Estou aqui, como de costume, sentado à mesa da sala com alguns aglomerados de folhas, textos e anotações de uma matéria, praticamente, obscura para mim. Por ser mais de meia-noite, cabe ao leitor perceber que há uma força maior que adestra meu corpo e molda minha tão redonda bunda à essa árvore (tão viva) que se faz morta e estruturada nessa cadeira: a prova que terei amanhã.
Também fazendo jus à minha rotina pré-avaliações, meu tão companheiro computador ilumina minha cara e faz a internet (esse vasto mundo de possibilidades) parecer incrivelmente atrativa e interessante como todos os dias não-pré-prova se recusaram a ser. Sim, incluem-se sábados e domingos de absoluto tédio e falta de companhia que não proporcionaram nenhum afago de interesse nesse que vos escreve.
Como estou aqui fazendo pirraça aos meus estudos, minha criatividade-inútil acaba de dominar este cérebro preguiçoso e, então, pensamentos inúmeros e aleatórios me tomam por minutos, dentre eles o de escrever esta crônica para esse blog. Blog este que não tem passado de algo meloso e melodramático. Talvez um pouco de dia-a-dia seja interessante (o uso da palavra interessante denuncia que escrevo sem pensar, pois nada há de interessante nessas minhas enrolações).
Nesse dia da consciência negra tudo que fiz foi::::::::::::::: nada. Aproveitei o feriado e não fiz absolutamente nada de útil, nem sequer honrar de alguma forma (com escrita, pensamento, reflexão) os que nomeiam esse dia que tornou-se inércia, pra mim. Nem ao menos ir à praia ali na esquina que me faz privilegiado e motivo de inveja daqueles que estão a trabalhar, ou me justificar na máxima: "pelo menos eu me diverti, e a vida passa tão depressa". Aqui nas minhas divagações inúteis meu superego tenta em vão me culpar por ter tido o dia todo para ler esses textos e não o ter feito. Em vão, porque meu superego, ultimamente, tem sido muito falho. Coitado, não tem dado conta de nada.
Nesse embalo que me ocupa, já jantei duas vezes. Pensei que não devia ter feito porque voltei pra casa nesse fim de semana e tudo que ouvi nos quatro dias de visita foi que engordei. E ouvi não dizendo para mim, mas de mim, o que quer dizer que a situação pode ser mais séria do que parece. Mas como já dito, superego está falho: dois generosos pratos de um frango ao requeijão de dar causa à minha barriga saliente.
Pensei também que vou escrever um texto que já tenho pré-elaborado e enviar para um site que eu gosto pra ver se eles publicam. Mas não escrevi esse texto agora porque será de uma situação que eu ainda vou viver, e apesar de já ter a pre-meditado, a vida é cheia de suas surpresas e prefiro que elas acalorem o texto. Mesmo porque vai que não acontece e o texto é publicado mesmo assim, não vou gostar da sensação de escrever ficção e as pessoas tratarem como realidade e eu ficar refém do não-vivido. Esperarei.
Foi daí que tive a ideia de escrever sobre o fato de esperar para escrever. Mas daí decidi que não porque estou com a sensação de que vai ficar meio meloso e, como já sabemos todos, a ideia é sair dessa prateleira da melancolia do blog.
Voltei a cozinha pra deixar meu prato e decidi que meu próximo intervalo de estudos (esse já dura mais que o estudo em si) será lavar a louça, e caminhando nessa ideia pensei que devíamos fazer outra tabela para lavar o banheiro, porque está confuso a forma que está. Mas enfim, ninguém em casa pra que eu compartilhe dessa ideia.
O que me levou a pensar que eu recusei de ir aos bar com meus amigos (estes mesmos que terão prova assim como eu amanhã) e passei o tempo todo aqui nesse computador, sem estudar como eles. Isso seria ruim se eu estivesse arrependido, mas não estou, porque realmente foi bastante legal esse momento de internet, li bons textos, bons poemas... conheci novos anônimos escritores do dia-a-dia que, de alguma forma passarão a me inspirar. Se é que já não o fazem nessas linhas tortas que costuro agora.
Enfim, não há nada a que se escrever por aqui. Preciso começar meu segundo round de estudos para que eu não me ferre profundamente amanhã. Provavelmente, voltarei, no próximo intervalo, mas prefiro me despedir num instinto de auto-fé de que o foco será meu novo melhor amigo.
Ah,"novo melhor amigo", lembrei que tenho que escrever sobre isso também...
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