Vire a esquina:
Primeira à direta,
ande mais um pouco:
cinco quarteirões.
Segunda à esquerda:
dessa vez ande um,
e depois a esquerda,
novamente.
São dez novas esquinas
e depois, vire,
já não importa o lado.
Siga em frente.
Vire a esquina.
Redobre todas as esquinas
e não olhe pra trás.
Não.
Vire outra esquina.
Pegue a estrada,
Faça uma esquina na estrada.
E outra.
E não volte.
E não se lembre.
E, se quiser voltar,
se, ainda, souber o caminho e,
ainda, não se perder:
recue.
E se ainda vier,
lembre-se:
eu virei a esquina.
E algumas outras.
Muitas outras:
direitas e esquerdas.
Estou em um campo,
algum lugar chamado amor,
onde você nunca esteve.
E não estará.
Vire a esquina
e siga.
Por favor: siga em frente.
Não esquece de fazer outro depois. O terreno é móvel, o vento não para de brincar com a areia do deserto. Uma linha traçada agora pode mudar de cor amanhã, fazer curva, cruzar com outras...
ResponderExcluirNunca pare de rabiscar. (:
Que aproveitemos as linhas pra fazer novos caminhos!
ResponderExcluirMas alguns mapas, de fato, precisam não ser refeitos, meu caro.
Algumas coisas precisam ser finitas, porque os antes laços, agora viraram nós apertados.