sábado, 7 de dezembro de 2013

Nada mudou...

Hoje eu fui à praia e me sentei naquele cantinho entre as árvores onde costumávamos sentar. Era de manhã e quase ninguém podia me ver, o sol parecia que acordava mais cedo pra me fazer companhia. Engraçado... me peguei dividindo a sombra com você, mesmo que você não estivesse ali do meu lado. E sorri, me lembrando de quando reclamava por eu ser espaçoso demais. E senti suas mãos às minhas, e seu cheiro foi o único que eu conseguia respirar. E, então, consegui sentir você do meu lado, quando o vento trouxe seu olhar, bem devagar. E eu tentei segui-lo... em vão. 
E percebi que passarão terças, quintas, sábados, verões, outonos... passarão as mais longas primaveras. E meu amor não será passageiro, nossa árvore não morrerá, o sol nascerá mais cedo, o mar fará silêncio e eu sentirei você aqui do meu lado, até que nossa saudade morra por dois instantes e alguns beijos. E nossa estrada nos dividirá, de novo, e eu sempre voltarei à praia...
até meu mundo acabar. 
 

Um comentário:

  1. Essas fotografias pregadas na memória. Sempre esse instante paralisado, ultra nítido e alucinatório. É difícil organizar essas fotos mentais, nós que somos tão bagunceiros.
    Obrigado pelo texto como sempre muito bom.

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