sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

constância da saudade

Saudade, é isso que tem me consumido hoje. O que sempre me aborreceu, e hoje, com maior intensidade, é o fato de não ser onipresente; sério, queria ser um x-men e poder estar em mais de um lugar ao mesmo tempo, assim não sofreria tanto deste desejo sufocante que é querer estar perto, junto, grudado na felicidade da presença. Essa vida dupla, ou tripla, de manter vínculos tão necessários em cidades distintas é bom, sim, é maravilhoso me contemplar com as trocas de pessoas incríveis e amáveis, mas, ás vezes dói.

Estar em casa é maravilhoso, é meu refúgio, é meu casulo de paz e segurança, é meu lugar secreto, meu canto do mundo. Aqui tudo é sempre tão intensamente calmo, tão exorbitantemente sereno. Aqui é Minas Gerais e uma família ao redor de uma mesa. Eu existo por esse lugar, eu sou o que sou por esse lugar.
Além dos meus amigos, claro. Pessoas aqui que me formaram. Pessoas que cresceram comigo e tratarão de envelhecer também. Pessoas as quais eu dependo com todo o meu ser, as quais eu amo incomensuravelmente. Pessoas com quem estudei em Pouso Alegre, e que, sem dúvida, poucas, porém, exatamente aquelas as quais eu necessitava e ainda necessito, hei de levar comigo. Muitas vezes, mesmo que distante e não tão participativo, mas torcedor e presente em cada caminho que, a partir dali, começou a ser traçado.


Mas estar em Santos é, cara, indescritível. É me encontrar comigo mesmo numa dimensão extraordinária. É ouvir meu coração pulsar ao som do mar batendo nas pedras, é ouvir meu respirar num fim de tarde olhando o mar: felicidade. E é também a inquietação de uma liberdade impagável, é viver pra mim e pra mais ninguém, é viver de mim e de mais ninguém. É curtir a vida e ser feliz, intensamente mesmo. É conviver com uma família que eu escolhi e que não podia ter feito melhor, é me sentir parte... é ter uma quantidade de amigos tão parecidos e tão distintos, é pertencer a um grupo que se interessa exatamente por aquilo que eu anseio. é amar pessoas, somente pessoas, pessoas como eu em uma posição muito parecida com a minha.


Então seria mesmo extraordinário juntar todos esses mundos em um só lugar e ser inteiramente completo: sem saudade, sem dor. Porém, nada disso junto funcionaria e eu sei que o que faz tão necessários esses mundos, são as distancias em que eles se encontram um do outro. Mas, então, nada teria eu do que reclamar aqui, mas reclamo. Apesar de ser perfeito assim, não é. Minha saudade é urgente e ela atropela a razão. Quero estar em todos os lugares ao mesmo tempo e desfrutar de todas as companhias e emoções ao mesmo tempo, quero tudo comigo agora, quero vocês todos aqui do meu lado, ah..... eu sinto tanta falta!

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

linhas tortas?

dormi ontem todo desarrumado, emocionalmente. tava meio sem estrutura e corri pra Deus: pedi ajuda, dormi. acho que Ele deitou lá e dormiu comigo, do meu lado, zelando. acordei animado apesar de pouco tempo de sono. resolvi mil coisas, coloquei mochila nas costas, caminhei na beira-mar, aproveitei o sol e queimei uns neuronios tristes. peguei um onibus de volta pra casa. o tio nao me deixou escolher a poltrona e peguei um corredor com a alavanca de deitar quebrada, fiz cara feia e gesticulei comigo mesmo, mas dormi até são paulo. falei com a mayara por mensagem combinando nosso almoço. peguei o metrô.
pensei mil coisas nao pensei nada, encontrei a Milena na sé do meu lado. como assim, Deus?! a gente mora muito perto pra se encontrar no metro indo pro mesmo lugar pegando o mesmo onibus. esperei pela mayara e fomos almoçar. foi bom demais e fim.

tipo, não é so isso. sério, eu to raciocinando aqui escrevendo esse treco. sério, Deus é demais, mano, nao tem pra Ele mesmo. eu pedi pra Deus organizar minha cabeça pra mim que eu nao tava conseguindo né, e me tirar esse baixo astral e tudo aquilo que eu tava sentindo nao sentindo. dai Deus fez né, Ele me honrou com o compromisso da may de me contrar e almoçarmos, que tipo foi leve e sorridente e aquilo que eu precisava. E ainda  me botou a tal da Milena pra encaixar com isso e me completar com o sorriso dela e novidades felizes. Deus me deu um dia alto astral como eu pedi. e fez mais, mudou umas coisas aqui, jogou fora umas merdinhas e regou uns botoes que estão quase prontos ora florescer.

Deus me trouxe de volta pra casa do aconchego, no meio do caminho da minha literal casa. Deus me trouxe de volta pra simplicidade da vida maravilhosa que Ele me deu e me fez reconhecer o valor de sorrisos tão comuns. Reviveu em mim a surpresa de ver um sorriso pela primeira vez, naquelas que já estão a tantas vezes na minha vida. ah, Deus me fez sorrir aqui escrevendo isso. Deus me fez melhor, hoje. De novo.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

escrevi, apaguei, escrevi de novo e apaguei. não to conseguindo organizar as ideias. ta tudo confuso. ta tendo mudança, daquelas. a mente e o coração não estão conversando, clichê mas ok whatever. to experimentando sensações antônimas ao mesmo tempo. não to sabendo me expressar, não to conseguindo interagir. só meus olhos estão conseguindo falar, pelo menos acho que estão, só algumas pessoas sabem ler olhos. só algumas pessoas leem meus olhos, eu não. pelo menos não esses visíveis, os olhos que eu compreendo são os que estão olhando pra dentro de mim, e pra dentro ta tudo embassado, tem nevoeiro, tempestade, mas tem bonança pra chegar, eu vejo. eu acho que eu compreendo. não to me fazendo entender, mas sei que isso é bom. o processo dói mas é bom no fim. tudo é bom no fim. sério. também to precisando de mim, eu de dentro e eu de fora. eu de fora pode ser um alguém, da pra entender? aquela pessoa que agiria exatamente como eu sendo ela. to precisando dela. ela existe, pode crer. é legal, isso. todo mundo deveria ter dois eus. muito louco isso. muito louco eu. muito louco nós? sei não, ta complicado. mas já diria o principezinho, o que torna belo o deserto é que ele esconde um poço em algum lugar.

what if

eis que encontrei um treco desse de alguém, alguém que é mais importante do que pensa. eis que me identifiquei e passei a pensar o quanto isso me seria bom. voltei no tempo, revivi sentimentos, desfrutei da confusão que foi solucionada mantendo-se confusão, porém oculta, encostada no cantinho pequeno do coração, ou da mente sei lá. mente e coração tem brigado um pouco aqui dentro. to em cima do muro, whatever. e se eu começasse a fazer uso disso? e se eu me encontrasse em mim tanto quando encontrei no alguém? e se desse certo? e se nao? e se? what if?