terça-feira, 14 de janeiro de 2014

You

Ontem passei o dia pensando no quanto você tem feito bem. De um jeito que você nunca fez, nem quando eu sonhava que você o faria, algum dia no meu futuro maneiro. Passei o dia colocando o tempo no divã. Interroguei, perguntei dos motivos, pedi que falasse um pouco mais, desse outros exemplos. Que relatasse como se sentia em relação à isso. Respeitei, ainda, seu silêncio.
Fiz, portanto, uma sessão de análise. Com todas as técnicas que tenho aprendido.
Pobre de mim que não entendi nada, descobri muito pouco. Nem percebi que o tempo me deu um baile, manipulou e os limites analista-analisado se perderam. Como sempre faz. Fui eu quem saí desconfiado, angustiado, com uma pulga mutante ultrassônica atrás da minha orelha.
Como boa sessão de análise, fui entendo aos poucos, pelo caminho, seus resultados e repercussões. Sentei agora e depois de meia dúzia de palavras trocadas vivi a insegurança que é sentir. Em 3 segundos, afirmei que te amava e acreditei fielmente no recíproco. Desdecidi e acreditei ainda mais que não. E já pensei na finitude de nós. Fechei os olhos e, de repente, senti que é pra ser. Meant to be, como você gosta de dizer.
Daí o vento sussurrou o silêncio da sessão de ontem: você não vai saber, vai ter que me esperar dizer.

E eu vou aprendendo, na pele, alma e afeto esse negócio de amor.

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