Domingos sempre são e sempre serão solitários. Ao som da chuva lá fora, da onda que quebra ali no quintal, do soul que sussurra no quarto, do samba que espia de longe. Domingos são dias que se ouve a si, e dói. Dói um choro. Dói o choro da solitude.
Sinto o corpo se contrair pra tentar abraçar o coração que se arrasta e quase se faz pó. São todos os músculos se remexendo pra que nada desmorone, que não falte o impulso que mantém tudo que pé, que erga o sorriso e agradeça. Ah, no contrair-se não sobram espaços para as lágrimas antes quietas. Dói a perda do que não existe e sai depressa sem pedir seu espaço. Não cabe aos olhos de tão triste uma falsa história acabar.
E a noite se encarrega de ouvir o choro, quieto, triste, censurado e não perdoado. E nem seu abraço parece suficiente. Na praia os grãos de areia não contam número maior que o tempo perdido, que o que foi mentido. Ah, peço desculpas. Choro triste até o sol nascer, quem sabe o triste sol se pôs aqui e nasce um novo amanhã. Quem sabe....
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