Se perguntarem de mim, diga que vivo. Diga a eles que cresci, não sou mais o mesmo. Diga que eu não sou mais o mesmo: repita isso para que eles guardem. Diga que irão precisar me conhecer todos os dias, e todos os dias me reconhecerão, porque a vida vem num tufão... que se perde de areia tanta dentro do coração. Diga, também, que fico bom tempo sozinho, e não por falta de amigos, mas porque me sou um deles. Diga que continuo a falar sozinho, e também, a chorar sozinho. Diga que minhas piadas não mudaram, e que ainda riem delas. Diga, também, que permaneço romântico incurável, mas que o amor mudou de sentido pra mim. Diga que sou calejado, mas também livre. Diga que não sou mais o mesmo: sempre repita isso. Discorra das mudanças. Diga que ainda sinto minhas mãos na sua cintura e as outras no seu cabelo quando o nosso beijo calava o mundo. Eu ainda sinto. Mas diga que não sou mais o mesmo. Fale que continuo ciumento incurável, e que repudio ouvir aquilo que se presta a tentar me agradar. Diga que adoro ser contrariado e, por isso, não sou mais o mesmo. Diga que encontrei aqueles que durarão até que eu morra. Diga que sou completo, e tanto ser completo, incompleto me faço. Diga das saudades que se amarram nos meus pés e compõe os meus caminhos. Diga que ensaio conversas sérias andando pela rua na madrugada. Ah, avise que agora eu escrevo pra me libertar. E peça pra que não leia. Por favor, se for preciso diga. Diga que vivo. E que cresci. Eu cresci. Mas diga, só se perguntarem... se não, viva. E cresça. E nunca seja mais o mesmo.
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