caminho da locadora (obviamente quem estava indo lá era eu, ela provavelmente tem uma vida). Disse que estou bem mais bonito e pareço, assim, não sabe bem explicar mais é uma coisa boa. Minha vontade foi nem responder, abrir a carteira e indicar um oftalmologista (sempre carrego um cartão para essas ocasiões que, sinceramente, eu não sou obrigado). Mas não o fiz, porque apesar de tudo ainda sou um filhinho da mamãe e educação é primordial pra ser uma cara legal. Não deu certo comigo, mãe. Coitada, devo estar a julgando mal, ela não deve ser lá aquela míope tipo a dona Bete do 37 e só quis me agradar. As vezes, essa minha amiga se evoluiu espiritualmente e consegue enxergar um futuro daqueles bem longínquos. Idiota. Eu. Não ela. Ela só não conseguiu perceber os  meus olhos fundos refletindo o vazio na alma que estou carregando, só não percebeu que estava indo a locadora num sábado a tarde e que pelo meu cabelo todo despenteado, eu não teria companhia pra ver os tais filmes. E que eu estava falando sozinho quando ela me abordou. Ela só não percebeu que eu ando por aí invisível e no máximo agradeço pelo elogio de alguma bem-feitoria que eu tenha feito. Grande merda. Ela só viu, ou não viu, aquilo que todo mundo, ou ninguém, vê, ou não vê. Entende? Ela é igual todo mundo. Todo mundo.

fazendo escala

"Nunca sei se estou lendo perfeitamente a situação, eu sou meio minhoca pra essas coisas, não sou exatamente o tipo de cara que sabe o que fazer. Sempre acho que, na verdade, isso que eu acho que é, nunca é. E que eu vou levar um fora na metade do caminho até a boca dela. E aí ela vai espalmar a mão no meu peito e dizer coisas como “Não sei se a gente devia” ou “É impressão minha ou tinha alho no Yakissoba?” Então prefiro ficar na minha, até que a fruta caia no meu colo de tão madura. Se eu fecho os olhos e imagino, a cena fica boa; mas aí miro ela e minha boca parece estar em Madrid, e a dela em Tóquio. Quando tudo vai bem é porque chegou a hora de alguma coisa dar muito errado."