Um dos poucos privilégios de se aniversariar na última semana do ano é conseguir mesclar as reflexões que nascem para mais um ano de vida, e para mais um ano novo pra todos que me cercam. Os abraços vem mais ávidos, os sorrisos mais sinceros, os olhares mais quentes.
2012 foi um ano muito incrível pra mim. Diferente de quase todo mundo que me cerca e não teve lá um ano muito feliz, eu tenho à agradecer às bençãos que Deus enfiou até não caber mais na minha vida. Era um desafio muito grande fazer desse ano melhor que 2011, no qual o rumo da minha vida mudou completamente e eu vivenciei as melhores sensações da vida que se compõe no primeiro ano de Universidade, mas 2012 trouxe detalhes que floriram minha vida e minha história. No último dia de aula, um amigo fez a brincadeira de falarmos a palavra que marcou nosso ano, assim numa simples conversa de padaria, e eu escolhi Consolidação. Expliquei que 2012 serviu para assentar as coisas, que tumultuadas vinham na euforia de terminar o primeiro ano morando há mais de 400km de casa. E assim aconteceu, 2012 mostrou os lugares, as coisas, os sentimentos, o mar, o sol, a praia e a lua: mostrou beleza. Desembaçou os vidros e nomeou amores. 2012 trouxe a certeza dos melhores amigos da minha vida, e consigo a confiança que eles estarão sempre por perto, independendo de como eu esteja para lidar com eles. 2012 trouxe clareza profissional, trouxe boas escolhas na universidade e rumos novos e instigantes, trouxe realização e sentimento de estar fazendo a coisa certa, certeza de estar vivendo pra aquilo que eu nasci. Esclareceu ainda meu lugar na minha família e fez as relações mais claras e reais. Mas não deixou de trazer lindas surpresas, meu deu novas amizades lindas e um presente incrível de uma sensibilidade única, acrescentou pessoas a me cercam com olhos grandes que abraçam e me ocenam.
Meus 19 anos puderam ser comemorados em 2 instantes, tais como a minha vida se integra. Ao comemorar meu aniversário em Santos, eu percebi que quase não cabiam as pessoas no local e notava que Deus não parava de colocar gente especial ao meu redor e fazer com que elas se importassem comigo, praticamente todo mundo deu um jeito de mostrar o carinho que me dedicava e eu não tenho palavras à agradecer o quão eu sou feliz por isso. Aqui em minas, meus melhores amigos vieram até minha casa e cada um do seu jeito único, mostrou que os laços se mantem firme, mesmo que distante. Os que não puderam estar presentes, deram algum jeitinho lindo de se fazer presente em calor e emoção. Fora àqueles que modificaram a rotina de suas férias pra ligar, deixar um recado, ser lindo. Obrigado de coração, vocês são parte do meu caminho e não sei me reconhecer sem vocês.
Entro aos 19 com o coração quente e a gratidão de ser tão abençoado por Deus. Tudo tem dado cada vez mais certo e eu cada vez mais feliz. Peço boas surpresas à 2013 e já vi que Deus está preparando algumas. Obrigado, de coração, gente, vocês são os braços dos céus na minha vida.
sábado, 29 de dezembro de 2012
quinta-feira, 27 de dezembro de 2012
quarta-feira, 26 de dezembro de 2012
engraçadinha
a verdade é que essa vida é engraçadinha.
parece um velhinha na cadeira de balanço,
doando sorrisos e uns cabelos brancos.
tomando um suco de laranja e um pedaço de queijo
cheirando sabonete de bebê e falando calminho.
e calminho, calminho, balançando na cadeira
trazendo o friozinho na barriga e os pés balançando
os olhos meio fechados pelo vento
e a alegria sincera da sutileza de viver. Em paz.
a verdade é que essa vida é engraçadinha.
parece um velhinha na cadeira de balanço,
doando sorrisos e uns cabelos brancos.
tomando um suco de laranja e um pedaço de queijo
cheirando sabonete de bebê e falando calminho.
e calminho, calminho, balançando na cadeira
trazendo o friozinho na barriga e os pés balançando
os olhos meio fechados pelo vento
e a alegria sincera da sutileza de viver. Em paz.
a verdade é que essa vida é engraçadinha.
segunda-feira, 24 de dezembro de 2012
Sutil vida
Eu digo: Sim
à essas coisas que a vida
trata de desenhar.
Aos amores brutos
margens dos rios
sóis a se por.
Ponho amor ao sim,
trago paz no bolso,
e um lenço novo
pro choro alegre.
E faço assim:
vou levando essa vida,
que engraçada que só ela,
traz boas companhias e
sentimentos à cheirar canela.
à essas coisas que a vida
trata de desenhar.
Aos amores brutos
margens dos rios
sóis a se por.
Ponho amor ao sim,
trago paz no bolso,
e um lenço novo
pro choro alegre.
E faço assim:
vou levando essa vida,
que engraçada que só ela,
traz boas companhias e
sentimentos à cheirar canela.
sábado, 15 de dezembro de 2012
cheia de energia
Encontrei uma garota no meio de um pessoal.
Desejei reconhecer seu cheiro de longe, saber o que come no café da tarde, quantas meias furadas ela tem e gosto do quê tem seu abraço. Desejei estar perto dela mesmo conhecendo somente seu olhar, que puro e alto, pareceu bastar-me aquele momento. E então, me aproximei, e deixei a onda me cobrir, tampei a respiração e aceitei o seu mundo com ela: gostei da sensação.
Percebi que gosto de gente assim: coração na frente da boca, olhar que abraça de longe, pureza de espírito, espontaneidade de sentimento. Percebi que gosto mesmo é de coração grande que se entope de bobagem para forçar que se aumente todos os dias, e conseguir fazer caber o mundo e mais um pouco e daí saír derramando coisa boa só com um esbarrão. Porque gente quente é assim: esbarrou, derramou. Num arroto sai gratidão pela vida. Isso mesmo, porque até arroto pode quando a alma cheira algodão-doce. Percebi que gente com gosto de vento (só trás coisa boa e só esparrama o que não presta, o que não firma), o próprio olhar basta, e as pupilas estaladas dos olhos pretos abrangem todo o mundo de modo a tê-lo, sem nem precisar de um piscar. E você sorri o mais puro de um encontro certo, e sabe que ao seu lado é o melhor lugar pra estar. Amor amor amor e mais nada. Lugar quente sem precisar de coberta. Certeza sem precisar de prova. Acreditar sem precisar de defesa. Esquecer a razão e a contradição, e saber que pressentimentos sempre valem a pena, pois em alguns casos - como este - é Deus dizendo que tem flor pra enfeitar seu caminho. E dali em diante sentirá cheiro de primavera, e todos os dias que estiver ao lado dela a sensação será de ter sorvete gelado na ponta do nariz, porque faz cócegas gostosas e traz do doce do amor do domingo a tarde.
Dia lindo o que te conheci e mais lindos a cada dia que te tenho perto
Desejei reconhecer seu cheiro de longe, saber o que come no café da tarde, quantas meias furadas ela tem e gosto do quê tem seu abraço. Desejei estar perto dela mesmo conhecendo somente seu olhar, que puro e alto, pareceu bastar-me aquele momento. E então, me aproximei, e deixei a onda me cobrir, tampei a respiração e aceitei o seu mundo com ela: gostei da sensação.
Percebi que gosto de gente assim: coração na frente da boca, olhar que abraça de longe, pureza de espírito, espontaneidade de sentimento. Percebi que gosto mesmo é de coração grande que se entope de bobagem para forçar que se aumente todos os dias, e conseguir fazer caber o mundo e mais um pouco e daí saír derramando coisa boa só com um esbarrão. Porque gente quente é assim: esbarrou, derramou. Num arroto sai gratidão pela vida. Isso mesmo, porque até arroto pode quando a alma cheira algodão-doce. Percebi que gente com gosto de vento (só trás coisa boa e só esparrama o que não presta, o que não firma), o próprio olhar basta, e as pupilas estaladas dos olhos pretos abrangem todo o mundo de modo a tê-lo, sem nem precisar de um piscar. E você sorri o mais puro de um encontro certo, e sabe que ao seu lado é o melhor lugar pra estar. Amor amor amor e mais nada. Lugar quente sem precisar de coberta. Certeza sem precisar de prova. Acreditar sem precisar de defesa. Esquecer a razão e a contradição, e saber que pressentimentos sempre valem a pena, pois em alguns casos - como este - é Deus dizendo que tem flor pra enfeitar seu caminho. E dali em diante sentirá cheiro de primavera, e todos os dias que estiver ao lado dela a sensação será de ter sorvete gelado na ponta do nariz, porque faz cócegas gostosas e traz do doce do amor do domingo a tarde.
Dia lindo o que te conheci e mais lindos a cada dia que te tenho perto
quarta-feira, 5 de dezembro de 2012
estar e sentir
"Ele era um aspirante a poeta
Ela era a inspiração
E pra ele qualquer coisa nela despertava uma canção
Ela que sempre buscava em tudo um porquê
Com ele bastava estar, sentir e viver"
Ela era a inspiração
E pra ele qualquer coisa nela despertava uma canção
Ela que sempre buscava em tudo um porquê
Com ele bastava estar, sentir e viver"
quinta-feira, 15 de novembro de 2012
Um desejo de que ficasse...
Você entende muitas coisas na vida. Aceita, mesmo que descontente. Desiste depois de muito tentar. Você se adequa, se aperfeiçoa, rebola e tenta dar um jeito. Faz o que der pra que nada fique muito dolorido. Você faz qualquer negócio pra que essa nossa vida seja o mais confortável possível.
Mas tem coisa que dói. Não adianta o tanto que você queira se esconder, seja na lágrima contida, seja na frieza profissional, seja atrás de textos acadêmicos. Tem coisa que destrói, tem momento que não volta, tem pedaço que não reconstrói, tem história que não se esquece, tem intensidade na vida.
Crianças são seres lindos, sorriso dos anjos, encanto das estrelas, cheirinho de lua, cor de algodão-doce. Crianças trazem consigo a lenha da vida e nos empurram pra ela com sorriso no rosto. Crianças são motivos de agradecermos, todos os dias, às boas coisas, ao bom mundo, às maravilhas que Deus nos faz e dá. Não é a toa que nosso Mestre disse que delas eram o reino dos céus, pois delas advém os bons sentimentos, os mais puros que só encontraremos, em sua totalidade, por lá. Crianças não condizem com dor. Crianças não merecem sofrer. Elas são frágeis e vêm ao mundo pra colorir com canções.
Qualquer um há de concordar que o câncer jamais devia passar perto delas. Ser criança é fôlego de vida -e dos mais verdadeiros- nada devia tentar obstruir isso, nada devia interromper essa força, nada deveria ousar ofuscar essa luz toda. Porque elas são sensíveis a tudo que as rodeia e as coisas não são sutis à elas, é uma luta desleal, é uma dor injusta. É revoltante.
E então você as conhece, passa a conviver com elas que, apesar de um pouco comprometidas por essa deslealdade da doença, não deixam de ser criança e trazer consigo todas as suas bem-feitorias. E, você se comove (não num sentido triste) ao ver a potência de vida acima de qualquer diagnóstico médico. Você reconhece o peito aberto e o sorriso sincero, você identifica boas gargalhadas da alegria, você se diverte com as boas histórias e a inocência de um ser humano incrível. Você, nitidamente, percebe amor a vida e fé no futuro, sem olhar pra todos os utensílios que os amarra às camas e aos quartos brancos e linguajares específicos. Você vê toda a esfera que elas trazem consigo acima de tudo isso. Você acaba por esquecer todo o resto do mundo que fica fora daquele hospital. Você deixa seu coração a cada encontro, você ama mais a cada tarde juntos, você é mais grato a vida a cada olhar que brilha. Ah, você admira esse sentimento que sequer tem palavra pra se comparar, a isso tudo que elas possuem no coração delas e trazem a nós, que aceitamos encontrá-las e nos dispomos em brincar. Brincar é a linguagem que elas traduzem o que sentem e como sentem esse mundão todo que não é compatível com essa pureza toda.
E, por aceitar entrar nesse campo minado, nessa luta desigual, nesse cabo de guerra, você a abraça e tenta lutar ao lado dela, por ela. Você se mexe com todas as suas forças pra que nada as afete, pra que a dor não as tome, pra que elas não se comprometam. E, ainda sim, você se vê fraco e não consegue quase nada. Você se vê impotente a esse monstro que é o câncer. E, apesar de valer a pena cada segundo de cada dia em todos esses meses e sentir que ambos cresceram e se embelezaram nos momentos que passaram juntos, você se revolta com a perda.
E dói, dói porque você não a verá mais. Dói a dor de ter perdido. Dói de saber que uma vida linda passou tão rápido e não pode trazer ainda mais brilho pra esse mundo tão meio tom. E nenhuma lágrima conseguirá compreender a magnitude da falta que ele vai nos fazer. Nada vai se comparar com cada sentimento que ele nos induziu e cada pequeno detalhe que nos fez seres humanos melhores. Ficamos aqui, com a certeza que o céu ta mais completo e que um bom anjo ta sorrindo pra nós. Vou sentir sua falta, garoto! Você é um astro! Eu amo você!
“Eu olhava esse
menino, com um prazer de companhia, como nunca por ninguém eu não tinha
sentido. Achava que ele era muito diferente, gostei daquelas finas feições, a
voz mesma, muito leve, muito aprazível. Porque ele falava sem mudança, nem
intenção, sem sobêjo de esforço, fazia de conversar uma conversinha adulta e
antiga. Fui recebendo em mim um desejo que ele não fosse mais embora, mas
ficasse, sobre as horas...” (Guimarães Rosa)
domingo, 11 de novembro de 2012
Pôr-do-sol, nascer-no-peito.
Ele riu. Riu como se uma gota de chuva fria tivesse caído às veias e percorrido todas as vísceras, trazendo o arrepio bom como aquele beijo roubado na porta do ônibus de ir pra casa. Ele riu porque lembrou do formato da maça de seu rosto quando ela, com as mãos umas as outras entrelaçando os dedos, se envergonhou de ter gostado da infração. A maça que simbolizou o pecado, pecado de não conseguir parar de lhe querer.
Ele riu. Riu aquele sorriso nostálgico tendo na mente o tempo em que só viviam os dois no mundo. E então prendeu-se ao passado e o rodeou como num carrossel, e deitou à rede e deixou o vento bater no peito aberto e trazer um pouco de frio ao coração que quente estava de paixão-saudade.
E riu. Riu o sorriso da memória boa e do tempo que foi passado, mas é presente, envolvido num laço com cheiro de beijo molhado. Ele riu. Riu e fechou os olhos pra tentar vê-la de novo. E de novo. E riu com os olhos fechados.
Dormiu.
Ele riu. Riu aquele sorriso nostálgico tendo na mente o tempo em que só viviam os dois no mundo. E então prendeu-se ao passado e o rodeou como num carrossel, e deitou à rede e deixou o vento bater no peito aberto e trazer um pouco de frio ao coração que quente estava de paixão-saudade.
E riu. Riu o sorriso da memória boa e do tempo que foi passado, mas é presente, envolvido num laço com cheiro de beijo molhado. Ele riu. Riu e fechou os olhos pra tentar vê-la de novo. E de novo. E riu com os olhos fechados.
Dormiu.
insista. insista em dizer
que não quer saber onde estou
e não sente falta do meu cheiro,
que não procura minhas mãos nas suas
e não fecha os olhos pra me ver.
insista. insista em dizer
que não sente falta das minhas pernas
enroscada às suas num domingo frio,
e não anseia por ouvir meu pés
descalços pela casa.
insista. insista em dizer
que o café é bom depois que parti
e todos os filmes não lembram nossas brigas bobas,
que as músicas não se inspiraram em nós
e nosso beijo é substituível.
insista. insista em dizer
e mentir todos os dias
como faço, religiosamente
em fingir pra não sofrer.
que não quer saber onde estou
e não sente falta do meu cheiro,
que não procura minhas mãos nas suas
e não fecha os olhos pra me ver.
insista. insista em dizer
que não sente falta das minhas pernas
enroscada às suas num domingo frio,
e não anseia por ouvir meu pés
descalços pela casa.
insista. insista em dizer
que o café é bom depois que parti
e todos os filmes não lembram nossas brigas bobas,
que as músicas não se inspiraram em nós
e nosso beijo é substituível.
insista. insista em dizer
e mentir todos os dias
como faço, religiosamente
em fingir pra não sofrer.
confesso que antes de dormir velo suas fotos
e encontro um espaço pra que eu me caiba lá,
me imagino contando as histórias desse dia
e quase sinto o gosto do seu beijo.
é que eu sou desses caras que acredita
no mundo, na vida, na nossa possivel história
e vou vivendo meio mais ou menos
até que você me chame de amor.
e encontro um espaço pra que eu me caiba lá,
me imagino contando as histórias desse dia
e quase sinto o gosto do seu beijo.
é que eu sou desses caras que acredita
no mundo, na vida, na nossa possivel história
e vou vivendo meio mais ou menos
até que você me chame de amor.
sábado, 3 de novembro de 2012
3 de setembro
Verdade mesmo é que não sou lá muito bom com as palavras. Ouso dizer que não sou lá a pessoa mais carinhosa e nem sempre o que eu quero falar, eu digo. Meus bons sentimentos, às vezes, acabam por se desviar e saem como um tapa na cabeça, um palavrão, um chute no pé pra você tropeçar, um xingamento. Às vezes, quando os controlo, expresso num abraço que de tanto apertar, machuca. Te esmigalha toda. Talvez eu ainda não seja lá aquela mais compreensiva do mundo, ou completamente presente como eu gostaria. Na verdade, eu acho que eu sou tudo isso: chato. Mas de um jeito bem pertinente, com maestria, eu diria hehe.
Mas o que eu sei que sou, assim, do jeito que tem que ser mesmo, é grato. Eu sou grato à vida. Sou grato às oportunidades, aos caminhos, aos destinos, às boas vontades de Deus, às coisas engraçadas que não se explicam, aos sorrisos que não se racionam, aos amores que não se contam, à saudade que não se finda, a boa lembrança que não se esquece, ao cheiro que não se esvai. Sou grato porque sei que todas essas coisas são presentes, e como tais, merecem ser guardadas naquela gaveta à chave, a qual só você conhece, de um jeito só seu, a qual merece ser preservada e carregada por onde anda, seja no literal ou de cor (coração).
É assim, tem coisa que acontece e não se entende, se presente. Você é uma delas. Eu, voltando alguns anos, consigo ver que talvez essa seja a maior razão pela qual eu fui estudar em Pouso Alegre: conhecer tu, sua tonta. Posso garantir que você seja o meu maior trunfo desses três anos. Aquilo que a vida queria que eu, realmente, carregasse comigo, mais do que qualquer outra coisa, e que ela - a vida - trataria de arranjar meios pra isso. Faria vielas pra cruzar estradas distantes. Encaixaria-nos de alguma forma pra que se sentisse perto, com o calor na voz e a paz de se sentir querido.
Você é aquela que eu ainda lembro sempre, uma associação neuronal. Se tem sorriso na conversa tem sinapse com o neurônio que te guarda, e que provavelmente não morrerá. Sou grato porque eu passei bons momentos e bem marcantes ao teu lado e que nenhuma pessoa tem mais significado quando eu ouço 'parceria' se não você. É você que me proporcionou, talvez, a melhor viagem da minha vida, àquela que eu vou contar pros meus filhos, com um sorriso largo de quando dois doidos desbravaram o Rio de Janeiro, encenaram assalto pro vestibular, fecharam os olhos e curtiram a vista do pão de açúcar lado a lado, que entraram na favela sem saber que ela estava sendo pacificada e ônibus pegavam fogo, e saíram correndo loucamente na central do Brasil pra se caber no trem, que torceram pelo botafogo na torcida do inter, que pegaram kombi e se sacudiram todo lá, e aceitaram informações de gente estranha. Ah, como eu sou grato por ter você do meu lado em cada neura minha, em cada bobisse.
Só quero dizer que eu te admiro demais, guria. Mesmo. Por tudo que você é e que você faz. E eu acredito em ti, mais do que você mesmo, eu acho. Sei que você não veio pra ser mais uma no mundo, porque não foi só mais uma pessoa na minha vida. E sei também que eu vou me orgulhar muito de você ainda, e melhor, vou estar do seu lado em cada coisa boa conquistada. Tamo junto e é junto mesmo. Eu amo você. Sou feliz por seu seu amigo. Parabéns. Felicidade e sucesso, que já são garantia e você mais do que merece. Você é linda!
(Eu sei que quase nunca posto coisas com foto e isso é um recado de parabéns e pode ser nada ver. mas o blog é pra guardar coisa do coração e achei que seria lindo guardar esse dia comigo aqui. enfim, o blog meu faço o que eu quiser pq eu to explicando?)
terça-feira, 30 de outubro de 2012
Alongue-se: aprenda com os cachorros.
sob pensamentos bobos e conclusões sorridentes, faço promessas de ano novo.
vou escrever regras pra serem lembradas todos os dias. colarei na porta.
algo pra lembrar as coisas boas da vida: cheirar mais do que ver,
cantar antes de elaborar opinião, dar beijo na bochecha e não no ar.
beijar mais na boca, falar mais merda. alongar a vida: fazê-la linda.
aprender com o vento, receber o sol, dançar na chuva. lavar-me mais.
entrar no mar sempre que puder.
vou escrever regras pra serem lembradas todos os dias. colarei na porta.
algo pra lembrar as coisas boas da vida: cheirar mais do que ver,
cantar antes de elaborar opinião, dar beijo na bochecha e não no ar.
beijar mais na boca, falar mais merda. alongar a vida: fazê-la linda.
aprender com o vento, receber o sol, dançar na chuva. lavar-me mais.
entrar no mar sempre que puder.
segunda-feira, 29 de outubro de 2012
coloque aqui uma palavra que resuma o sentimento
Bom mesmo é ir a praia sozinho e ver o mar com outros olhos.
Sentar e dormir, acordar e ir embora.
Sem conversa, sem assunto, só música.
Só alguém pra chamar de seu: você mesmo.
Sem ninguém pra entender... nem você mesmo.
Talvez seja porque eu tenha desacreditado um pouco. É que não adianta: um pouco de cerveja e eu encaixo você na conversa, rodeio até poder dizer algo sobre você sem me sentir um completo idiota, afinal não estou no meio juízo perfeito e posso não lembrar amanhã. Aham. Tá. Sonho com você depois de chegar em casa. Talvez eu sonhe enquanto volto pra casa, mas isso não sei confessar. Sinto falta é daquela a qual não é você, mas não tem rosto. Tento encontrar outra pessoa em você pra ver se assim dá. Talvez eu tenha me frustado e desistido. Talvez eu sinta falta é de saber de mim. Talvez eu preciso de mais disso: mim. Estou é enjoado de mim. Na verdade, eu queria mesmo era outra pessoa, boas risadas e alguém pra informar quando é que nasce o sol das quintas-feiras.
segunda-feira, 8 de outubro de 2012
RENOVAÇÃO
Hoje, 07 de outubro, eu acordei assustado, resultado da angústia da noite dormida. Tomei um banho como que pra espantar o calafrio. Vi, revi e revivi momentos enquanto observava a praça cheia de pessoas com um assunto em comum. Senti vergonha alheia por uns papéis assumidos, e me orgulhei de outros muito bem exibidos. Senti o coração fora do peito, tremi as mãos como nunca antes e me inquietei a tarde toda, perambulando por palpites do processo da eleição. Tentei disfarçar, ao máximo, com assuntos bobos e sorrisos amarelos. Lá pelas quatro da tarde, reuni minha família e voltamos pra casa: esperaríamos o resultado em casa, pra tentar manter a segurança. E assim fizemos. Cada qual com sua ansiedade, cada qual com seus palpites.
Então, recebemos a notícia da vitória, e juntos, os cinco, ficamos por alguns minutos forçando-nos a acreditar que aquilo realmente estava acontecendo. Como um filme tudo passou diante dos meus olhos e não havia espaço pra que eu coubesse dentro de mim, naquele instante.Voltamos, portanto, à praça.
Hoje, quando eu parei por alguns segundos pra tentar entender aquilo que eu via e sentia, eu só pensava: "Valeu a pena"
Valeu a pena cada voto conquistado, cada coração revoltado, cada garra por honestidade.
Valeu a pena não ter medido palavras e ter escancarado as falcatruas.
Valeu a pena denunciar sem exitar, sem pensar duas vezes, sem sentir medo.
Valeu a pena não se deixar ser oprimido, nem se vender por emprego cabide, ou meros 50 reais na calada na noite.
Valeu a pena aguentar as ameaças explícitas e também aquelas por olhares, todos os dias.
Valeu a pena engolir quieto os foguetes que gente sem caráter soltou dentro da minha casa, no chamado 'comício da vitória' (me permita rir constantemente nesse momento).
Valeu a pena fingir que não eram pra mim as indiretas incessantes que postavam no facebook.
Valeu a pena cada dia de perseguição que nós sofremos.
Valeu a pena cada ato de ignorar pelos textos que me difamavam sem escrúpulo.
Valeu a pena, ainda, ter tido que pedir desculpa por não estar errado, mas pra preservar a convivência.
Ah, como valeu a pena
Como valeu a pena sentir o grito de liberdade do povo, ter a sensação de que não havia mais opressão, não havia mais de quem fugir pra se manter seguro, e além de tudo isso, ver que as coisas iriam progredir daqui pra frente, que o povo não é mais cego e que, ao contrário do que muitos achavam, candidato não é deus. Pelo contrário: é corrupto e isso tava acabando. Como valeu a pena perder a voz pra gritar vitória.
Além de tudo, conseguir dizer aquele TCHAU mais gostoso pra toda a corja puxa-saco. Aos Josés da Silva. Adeus a você que trabalha na educação sem diploma e sem gramática. Adeus a você que pensa que manda no patrimônio cultural. Adeus a você, que mamava dinheiro público por nota fria. Adeus a você, que pseudo trabalha. Adeus a você que sequer sabe o cargo além de puxa-saco. Adeus a você que perdeu as estribeiras e difamou difamou e ofendeu: em vão. Adeus aos seus futuros prometidos empregos garantidos. Aquele adeus especial pra candidatazinha metida que não se reelegeu. Adeus a vocês, Cabides todos! Todos que tem emprego de favor, que usurparam os cargos de quem passou em concurso público e não pode assumir o cargo porque o antigo prefeito (como é bom dizer 'antigo') dizia que regia suas próprias leis. Tchau! Ah, no mínimo quatro anos sem vocês todos. Raxa fora!
Como é bom calar a boca daqueles que humilharam sem estribeira, que esfregaram 2000 votos de vantagem. Que diziam que nosso barco tava afundando, que falavam em desespero. Que tentavam se justificar atacando fatores pessoais. Hora do silêncio pra vocês.
A partir de hoje dormimos com o coração lavado na certeza que a próxima a ser lavada são as contas corruptas da prefeitura. O povo só ganha a partir de agora! Vitória. Parabéns a todos que fizeram dessa campanha exemplo e que souberam esperar a nossa hora. "A abelha fazendo o mel vale o tempo que não voou."
Então, recebemos a notícia da vitória, e juntos, os cinco, ficamos por alguns minutos forçando-nos a acreditar que aquilo realmente estava acontecendo. Como um filme tudo passou diante dos meus olhos e não havia espaço pra que eu coubesse dentro de mim, naquele instante.Voltamos, portanto, à praça.
Hoje, quando eu parei por alguns segundos pra tentar entender aquilo que eu via e sentia, eu só pensava: "Valeu a pena"
Valeu a pena cada voto conquistado, cada coração revoltado, cada garra por honestidade.
Valeu a pena não ter medido palavras e ter escancarado as falcatruas.
Valeu a pena denunciar sem exitar, sem pensar duas vezes, sem sentir medo.
Valeu a pena não se deixar ser oprimido, nem se vender por emprego cabide, ou meros 50 reais na calada na noite.
Valeu a pena aguentar as ameaças explícitas e também aquelas por olhares, todos os dias.
Valeu a pena engolir quieto os foguetes que gente sem caráter soltou dentro da minha casa, no chamado 'comício da vitória' (me permita rir constantemente nesse momento).
Valeu a pena fingir que não eram pra mim as indiretas incessantes que postavam no facebook.
Valeu a pena cada dia de perseguição que nós sofremos.
Valeu a pena cada ato de ignorar pelos textos que me difamavam sem escrúpulo.
Valeu a pena, ainda, ter tido que pedir desculpa por não estar errado, mas pra preservar a convivência.
Ah, como valeu a pena
Como valeu a pena sentir o grito de liberdade do povo, ter a sensação de que não havia mais opressão, não havia mais de quem fugir pra se manter seguro, e além de tudo isso, ver que as coisas iriam progredir daqui pra frente, que o povo não é mais cego e que, ao contrário do que muitos achavam, candidato não é deus. Pelo contrário: é corrupto e isso tava acabando. Como valeu a pena perder a voz pra gritar vitória.
Além de tudo, conseguir dizer aquele TCHAU mais gostoso pra toda a corja puxa-saco. Aos Josés da Silva. Adeus a você que trabalha na educação sem diploma e sem gramática. Adeus a você que pensa que manda no patrimônio cultural. Adeus a você, que mamava dinheiro público por nota fria. Adeus a você, que pseudo trabalha. Adeus a você que sequer sabe o cargo além de puxa-saco. Adeus a você que perdeu as estribeiras e difamou difamou e ofendeu: em vão. Adeus aos seus futuros prometidos empregos garantidos. Aquele adeus especial pra candidatazinha metida que não se reelegeu. Adeus a vocês, Cabides todos! Todos que tem emprego de favor, que usurparam os cargos de quem passou em concurso público e não pode assumir o cargo porque o antigo prefeito (como é bom dizer 'antigo') dizia que regia suas próprias leis. Tchau! Ah, no mínimo quatro anos sem vocês todos. Raxa fora!
Como é bom calar a boca daqueles que humilharam sem estribeira, que esfregaram 2000 votos de vantagem. Que diziam que nosso barco tava afundando, que falavam em desespero. Que tentavam se justificar atacando fatores pessoais. Hora do silêncio pra vocês.
A partir de hoje dormimos com o coração lavado na certeza que a próxima a ser lavada são as contas corruptas da prefeitura. O povo só ganha a partir de agora! Vitória. Parabéns a todos que fizeram dessa campanha exemplo e que souberam esperar a nossa hora. "A abelha fazendo o mel vale o tempo que não voou."
sexta-feira, 5 de outubro de 2012
terça-feira, 2 de outubro de 2012
Ah
É como parar e reobservar tudo em volta, ver cada objeto do quarto como tradutor do estado de espírito. Sentir a noite com a janela fechada e olhar a lua através do espelho. Paz, e eu insisto em sentir isso. Seja lá qual o motivo que ela resolveu ficar, trago cobertores pra que se sinta quente e não vá. Ah, é como fechar os olhos e sorrir naturalmente, como que num reflexo, como que ... ahh. Paz.. consegue sentir? Linda noite.
segunda-feira, 1 de outubro de 2012
e bateu aquela falta de escrever de novo: pra você, pra ninguém, pra mim que não sou ninguém.
vim agradecer só por existir vocês todos. vim agradecer por vocês todos existir.
nada muito bonito, nem muito colorido, aflorado. algo sincero e de urgência de sentir, escrever, expressar.
sinto saudade de um alguém: confidencial.
boa noite, de novo.
segunda-feira, 24 de setembro de 2012
pequena insônia
Sobre as horas passadas e repassadas, passo um café. A essa hora da noite, sim senhora. Talvez não haja um motivo para que eu esteja agindo assim: tão eu. Escolho o 'impróprio' de companhia pras atitudes mais comuns e diárias. Aceito conversas diferentes e acabo num jantar gostoso. Enrolo, faço valsa, mas pratico. Assim, como eu: estranho.
Sob o sopro do silêncio reorganizo a vida e sinto paz.
Noto que virei amante da noite.
Rearrumo sentimentos ainda não rotulados e trato de liberar sorrisos ainda não ensaiados. Namoro uma estrela da janela. Sinto 2 segundos de sua falta e já esqueço. Me identifico comigo mesmo. Mato a saudade.
Vou tentar dormir, Boa noite.
Sob o sopro do silêncio reorganizo a vida e sinto paz.
Noto que virei amante da noite.
Rearrumo sentimentos ainda não rotulados e trato de liberar sorrisos ainda não ensaiados. Namoro uma estrela da janela. Sinto 2 segundos de sua falta e já esqueço. Me identifico comigo mesmo. Mato a saudade.
Vou tentar dormir, Boa noite.
terça-feira, 18 de setembro de 2012
Em ovo pra nascer de novo
É como se tudo que fosse comum ficasse incomum.
É isso: virou tudo novidade.
Desde o sol da manhã até a nova janela de casa.
Tudo mudou.
Ficou mais rápido
Mas ficou bom.
Ficou novo: em ovo pra nascer de novo.
O esclarecimento parece fazer ronda, prestes a chegar..
É isso: virou tudo novidade.
Desde o sol da manhã até a nova janela de casa.
Tudo mudou.
Ficou mais rápido
Mas ficou bom.
Ficou novo: em ovo pra nascer de novo.
O esclarecimento parece fazer ronda, prestes a chegar..
(In)Direta
"Vocês criaram aquilo que chamo de “romance de saída de emergência”. É um relacionamento que não conhece paz, harmonia e calma, adora crises e cresce com a possibilidade do fim.
Quando estão perto de romper em definitivo, as juras são renovadas e alimentam a ilusão de que o relacionamento engatou de vez. Em seguida, com a estabilidade, a convivência retoma o batimento e voltam a provocar um ao outro por uma nova declaração e picos de audiência cardíaca.
Ela ama você, mas não ama a vida que pode ter com você.
Ela ama você, mas odeia estar amando. Compreende o amor como uma maldição, uma pegadinha do destino. Pretende ficar próximo, mas rejeita o cenário de simbiose e dependência.
Confia que o amor é uma fragilidade a ser evitada. Atrapalhará sua liberdade de ir e vir, prejudicará os negócios e o desempenho profissional. O amor é uma espécie de inimigo insaciável, a exigir disponibilidade para gentilezas, mimos e cuidados.
Ela experimenta a seguinte crise: não se separa e também não se entrega. Procura se livrar do amor, mas não de sua companhia.
Isso explica a vigília em silêncio (vasculhando seu Facebook) e a natural resignação diante dos adiamentos e promessas quebradas (como a do aeroporto).
Entendeu a contradição?
Não construiria minha vida para chamar seu retorno. Não mudaria os hábitos ou inventaria viagens loucas para atrair seu desespero. Vai sofrer muito.
Não pode ser metade do que você é porque ela não é inteira."
Carpinejar
domingo, 16 de setembro de 2012
360º
Sob coisas guardadas e prisão interna, os amigos acabam por concordar depois da insistência. Nos encontramos mais tarde pra algo a ser feito: conversa em dia, sanidade... nem tanto. Abraço apertado por mais de 2 minutos, saudade dita nos olhos de quem relata. Sorriso aberto e boas risadas além de histórias ainda não contadas. Há, também, re-conhecimento de assunto sério, politicamente corretos e alguns palavrões. Está todo mundo alegre. Na sensação de paz e segurança, experimento irresponsabilidade, e até que não foi nada mal pra raros encontros como este. Estar ao lado dos melhores é como desabilitar as pernas pra andar sozinho, teve gente que precisou ser carregada (hehe). Ah, nada como estar em casa! (sorriso torto da ironia da vida). Agradeço sozinho por estar onde e entre eles. Aceito o empurrão pra soltar as rédeas do correto. To no palco e nada parece melhor lugar que este. De close em close, fui perdendo a pose ate sorrir feliz.. Cá estou, sendo o causador da ressaca moral, minha e alheia. Novo, feito e refeito. Pronto pra uma nova fase, pronto pra um novo ciclo. De 180º a 180º...
sábado, 15 de setembro de 2012
Para agora...
E a vida se faz linda num céu de estrelas e um coração sorridente.
E as asas abrem e fazem mala pro re-conhecido.
E o coração bate como só nesse instante
E todo afeto preponderante avista paz
Sem Minas Gerais...
E as asas abrem e fazem mala pro re-conhecido.
E o coração bate como só nesse instante
E todo afeto preponderante avista paz
Sem Minas Gerais...
Running
receber o bom dia de um sol de bom humor e ouvir bons conselhos do mar numa manhã quente.
os passos rápidos e o barulho na areia ao ritmo de John Mayer e Dave Matthews
são energias repostas pra vida que entra num novo ritmo. Bom dia, Sábado, bom dia, vida.
os passos rápidos e o barulho na areia ao ritmo de John Mayer e Dave Matthews
são energias repostas pra vida que entra num novo ritmo. Bom dia, Sábado, bom dia, vida.
quinta-feira, 6 de setembro de 2012
clima
Todo encanto dessa moça passa pela janela do seu olhar: vento quente.
E não é que eu aposentei o ventilador depois que parei na tua? vento quente.
Até me encantei pelo seu bordado de flor no vestido curto: vento quente.
E, então, não pisquei quando arrumou os cabelos: vento quente.
E arregalei os olhos pra caber você na pupila.
Até suei: vento quente.
E não é que eu aposentei o ventilador depois que parei na tua? vento quente.
Até me encantei pelo seu bordado de flor no vestido curto: vento quente.
E, então, não pisquei quando arrumou os cabelos: vento quente.
E arregalei os olhos pra caber você na pupila.
Até suei: vento quente.
segunda-feira, 3 de setembro de 2012
Sei lá..
É sempre a mesma coisa, mas é que, sei lá, as coisas parecem menos complicadas enquanto a gente se beija.
domingo, 2 de setembro de 2012
sexta-feira, 31 de agosto de 2012
Vermelho
As vezes eu só quero descansar
Desacreditar no espelho
Ver o sol se pôr vermelho
Acho graça
Que isso sempre foi assim
Mas você me chama pro mundo
E me faz sair do fundo de onde eu tô de novo
Nada sei dessa tarde
Se você não vem
Sigo o sol na cidade
Pra te procurar
Eu bem sei onde tudo vai parar
Já não tenho medo do mundo
Sou filho da eternidade
Trago nesses pés o vento
Pra te carregar daqui
Mas você sorri desse jeito
E eu que já perdi a hora e o lugar
Aceito.
Nada sei nessa tarde
Se você não vem
Sigo o sol na cidade
A te procurar
Nada de meu nesse lugar
A cidade vai pensar
Que nada aconteceu em vão
Você vai me ligar então mais uma vez
terça-feira, 28 de agosto de 2012
Como nos velhos tempos...
Choveu: na cidade, na rua, no quintal, no rosto. Trazendo cheiro de terra molhada, assentou os sentimentos e alimentou algumas dúvidas. Nada muito grande tal qual a própria chuva, mas significativa, de um jeito de decidir sobre os sentimentos dos próximos dias, que não são muitos, mas intensos como a vida anda sendo. Com o tal do 'incerto' assombrando tudo, o jeito é dormir com o sol, acordar com a chuva sorrindo na janela. Que o encanto continue sendo trazido pela trilha sonora de um aleatório que fez as pazes comigo. Essa foi a terça-feira.
segunda-feira, 27 de agosto de 2012
sexta-feira, 24 de agosto de 2012
Roberta
Há quem diga que aniversários são dias comuns como quaisquer outros, ou até dias sem importância. Eu acho que, apesar de ser isso tudo, ele é importante no sentido de nos fazer dedicar algumas palavras ou até algum tempo desejando e atraindo coisas boas a quem a gente ama. Hoje é um dia assim, pra mim, Rô. Hoje fazem 17 anos que Deus começou a escrever uma história linda na sua família trazendo você pra perto deles. Quão sábio como Ele é, ao mesmo tempo, enquanto eu tinha os meus dois anos, Deus me preparava para que eu te conhecesse em algum momento da minha vida (que eu não lembro ao certo porque a gente se encaixou tão bem que as datas ficaram ofuscadas perto da magnitude da nossa amizade). E assim Deus o fez, ainda no seu mistério da causalidade, mas fez. Aos poucos Deus foi cruzando nossos caminhos e unindo as nossas linhas num laço. Deus nos desenhou amigos e fez um faço bem bonito, e além disso, forte, pra não ser solto nunca. E então nos nomeou: Presença. E essa presença se tornou independente de distância física, pois estamos um no outro por mais que as montanhas de Minas nos separe por algum tempo. E por sermos presentes, fez com que pudéssemos compartilhar grandes momentos das nossas vidas e nessa hora passa um filme de lembranças boas. Foram conversas sem sentido na madrugada sentados no banco da praça, foram segredos revelados e dicas dadas, foram conselhos sobre a vida e muitas risadas, cara, MUITAS RISADAS, foram histórias divertidíssimas como a formatura da Ana, foram momentos maravilhosos na presença de Deus, onde Ele nos quebrantou junto (aquele último dia do acampamento, aquele abraço, que momento mais gostoso). Enfim, memórias que Deus preserva pra ajudar a valorizar pessoas maravilhosas que Ele coloca nas nossas vidas. Desejar todas as felicidades e sucesso pra você já é rotina, mas é bom pra deixar claro hoje! To contigo sempre, te levo comigo sempre, minha amiga. Sinto sua falta e solto um sorriso quando lembro de você e to longe. Te quero bem perto, sempre, e acho que isso vai ser inevitável porque mesmo se você não quiser, eu te atormentarei. Por fim, sou grato a Deus por te colocar no meu caminho e como forma de agradecimento faço questão de mantê-la. Te amo, e to aqui pra tudo que você precisar. Feliz aniversário!
quinta-feira, 23 de agosto de 2012
Desejar ser seu romance
Eu gostaria mesmo é de estar aí, com você, nesse seu colo de pernas à mostra carimbada por um sol de domingo a tarde. Gostaria de ter passado esse domingo com você, sorvete no nariz e cócegas sem sentido, só pra te roubar um beijo. Gostaria que você me cheirasse assim, e sorrisse tímida depois, com um pouquinho de afeto das covas dessa sua bochecha vermelha. Gostaria que você esquecesse do tempo comigo, e fizesse hora encantada pelo meu sorriso. Gostaria de ser o café que você leva a boca agora, e estar num pensamento bom que eu percebo pelos seus olhos. Gostaria que você me acompanhasse com os olhos de jabuticaba e então decidisse me levar pra casa.
Esse é o motivo pelo qual insisto em, religiosamente, vir atrás de você em domingos de chuva.
E assim, desejar ser o livro que escolhes, exploras e comes e levas pra casa.
Esse é meu segredo: eu to parado na menina da livraria que, sozinha, escolhe livros em dias cinzas e de quebra, colore um pouco da vida de um cara away.
quarta-feira, 22 de agosto de 2012
Des(a)prende
que o rumo da vida seja dado ao vento
que as consequências tenham ficado para fora.
que a consciência peça um tempo
e as razões façam hora...outrora.
que não se valha nada,
nem hoje, nem agora
que se faça greve de bom moço
até que o sol raie na aurora.
oito ou oitenta.
diga "Oi" e tenta
mais de uma vez, se necessário
ser um vagabundo
Ah, se contempla!
domingo, 19 de agosto de 2012
Perdido
eu posso dar voltas
e mais uma curva pra direita
mas ainda não encontro
o caminho pra te entender.
eu posso dançar um tango
e beber uma taça de vinho
que mesmo em devaneio da arte
não entendo seu caminho.
posso até argumentar com retóricas
e prometer um improvável abandono
posso dar uma meia volta
que daí...
daí não encontro nem o meu caminho.
e mais uma curva pra direita
mas ainda não encontro
o caminho pra te entender.
eu posso dançar um tango
e beber uma taça de vinho
que mesmo em devaneio da arte
não entendo seu caminho.
posso até argumentar com retóricas
e prometer um improvável abandono
posso dar uma meia volta
que daí...
daí não encontro nem o meu caminho.
sábado, 18 de agosto de 2012
sexta-feira, 17 de agosto de 2012
Falho amaciante
Coloquei as cobertas pra lavar. Uma a uma ajeitei-as na máquina, caprichei no sabão em pó e assisti todo o processo ali em pé. Acreditei em cada enxágue, na espera de que a água levasse todos os sentimentos com ela. Centrifuguei todas as lembranças a fim que não volte ao centro nunca mais: coração. Peguei os prendedores do desapego e da razão e as pendurei no varal de um sábado a tarde. Até o varal quase não aguenta o peso do que fomos. Deixe-as sob o sol para que cada gotícula de saudade fosse evaporada e pedi ao vento que levasse as nuvens formadas por elas pra chover em outro local. Que o vento seque esse amor pra nunca mais. Que as boas lembranças sejam esquecidas.
***
É segunda-feira. Recolhi as cobertas pra um novo começo, arrumei a cama.
Sinto o perfume das cobertas lavadas com um tom de esperança.
Merda, ainda tem seu cheiro.
***
É segunda-feira. Recolhi as cobertas pra um novo começo, arrumei a cama.
Sinto o perfume das cobertas lavadas com um tom de esperança.
Merda, ainda tem seu cheiro.
Nascer do So(u)l
O embalo do Soul alinhado às horas se despede com algumas lágrimas e uma poesia estrangeira. A fila anda e o samba está pra vir: arco-íris. Troco dois potes de ouro pra ter você do meu lado, deitada sobre o meu abraço, sentindo o cheiro da lua. Suas pernas trançadas às minhas e um beijo quente pedido pelo frio da noite. Está se findando o soul, última música.... vamos amanhecer com o samba. Bom dia, amor meu.
Trilha sonora
Eu fecho os olhos e me imagino dançando a mais bela música que, de alguma forma, me enraíza. Esse é meu escape para o completo embaraço que parte do coração e chega a língua, me impedindo de traduzir o inacessível. Eu tento imaginar aquele rosto que me pode me trazer um sorriso, mas acabo por derramar lágrimas irracionais. Sem motivo, agora sento na varanda. Revolto com a irresponsabilidade do mundo e sinto a mais saudosa das saudades das crianças sorrindo de um palhaço colorido: essa nossa vida. Ai que aperto. Triste dança. Ai que aperto.
aniversário
Existem muitas coisas na vida que nós questionamos depois de haver optado por elas, nos indagamos do porquê delas terem tomado tais rumos ou o que quer que seja. Mas questionamos mais ainda coisas que nos são impostas e que não escolhemos, ficamos nos perguntando porque é que elas acontecem e as razões pelas quais devemos passar por isso. Ter uma irmã é uma delas.
Eu não tinha 3 anos quando a barriga da minha mãe começou a crescer e, portanto, não muita noção do que estaria pra vir, eu só achava maneiro. Daí você veio, sem um pintinho: uma menina que precisava de respeito e cuidado. Eu não entendi muito bem essa coisa e não foi maneiro perder o trono da casa, e por bastante tempo eu fui arisco a isso. O incrível é que por algum motivo místico, Deus deu pra trazer você o mais completo oposto de mim e isso não foi legal, porque você me irrita de uma maneira muito competente. Mas com o tempo Deus foi me lapidando e me fazendo entender -ainda meio embaçado, claro- que Ele me trazia você pra que eu pudesse crescer, de todas as maneiras possíveis. Deus me levou pra fora de casa pra que eu pudesse compreender que apesar de você ser insuportável eu iria sentir sua falta, e que lhe desejaria o melhor nas minhas orações antes de dormir.
Enfim, faz 16 anos que eu passo por esse turbilhão de sentimentos e paradoxos, mas acho que é necessário dizer, as vezes, coisas que podem não ser tão nítidas no dia-a-dia, para que a chama mantenha acesa. Irmã é pra sempre, não adianta, e amor de irmão também é, doa a quem doer. Meus parabéns e minhas sinceras felicidades a você, minha irmã. O sangue que nos corre pelas veias carimba nosso "pra sempre juntos". De um jeito torto eu to aqui, sempre.
Eu não tinha 3 anos quando a barriga da minha mãe começou a crescer e, portanto, não muita noção do que estaria pra vir, eu só achava maneiro. Daí você veio, sem um pintinho: uma menina que precisava de respeito e cuidado. Eu não entendi muito bem essa coisa e não foi maneiro perder o trono da casa, e por bastante tempo eu fui arisco a isso. O incrível é que por algum motivo místico, Deus deu pra trazer você o mais completo oposto de mim e isso não foi legal, porque você me irrita de uma maneira muito competente. Mas com o tempo Deus foi me lapidando e me fazendo entender -ainda meio embaçado, claro- que Ele me trazia você pra que eu pudesse crescer, de todas as maneiras possíveis. Deus me levou pra fora de casa pra que eu pudesse compreender que apesar de você ser insuportável eu iria sentir sua falta, e que lhe desejaria o melhor nas minhas orações antes de dormir.
Enfim, faz 16 anos que eu passo por esse turbilhão de sentimentos e paradoxos, mas acho que é necessário dizer, as vezes, coisas que podem não ser tão nítidas no dia-a-dia, para que a chama mantenha acesa. Irmã é pra sempre, não adianta, e amor de irmão também é, doa a quem doer. Meus parabéns e minhas sinceras felicidades a você, minha irmã. O sangue que nos corre pelas veias carimba nosso "pra sempre juntos". De um jeito torto eu to aqui, sempre.
quarta-feira, 15 de agosto de 2012
Sobre incertezas...
O samba, pra falar bem a verdade, cai como uma luva pra aquilo que eu careço de viver, mas não aquilo que insisto em sentir, cada vez melhor maquiado por um sorriso diferente. Confesso que depois de consertado, meu sorriso ainda me leva a muitas alegrias, e com ele eu me viro bem. Ele em sido um ótimo cartão de visita, independente da veracidade ou profundidade que ele reflete.
O coração que não tem se virado bem, ou acabou por ficar no avesso e não conseguiu desvirar. Por fim, a dúvida é que toma conta, estagna o coração e tonteia a mente. Eu não sei por onde ir. Parei de seguir as placas quando só dava com a cara nos postes e desde isso, perdi o rumo. Sem rumo, abro os braços pro vento e suspiro... o melhor deve estar por vir.
O coração que não tem se virado bem, ou acabou por ficar no avesso e não conseguiu desvirar. Por fim, a dúvida é que toma conta, estagna o coração e tonteia a mente. Eu não sei por onde ir. Parei de seguir as placas quando só dava com a cara nos postes e desde isso, perdi o rumo. Sem rumo, abro os braços pro vento e suspiro... o melhor deve estar por vir.
domingo, 12 de agosto de 2012
Sob o tédio da noite e algumas fotos antigas, eu lembro um pouco daquilo que a gente foi juntos. E dá uma vontade de fazer de novo e sentir o seu cheiro e rirmos sozinhos de nada. Dá uma vontade de fazer tudo diferente e contar com a sorte do destino, e fazer valer tudo isso...
Hoje eu vou dormir pensando em você.
Hoje eu vou dormir pensando em você.
sábado, 11 de agosto de 2012
Convite a tristeza
"Vou convidar minha tristeza pra dançar
A noite inteira eu vou rodar
Ver nos meus braços ela amolecer
Depois, refeitas
Um café eu vou pedir
E se ela me sorrir
Mil galanteios sei que vou dizer
A noite inteira farei ela gargalhar
Dizendo coisas que até mesmo Deus duvida
E aí então
Quando ela se apaixonar
Desapareço, num piscar
Da sua vida"
...♪
Músicas goxtosinhas embalando minha noite :)))
Viagem
Me vira, mexe e contorna
embrulha com um laço,
cola com maresia
e enfeita num beijo,
Me leva.
Me leva pronde o sol não toca
e o luar domina o céu
e canta e nos faz dormir.
Enrosca suas pernas e
Me prende nos seus olhos,
Enlaça suas mãos
e me faz esquecer o mundo.
embrulha com um laço,
cola com maresia
e enfeita num beijo,
Me leva.
Me leva pronde o sol não toca
e o luar domina o céu
e canta e nos faz dormir.
Enrosca suas pernas e
Me prende nos seus olhos,
Enlaça suas mãos
e me faz esquecer o mundo.
quinta-feira, 9 de agosto de 2012
Verão amor
E como se estivesse a comer o último pedaço do algodão doce que te comprei na praça, me despeço a beira do carro que, contigo, leva todos os meus planos traçados sobre o seu cheiro de manhã. E volto pra casa chutando lata e tentando planejar um novo estilo pra viver essa coisa que me sobrou da vida. Passo no supermercado e procuro um sabor de chá que não me leve ao seu pé frio do fim da tarde ou alguma comida congelada que não me lembre o barulho de você andando de meias pela casa. Ah, essas minhas associações tão estranhas quanto o encaixe que a gente se fez nesse amor de verão. Amor de verão. Esses móveis todos verão minha procura por você no vento da tarde balançando toda minha saudade no varal. De repente, o clima ficou seco, e o vinho mais ainda. Fecho os olhos e permito o sorriso tímido da lembrança boa. Lá se vai mais uma tarde, a primeira tarde sem você...
quarta-feira, 8 de agosto de 2012
Tributo a futilidade
Eu podia estufar meu peito de orgulho ao ver minha cama repleta de avessos. Eu me dava esse direito de só deixar pendurado nos cabides as bem-feitorias, preocupações com a sociedade, poses, boas posturas e cumprimento de obrigações. E então fechar as portas à chave e sair para dar uns amassos com a noite. O resto podia ficar tudo ao avesso e eu estava adorando. Eu podia sair sorrindo sozinho pela rua que, repleta de pessoas, seguia minha direção: aquela contra o vento. Ah, eu já havia destinado todos os dilemas para a roupa a ser usada e agora só me importava com o que havia de beber. Meu único objetivo seria o estado alcoólico e eu estava mesmo era me fudendo para o resto.
E sob esses focos, eu nem estava aí para quais amigos faria companhia, nem para quais pessoas daria boas doses de cara de vendedor de tapetes. A noite era minha única companhia obrigatória e eu mesmo, meu maior amante. Deixei a rua me levar, e dei meu coração ao vento. Me senti livre com uma latinha na mão, um sorriso cafajeste no rosto e milhares de desconhecidos. Ah, um brinde a liberdade! Aquele abraço apertado a quem inventou a sensação de não fazer nada de útil e sentir aquele prazer compensatório.
Sentir a alma lavada, a consciência distante, o vento usurpante e o coração livre pra um sorriso largo. Obrigado, querido fim de semana.
E sob esses focos, eu nem estava aí para quais amigos faria companhia, nem para quais pessoas daria boas doses de cara de vendedor de tapetes. A noite era minha única companhia obrigatória e eu mesmo, meu maior amante. Deixei a rua me levar, e dei meu coração ao vento. Me senti livre com uma latinha na mão, um sorriso cafajeste no rosto e milhares de desconhecidos. Ah, um brinde a liberdade! Aquele abraço apertado a quem inventou a sensação de não fazer nada de útil e sentir aquele prazer compensatório.
Sentir a alma lavada, a consciência distante, o vento usurpante e o coração livre pra um sorriso largo. Obrigado, querido fim de semana.
alcance
Eu queria poder saber mais de mim pra ousar alguma aproximação mais sólida, daquelas que levam a beijo na boca. Eu queria passar desse estágio de te ver dançando em câmera lenta, com um sorriso alcoólico daqueles de parar o tempo e a blusa molhada pelo álcool que, desejando seu corpo, o tomou, diferente de mim. Eu queria ser menos babaca e não precisar sair mentindo por aí.
sexta-feira, 3 de agosto de 2012
Grande Merda
Sério? Ah, fico feliz por isso, obrigado mesmo.
Pra falar bem a verdade eu já estou virando mestre em estampar essa minha cara de vendedor de tapetes e sorrir e agradecer. Dessa vez foi uma amiga do colégio que eu reencontrei no caminho da locadora (obviamente quem estava indo lá era eu, ela provavelmente tem uma vida). Disse que estou bem mais bonito e pareço, assim, não sabe bem explicar mais é uma coisa boa. Minha vontade foi nem responder, abrir a carteira e indicar um oftalmologista (sempre carrego um cartão para essas ocasiões que, sinceramente, eu não sou obrigado). Mas não o fiz, porque apesar de tudo ainda sou um filhinho da mamãe e educação é primordial pra ser uma cara legal. Não deu certo comigo, mãe. Coitada, devo estar a julgando mal, ela não deve ser lá aquela míope tipo a dona Bete do 37 e só quis me agradar. As vezes, essa minha amiga se evoluiu espiritualmente e consegue enxergar um futuro daqueles bem longínquos. Idiota. Eu. Não ela. Ela só não conseguiu perceber os meus olhos fundos refletindo o vazio na alma que estou carregando, só não percebeu que estava indo a locadora num sábado a tarde e que pelo meu cabelo todo despenteado, eu não teria companhia pra ver os tais filmes. E que eu estava falando sozinho quando ela me abordou. Ela só não percebeu que eu ando por aí invisível e no máximo agradeço pelo elogio de alguma bem-feitoria que eu tenha feito. Grande merda. Ela só viu, ou não viu, aquilo que todo mundo, ou ninguém, vê, ou não vê. Entende? Ela é igual todo mundo. Todo mundo.
Pra falar bem a verdade eu já estou virando mestre em estampar essa minha cara de vendedor de tapetes e sorrir e agradecer. Dessa vez foi uma amiga do colégio que eu reencontrei no caminho da locadora (obviamente quem estava indo lá era eu, ela provavelmente tem uma vida). Disse que estou bem mais bonito e pareço, assim, não sabe bem explicar mais é uma coisa boa. Minha vontade foi nem responder, abrir a carteira e indicar um oftalmologista (sempre carrego um cartão para essas ocasiões que, sinceramente, eu não sou obrigado). Mas não o fiz, porque apesar de tudo ainda sou um filhinho da mamãe e educação é primordial pra ser uma cara legal. Não deu certo comigo, mãe. Coitada, devo estar a julgando mal, ela não deve ser lá aquela míope tipo a dona Bete do 37 e só quis me agradar. As vezes, essa minha amiga se evoluiu espiritualmente e consegue enxergar um futuro daqueles bem longínquos. Idiota. Eu. Não ela. Ela só não conseguiu perceber os meus olhos fundos refletindo o vazio na alma que estou carregando, só não percebeu que estava indo a locadora num sábado a tarde e que pelo meu cabelo todo despenteado, eu não teria companhia pra ver os tais filmes. E que eu estava falando sozinho quando ela me abordou. Ela só não percebeu que eu ando por aí invisível e no máximo agradeço pelo elogio de alguma bem-feitoria que eu tenha feito. Grande merda. Ela só viu, ou não viu, aquilo que todo mundo, ou ninguém, vê, ou não vê. Entende? Ela é igual todo mundo. Todo mundo.
fazendo escala
"Nunca sei se estou lendo perfeitamente a situação, eu sou meio minhoca pra essas coisas, não sou exatamente o tipo de cara que sabe o que fazer. Sempre acho que, na verdade, isso que eu acho que é, nunca é. E que eu vou levar um fora na metade do caminho até a boca dela. E aí ela vai espalmar a mão no meu peito e dizer coisas como “Não sei se a gente devia” ou “É impressão minha ou tinha alho no Yakissoba?” Então prefiro ficar na minha, até que a fruta caia no meu colo de tão madura. Se eu fecho os olhos e imagino, a cena fica boa; mas aí miro ela e minha boca parece estar em Madrid, e a dela em Tóquio. Quando tudo vai bem é porque chegou a hora de alguma coisa dar muito errado."
segunda-feira, 30 de julho de 2012
Oração
Eu me sublimo quando olho pra minha vida e vejo o Senhor usando os mínimos detalhes pra falar comigo. Fico sem palavras quando o Senhor usa quem eu menos espero pra dar o Seu recado. Fico agradecido por deixar toda sua soberania e se ajoelhar pra falar comigo, olho no olho, porque eu não o faço por vergonha de ser quem sou. E apesar de tudo, ainda tenho coragem de pedir-Te paciência, meu coração é duro e faço birra, sou teimoso.
Peço colo e choro. To querendo uma luz no fim do túnel e não consigo abrir os olhos pra Te ver, apesar de sentir-me ao seu lado. Me perdoe.
Peço colo e choro. To querendo uma luz no fim do túnel e não consigo abrir os olhos pra Te ver, apesar de sentir-me ao seu lado. Me perdoe.
domingo, 29 de julho de 2012
Companhia
Pra falar bem a verdade, nesse momento tudo que eu quero é ouvir a lua cantar silêncio.
E me sentar na varanda com os pés de meia e o vento batendo no peito.
Me permitir sentir tudo que é abstrato e atrai um sorriso: felicidade, paz, sossego.
Quero uma cara larga e um abraço sincero da noite.
E fingir que tudo está absolutamente bem, em total completude.
E então senti-la e amar. Ah, mar!
E me sentar na varanda com os pés de meia e o vento batendo no peito.
Me permitir sentir tudo que é abstrato e atrai um sorriso: felicidade, paz, sossego.
Quero uma cara larga e um abraço sincero da noite.
E fingir que tudo está absolutamente bem, em total completude.
E então senti-la e amar. Ah, mar!
quarta-feira, 25 de julho de 2012
Então, existem momentos que mantemos distância e fingimos não nos preocupar com os outros, então nos pegamos e escolhemos que queremos ter por perto e quando escolhemos essas pessoas, nós pretendemos ficar por perto. Não importa o quanto tenhamos machucado eles. As pessoas que ainda estão com vocês no fim do dia, essas são as pessoas que merecem ser mantidas, mas certamente os próximos podem ser muito próximos, as vezes aquela invasão do espaço pessoal pode ser exatamente o que você precisa. (GA)
falta de encaixe
me moldaram
me mudaram
me poliram,
modificaram
e me jogaram de volta.
agora
não
me
caibo
mais.
terça-feira, 24 de julho de 2012
Eu me rendo
Se você parasse um pouco pra pensar no quanto isso é torturante, talvez você não mudasse de ideia. É, você é daquelas que tem um mar nos olhos e trata de carregar todo o seu mistério na alma. Um mar daqueles bem verdes, daqueles que te enganam fácil fácil. Você sempre diz o que não diz e fala o que não quis dizer, você sempre deixa uma ponta sem bordar, sempre termina todas as conversas com uma vírgula. Você me vira a cabeça, o coração no avesso, rodeia, tonteia e me deixa como um completo idiota, um bacaca sem vez. Você me elogia quando o assunto acaba de uma maneira muito singular e depois da uma risada pra que eu fique aqui, como sempre, sem saber o que quis dizer. Você é sensível de encher os olhos e forte pra me desarmar por completo. Você me aquece no inverno. Você me promete coisas que não sei o que são mas eu desejo vigorosamente. Quando é que você vai falar sério? Quando é que eu vou te dar um beijo daqueles de surpresa, como você disse que gosta? Eu queria é o tempo como amigo, uma chuva fria, você com meu moletom, uma rua deserta e uma vírgula pra eu não saber como é que vai acabar essa história.
sexta-feira, 20 de julho de 2012
Algo sobre cumplicidade
Pode ir sonhando, meu bem, não vou embora
nem que você tente me tirar desse sofá à força. Se não conhecesse o fundo dos
seus olhos mais do que conheço o meu próprio eu até poderia cair nessa sua
ideia de que está tudo bem. Ficarei. Logo, logo você vai ceder e todas essas
lágrimas escorrerão por este rosto branquelo -mistura de sua pele linda e a
palidez que esse desamor trouxe-, e então elas justificarão esse seu pijama
velho e as meias por cima da calça, as canecas sujas de chá que se amontoam
pelo chão e esse filme antigo que chega a grudar pelo resto dos chocolates que
você lambuzou quando o viu pela última, ou últimas vezes.
Vou ficar aqui e
não demorará muito até que você clame por aquele meu discurso de que 'ele não
merece você' que eu já repeti em todos outros amores eternos que você teve.
Como faço agora, segurarei essa sua mão fria e cruzarei os meus pés com o seus
debaixo dessa coberta que não tem uma cor bonita, mas o seu cheiro, que a
compensa. E veremos esse filme juntos. Me perdoe, vou dormir mas acordo assim
que você soluçar pela primeira vez pra te abraçar forte e te lembrar que te
amo.
Se
você preferir, fico aqui até que caias no sono e eu possa ir embora, mesmo que
tarde da noite nesse mais árduo frio. Minha alma trata de esquentar o corpo até
que eu chegue em casa.
Isso
tudo vai passar e eu ajudo a cicatrizar esse seu coração frágil rapidinho, eu
prometo. E depois que eu conseguir colar os pedaços todos e esculpi-lo novo em
folha, estarei a postos pra que você o entregue a alguém e ferre com ele de
novo. Está tudo bem, deve ser difícil ser você, é difícil encontrar um cara que
consiga lhe oferecer igualdade.. você é muito. Deve ser por isso que eu me uni
a você dessa forma e pus em xeque todas essas ideias de amizade completa em
pessoas de sexos opostos.
Enfim,
é melhor eu parar falar porque você nem está ouvindo esses meus devaneios, você
esta mesmo é interessada nesse filme como se ele fosse inédito, com cara de
criança quando espera o resultado de uma mágica. Adoro essa sua cara, minha
amiga, e engraçadinho. Tá, parei. Te amo tá? Vou estar sempre com você. De cá
sua mão, não vou soltá-la.
terça-feira, 17 de julho de 2012
Não tem síntese pra tristeza
A última gota caiu e o copo acabou por transbordar. Seus olhos optaram por acompanhar o excesso de água no copo e tal como a gota, a lágrima escorreu pelo rosto cansado.
A última gota tratou por balançar toda água ali guardada no copo por muito tempo e então, por isso, não foi somente aquela gota que acabou por escorrer pra fora, muitas outras também fizeram graças ao triste acontecimento. As lágrimas fizeram tal qual, muitas extravasaram.
O rosto cansado permitiu dividir com a expressão da tristeza e agora estampam um belo reflexo de solidão. A cara transparece a alma. Translúcida como a água, ou a lágrima.
O menino não aguenta mais ser meio-invisível, ser visto só pelo cumprimento das tarefas e de todas as obrigações que o tornam um garoto de ouro. Parece que todo o ouro que ele sempre devolveu pra todos acabou por faze-los esquecer que se tem um coração lá dentro dele, e ele não é de ouro, é de carne, músculo inervado completamente cheio de incertezas e carência.
Será que se esqueceram de seu interior? Será que todo aquele papo de "que exemplo que ele é" acabou por deixá-lo invisível de tanto não acreditarem que ele podia ser assim?
O menino está saturado disso tudo e ta cansado de sempre fugir pra dentro de si mesmo. Alguém precisa se importar com ele e pegá-lo no colo, ele pode não aguentar isso tudo. Quem há de ser chamado? não há ninguém que o tenha como prioridade.
Será que só eu consigo percebê-lo no meio de toda essa bagunça? Parece que sim.
A última gota tratou por balançar toda água ali guardada no copo por muito tempo e então, por isso, não foi somente aquela gota que acabou por escorrer pra fora, muitas outras também fizeram graças ao triste acontecimento. As lágrimas fizeram tal qual, muitas extravasaram.
O rosto cansado permitiu dividir com a expressão da tristeza e agora estampam um belo reflexo de solidão. A cara transparece a alma. Translúcida como a água, ou a lágrima.
O menino não aguenta mais ser meio-invisível, ser visto só pelo cumprimento das tarefas e de todas as obrigações que o tornam um garoto de ouro. Parece que todo o ouro que ele sempre devolveu pra todos acabou por faze-los esquecer que se tem um coração lá dentro dele, e ele não é de ouro, é de carne, músculo inervado completamente cheio de incertezas e carência.
Será que se esqueceram de seu interior? Será que todo aquele papo de "que exemplo que ele é" acabou por deixá-lo invisível de tanto não acreditarem que ele podia ser assim?
O menino está saturado disso tudo e ta cansado de sempre fugir pra dentro de si mesmo. Alguém precisa se importar com ele e pegá-lo no colo, ele pode não aguentar isso tudo. Quem há de ser chamado? não há ninguém que o tenha como prioridade.
Será que só eu consigo percebê-lo no meio de toda essa bagunça? Parece que sim.
quinta-feira, 5 de julho de 2012
Olhos líquidos
Bato o pé. Cá estou eu andando na veracidade dos meus pensamentos. A estrada de terra trata de me fazer andar quase com os olhos fechados, pois o pó que ergo com a intensidade do passo atraem as pálpebras para o oposto dos olhos. Há tempos não chove
Aqui
e Lá.
Aqui
e Lá.
terça-feira, 3 de julho de 2012
Coautoria
"Seu olhar – vitrine dos meus melhores dias. Fica, eu digo. Me ajuda a matar o tempo até a luz voltar. Fica e come da minha comida. Pelo menos até a chuva acabar de cair. Deu agora na televisão que a cidade está debaixo d’água, mandaram ninguém se mexer. Consegue? Tenta, vai. Empresto uma toalha, uma camiseta G, um par de meias e a minha boca quente. Você já bateu recorde de permanência, de toda maneira. Vamos lá, fica, na minha geladeira tem o resto de um frango de padaria, a gente abre um vinho bom. Juro fazer rolinhos na sua franja até você pegar no sono.
Aí você gasta um de seus preciosos sins e deixa pra depois mais um daqueles seus adeus, que, aliás, tem de sobra na sua bolsa de pano, sempre à mão, para casos de emergência. E eu me pergunto: você vai ficar porque está chovendo, ou está chovendo porque você vai ficar? Tanto faz. Se eu bem te conheço, basta me despedir usando a tática do me-liga-qualquer-coisa. Foi assim, desse jeito, que até hoje nenhum dos seus adeus durou para sempre."
Aí você gasta um de seus preciosos sins e deixa pra depois mais um daqueles seus adeus, que, aliás, tem de sobra na sua bolsa de pano, sempre à mão, para casos de emergência. E eu me pergunto: você vai ficar porque está chovendo, ou está chovendo porque você vai ficar? Tanto faz. Se eu bem te conheço, basta me despedir usando a tática do me-liga-qualquer-coisa. Foi assim, desse jeito, que até hoje nenhum dos seus adeus durou para sempre."
As aspas indicam que as palavras acima não foram bordadas, assim tão lindamente, por mim. Mas acho que vale a pena fazer-me lindo ao compartilha-las, tanto literal quanto sentimentalmente. Desculpe-me, querido autor, mas a partir dessa identificação, me denomino co-autor. E esse título que me dou, ninguém o tira, afinal, só se tem o direito de revogar aquele que o deu, e nesse caso, eu to de boa.
Epitáfio
Olá minha cara,
De seu amor, com o amor de sempre.
Ps: caso não queira, não tenha coragem, não encontre ninguém para fazer isso ou até tente e não consiga, então desista e não o faça. Volte. E me beije lentamente com todo o amor que você ainda guarda por mim nesse seu coração disforme, e então me dê a sua mão quente, e fique ali comigo vendo o sol beijar o mar por um fim de tarde. O endereço está no verso da carta, embaixo do nome do remetente.
Você provavelmente deve estar com aquela sua cara de surpresa (os olhos arregalados como de quando te beijei pela primeira vez, e com o sorriso contido de quando te roubei outro beijo assim que sua mãe virou as costas pra buscar mais sobremesa). A cara de surpresa ainda imprime seu rosto desde quando leu meu nome no remetente. Insano, ainda acredito que seu coração disparou e, como quem está para atravessar a rua, você olhou pra ambos os lados antes de se agachar para apanhar a carta debaixo da porta, e então se levantou com as mãos nas costas e suspirou bem baixinho, como uma velha. Sem paciência, como sempre foi, não esperou pela privacidade e começou a ler a carta aí mesmo, atrás do sofá amarelo. Agora, um pouco mais calma depois dessa minha repentina fraqueza ao falar-te, terminará de ler em seu quarto, sentada sobre a cama, com os pés descalços e uma música qualquer tocando no computador. E então você sorri sem timidez já que ninguém te olha. Ah, sinto falta de seus olhos e o perfume que enfeita seu cheiro.
Enjoada de todos os meus enfeites ao te escrever, quer logo saber o motivo de tal desatino meu. Mas antes de tudo isso, até que eu encontre um verdadeiro motivo para essa minha ousadia, esse meu ímpeto em querer transmitir o recado desse pobre músculo propulsor de sangue que teima em dar voltas em torno de si mesmo a fim de querer tirar todo esse meu amor tonteando-o em infinitas voltas, eu gostaria de dizer que ainda te amo, assim como te amei há alguns mil anos atrás. Te amo por você não ser quem eu amo, e sequer cumprir nenhum quesito dessa minha estúpida lista de qualidades do amor pra sempre. Te amo porque me sinto mais perto da lua quando, chutando lata, volto pra casa sozinho depois de conversas inúteis. Te amo porque é em você que eu busco algo pra pensar quando meus neurônios falham. Te amo porque desconheço-me brutalmente quando me aproximo de você.
Como me é de costume, você já espera o "mas" ou qualquer outra palavra que venha a advertir toda essa confissão patética embriagada de desrazão. E por esperá-la já que lhe é tão comum, estou certo que, aqui neste ponto da carta, você já não levará em conta o que te pedirei. "Afaste-se", "Me esqueça" e suas companhias nunca foram levadas a sério, tampouco isso será diferente hoje. Mas como conheço todas essas minhas tentativas falhas e vãs, hoje proponho algo que, indubitavelmente, funcionará: peço que morra. Sim, vá dessa pra uma melhor, se livre desse mundo. Pau. Pedra. Fim do caminho.
Eu sei que você pode não estar acreditando no que lê, e provavelmente, me julga com palavriados terríveis, devido a esse meu ápice de egoísmo, em sua mente- o maior mistério conhecido por mim até hoje. Mas entenda-me, só assim conseguirei livrar-me desse amor que entrelaça-me dos cabelos a mais profunda víscera e amarra-me a ti, perpetuamente. Vá! me deixe viúvo desse quase amor, impossibilite-me de toda e qualquer possibilidade imbecil que eu possa elaborar antes de dormir. Tire a chance de alimentar a energia propiciadora da funcionalidade dos fios neurais que encapam meu coração e o deixam pronto pra que eu o dê de presente, de bandeja dentro de uma caixa colorida. Morra, e me espere do outro lado da vida pra que eu possa viver essa minha vida, de verdade, e depois vivamos a nossa, em outra encarnação. Morra, dê um jeito, eu te peço, imploro. Me deixe sem luz no fim do túnel. Me deixa.
De seu amor, com o amor de sempre.
Ps: caso não queira, não tenha coragem, não encontre ninguém para fazer isso ou até tente e não consiga, então desista e não o faça. Volte. E me beije lentamente com todo o amor que você ainda guarda por mim nesse seu coração disforme, e então me dê a sua mão quente, e fique ali comigo vendo o sol beijar o mar por um fim de tarde. O endereço está no verso da carta, embaixo do nome do remetente.
segunda-feira, 2 de julho de 2012
lágrima
Eu não sou daqui também marinheiro
Mas eu venho de longe
E ainda do lado de trás da terra além da missão comprida
Vim só dar despedida
Filho de sol poente
Quando teima em passear
desce de sal nos olhos doente da falta de voltar
Filho de sol poente
Quando teima em passear
desce de sal nos olhos doente da falta que sente do mar
Vim só dar despedida
Uma lágrima desce nos olhos ao ouvir Maria Rita
A razão dela pode ficar esquecida antes mesmo de interpretada.
Mas eu venho de longe
E ainda do lado de trás da terra além da missão comprida
Vim só dar despedida
Filho de sol poente
Quando teima em passear
desce de sal nos olhos doente da falta de voltar
Filho de sol poente
Quando teima em passear
desce de sal nos olhos doente da falta que sente do mar
Vim só dar despedida
Uma lágrima desce nos olhos ao ouvir Maria Rita
A razão dela pode ficar esquecida antes mesmo de interpretada.
Hometown Glory
Chegou Julho. Apesar de seu clima nem um pouco agradável e se fazendo explicitamente característico com um frio de cortar toda minha alma, Julho trouxe um sorriso nostálgico que aqueceu o coração.
Prioritariamente, o sentimento é de gratidão pela constância em amizades que se fazem, refazem, renovam e se adequam, apesar de todas as mudanças que a vida tratou de fazer. É ser grato pela sensibilidade de se re-perceber um ao outro e saber manter o laço além de firme, belo como feito há um bom tempo. O calor que cobre a alma ao se visitar amigos de tão longa data é o par perfeito para o clima tão desagradável da estação, e talvez seja por isso que temos férias nessa época do ano, o calendário é sensível a saudade.
A fogueira montada lá no alto serve de baú para depositar todos as dores que a saudade trouxe, todos os questionamentos dos caminhos se ramificarem e nos afastarmos, todos os desgostos por não poder compartilhar tudo pessoalmente, corpo a corpo: abraço. E sobre o olhar de toda a cidade, a fogueira é acesa e todos esses sentimentos são queimados e não se sobram nem as cinzas. O calor da fogueira agora acesa, esquenta.
E com o calor na alma, o frio físico fica de escanteio, deixando espaço pra boas risadas e todos os frutos que belas amizades podem cultivar mesmo sobre condições desfavoráveis. A maneira de se divertir, claro, se adéqua às novas fases de nossas vida, mas os olhares cruzados continuam com a mesma essência.
Com a alma aquecida e a sensação de completude, saudamos, juntos, a Julho.
Welcome back.
Round my hometown memories are fresh
Round my hometown
The peoples I've met are the wonders of my world ♪
sexta-feira, 29 de junho de 2012
simultaneidade
Você pode pensar que meu amor é pequeno e que até não exista mais.
Você pode pensar que eu enlouqueci e te esqueci assim, sem mais.
Você pode parar e pensar, também, que, enfim, alguma razão me veio a mente e então desisti de você, de vez.
Você pode me interpretar como um canalha, talvez.
Você pode, ainda, dizer que meu coração é duro e que uma pedra pulsa aqui em mim.
Você deve se aborrecer sorrindo quando se lembra do nosso beijo.
Você sente raiva porque pareço distante, provavelmente.
Você espera por mim em dias de chuva, insensatamente.
Você me odeia por eu ser, assim, inconstante.
Você me ama, ah, disso não há dúvida.
Você repete, várias vezes, que não me entende.
Você gostaria de muitas respostas.
Você não sabe qual de todos os sentimentos que te afligem podem ser reais.
Você não sabe se tudo são hipóteses insanas.
Pois eu digo que não.
-"Não" o que?
Você sabe que isso já é querer saber demais.
Você pode pensar que eu enlouqueci e te esqueci assim, sem mais.
Você pode parar e pensar, também, que, enfim, alguma razão me veio a mente e então desisti de você, de vez.
Você pode me interpretar como um canalha, talvez.
Você pode, ainda, dizer que meu coração é duro e que uma pedra pulsa aqui em mim.
Você deve se aborrecer sorrindo quando se lembra do nosso beijo.
Você sente raiva porque pareço distante, provavelmente.
Você espera por mim em dias de chuva, insensatamente.
Você me odeia por eu ser, assim, inconstante.
Você me ama, ah, disso não há dúvida.
Você repete, várias vezes, que não me entende.
Você gostaria de muitas respostas.
Você não sabe qual de todos os sentimentos que te afligem podem ser reais.
Você não sabe se tudo são hipóteses insanas.
Pois eu digo que não.
-"Não" o que?
Você sabe que isso já é querer saber demais.
quinta-feira, 28 de junho de 2012
elas passarão, eu passarinho
Quem é que nunca se deitou no chão a fim de contemplar o céu? Ah, as estrelas são sim mágicas e despertam tantas mil afeições, mas, particularmente, eu gosto das nuvens. Prefiro a companhia do sol pra sonhar. O sol ajuda a fazer isso com os olhos atentos.
Dedique-se um dia às nuvens. Abdique-se da segurança de um teto e do conforto de uma cama por um dia, acorde com o sol e permita-se o silêncio. Aprenderás muito com as nuvens. Serás tocado por elas mesmo que distante. Não importa a quantidade delas que ocupem o céu. Não importa seu estado físico. Nuvens são sempre nuvens e sempre dizem algo.
Pode ser que elas sejam raras e estejam esparsas pela imensidão do céu. Geralmente, quando assim, o céu se faz claro e o sol dispensa a timidez. As nuvens, portanto, se encaixam ao clima e se permitem estar leves, e por isso, livres. E então dançam por todo o espaço que lhes é cedido, aproximam-se e distanciam-se da potência do sol a medida que sua liberdade permite: sem exageros. Subordinadas ao astro, elas se alinham a ele fazendo toda a arte coadjuvante responsável pela beleza do espetáculo. E então se pintam com as cores que ele proporciona, do mais alvo tom até o mais roseado dele. Todas sendo explicitamente singulares.
Assim, você aprenderá a fazer da vida o sol e dançar a modo de torná-la bela. E se pintar com suas cores e reconhecer seu potencial. Com as nuvens, você aprenderá a ser leve e livre deixando-se levar pelo vento, e apesar de portar toda liberdade, saber medir-se na aproximação com o sol. Sendo potente, mas são o suficiente pra absorver demais e acabar por se esvair, tampouco se distanciar e terminar fora do cenário. Pelas nuvens, você vai aprender a fazer a beleza da vida, deixando tênue a divisão entre o principal astro e os coadjuvantes e sendo completamente perfeito no local onde está, contribuindo para que a memória de muitos o preserve.
Ou então pode ser que as nuvens, em abundância, estejam a proteger o sol fazendo-o quase não notável. Adequando-se as necessidades, você as verá mui grandes e pesadas, muitas vezes, não poderá definir seus limites. Observará que estarão estáticas e se farão protagonistas da cena. Cheias de carga, esperarão a hora para que possam se aliviar. Suas cores se assimilarão e exibirão tons fortes.
As nuvens são fortes.
Nessa ocasião, você aprenderá a ser protagonista quando a vida parece ter se retirado. Tornando-se forte, você vai ver como armazenar tudo o que for necessário e ter a sabedoria do tempo para quando puder desabar. Você vai aprender a parecer forte estrutura apesar de quase não aguentar tudo que carrega. Você pode até amedrontar e, apesar de tudo, você ainda vai exalar beleza. Você terá a lição de sabedoria do tempo, do clima e segurará as pontas até que a vida volte a ocupar seu espaço. Você será ensinado a ser você, pelas nuvens.
E pode ser ainda que você veja tudo isso ao mesmo tempo. E se portar tamanha sorte, você será presenteado com um arco-íris que.... ah, o arco-íris dispensa metáforas.
Dedique-se um dia às nuvens. Abdique-se da segurança de um teto e do conforto de uma cama por um dia, acorde com o sol e permita-se o silêncio. Aprenderás muito com as nuvens. Serás tocado por elas mesmo que distante. Não importa a quantidade delas que ocupem o céu. Não importa seu estado físico. Nuvens são sempre nuvens e sempre dizem algo.
Pode ser que elas sejam raras e estejam esparsas pela imensidão do céu. Geralmente, quando assim, o céu se faz claro e o sol dispensa a timidez. As nuvens, portanto, se encaixam ao clima e se permitem estar leves, e por isso, livres. E então dançam por todo o espaço que lhes é cedido, aproximam-se e distanciam-se da potência do sol a medida que sua liberdade permite: sem exageros. Subordinadas ao astro, elas se alinham a ele fazendo toda a arte coadjuvante responsável pela beleza do espetáculo. E então se pintam com as cores que ele proporciona, do mais alvo tom até o mais roseado dele. Todas sendo explicitamente singulares.
Assim, você aprenderá a fazer da vida o sol e dançar a modo de torná-la bela. E se pintar com suas cores e reconhecer seu potencial. Com as nuvens, você aprenderá a ser leve e livre deixando-se levar pelo vento, e apesar de portar toda liberdade, saber medir-se na aproximação com o sol. Sendo potente, mas são o suficiente pra absorver demais e acabar por se esvair, tampouco se distanciar e terminar fora do cenário. Pelas nuvens, você vai aprender a fazer a beleza da vida, deixando tênue a divisão entre o principal astro e os coadjuvantes e sendo completamente perfeito no local onde está, contribuindo para que a memória de muitos o preserve.
Ou então pode ser que as nuvens, em abundância, estejam a proteger o sol fazendo-o quase não notável. Adequando-se as necessidades, você as verá mui grandes e pesadas, muitas vezes, não poderá definir seus limites. Observará que estarão estáticas e se farão protagonistas da cena. Cheias de carga, esperarão a hora para que possam se aliviar. Suas cores se assimilarão e exibirão tons fortes.
As nuvens são fortes.
Nessa ocasião, você aprenderá a ser protagonista quando a vida parece ter se retirado. Tornando-se forte, você vai ver como armazenar tudo o que for necessário e ter a sabedoria do tempo para quando puder desabar. Você vai aprender a parecer forte estrutura apesar de quase não aguentar tudo que carrega. Você pode até amedrontar e, apesar de tudo, você ainda vai exalar beleza. Você terá a lição de sabedoria do tempo, do clima e segurará as pontas até que a vida volte a ocupar seu espaço. Você será ensinado a ser você, pelas nuvens.
E pode ser ainda que você veja tudo isso ao mesmo tempo. E se portar tamanha sorte, você será presenteado com um arco-íris que.... ah, o arco-íris dispensa metáforas.
quarta-feira, 27 de junho de 2012
a-mar
Será que você já se sentou no muro que separa o mar da estrada? Será que você já percebeu as pedras que o sustentam? Será que você já dedicou seu dia para ouvir o que elas tem a dizer? Será que você já ouviu o que elas contam sobre o mar?
Talvez você já conheça a dádiva desse costume e, com toda a certeza, o valoriza. Porém, mesmo assim, quero conduzi-la a isso hoje, mesmo estando longe do mar, mesmo não podendo o ver com os olhos físicos. Para isso, hoje, me faço pedra e lhe conto sobre o mar que me faz outro, constantemente.
Minha história como pedra começa sustentando o muro, somente. Firme, estático, forte, importante, essencial. Assim vivia como pedra, cumprindo meu papel: sendo estrutura. Até que um dia a terra baixou, e o mar entrou. E assim o conheci.
Talvez você pense que todo meu amor ao mar se deve ao um encontro quando ele, a noite, trazia a lua sobre a pele, e eu exibia meu perfume do sereno. E então, a partir dessas circunstancias, o romance se torna óbvio e nosso contato um encaixe. Entretanto, assim não foi.
Você muito já deve ter ouvido sobre o mar e sobre tudo que ele é, mas nada é o mar, se você não o sente. Meus primeiros encontros com o mar não foram, de todo, amenos e românticos pois, ele, apesar de forte como eu, é instável e grande e expressivo e veloz. E por toda sua imensidão, muitas vezes, me invadiu, me cobriu, me bateu e me gastou: e como tudo que é diferente, incomodou e me levou a querer evitar.
Até que descobri e pude sentir, agora sem dor, que em todo o processo de me cobrir,e bater e gastar, o mar me esculpia, pouco a pouco, diariamente, e me esculturava, me tornava belo e atraente. E então, assim, eu atraia o sorriso dos outros. Ah, apesar de toda diferença e invasão eu me apaixonei pelo mar, em toda a infinitude que ele me trás. E agora, sendo constantemente esculpido, fiquei mais sensível a todo aquele afeto que ele trazia atras do rústico do seu vir. E então, o contemplo quando ele trás o sol a me acordar, ou quando reflete a lua pra que eu não tema a noite.
Não tenho como comparar o valor de conhecer o mar, mas tento agradecer contando a todos que param um pouco pra me ouvir. O barulho que faço quando o mar bate em mim, todos os dias, todas as horas, é uma comemoração por estar sendo moldado e cuidado por ele, sem nenhum descanso.
Hoje, sou o mar, também. Sou pedra do mar e não me reconheço sem ele. Estou enraizado por ele e ninguém me tira daqui do seu lado. Hoje, sou grato a toda a natureza por esse encontro e parabenizo à ela por essa magia que nos envolveu.
Ao mar, meu eterno amor, e a promessa de estar do seu lado entendendo cada reviravolta, cada onda grande, cada ressaca, cada calmaria inexplicada. Minha parceria e minha estrutura, dedico a ele que me fez novo e mais belo.
Talvez você já conheça a dádiva desse costume e, com toda a certeza, o valoriza. Porém, mesmo assim, quero conduzi-la a isso hoje, mesmo estando longe do mar, mesmo não podendo o ver com os olhos físicos. Para isso, hoje, me faço pedra e lhe conto sobre o mar que me faz outro, constantemente.
Minha história como pedra começa sustentando o muro, somente. Firme, estático, forte, importante, essencial. Assim vivia como pedra, cumprindo meu papel: sendo estrutura. Até que um dia a terra baixou, e o mar entrou. E assim o conheci.
Talvez você pense que todo meu amor ao mar se deve ao um encontro quando ele, a noite, trazia a lua sobre a pele, e eu exibia meu perfume do sereno. E então, a partir dessas circunstancias, o romance se torna óbvio e nosso contato um encaixe. Entretanto, assim não foi.
Você muito já deve ter ouvido sobre o mar e sobre tudo que ele é, mas nada é o mar, se você não o sente. Meus primeiros encontros com o mar não foram, de todo, amenos e românticos pois, ele, apesar de forte como eu, é instável e grande e expressivo e veloz. E por toda sua imensidão, muitas vezes, me invadiu, me cobriu, me bateu e me gastou: e como tudo que é diferente, incomodou e me levou a querer evitar.
Até que descobri e pude sentir, agora sem dor, que em todo o processo de me cobrir,e bater e gastar, o mar me esculpia, pouco a pouco, diariamente, e me esculturava, me tornava belo e atraente. E então, assim, eu atraia o sorriso dos outros. Ah, apesar de toda diferença e invasão eu me apaixonei pelo mar, em toda a infinitude que ele me trás. E agora, sendo constantemente esculpido, fiquei mais sensível a todo aquele afeto que ele trazia atras do rústico do seu vir. E então, o contemplo quando ele trás o sol a me acordar, ou quando reflete a lua pra que eu não tema a noite.
Não tenho como comparar o valor de conhecer o mar, mas tento agradecer contando a todos que param um pouco pra me ouvir. O barulho que faço quando o mar bate em mim, todos os dias, todas as horas, é uma comemoração por estar sendo moldado e cuidado por ele, sem nenhum descanso.
Hoje, sou o mar, também. Sou pedra do mar e não me reconheço sem ele. Estou enraizado por ele e ninguém me tira daqui do seu lado. Hoje, sou grato a toda a natureza por esse encontro e parabenizo à ela por essa magia que nos envolveu.
Ao mar, meu eterno amor, e a promessa de estar do seu lado entendendo cada reviravolta, cada onda grande, cada ressaca, cada calmaria inexplicada. Minha parceria e minha estrutura, dedico a ele que me fez novo e mais belo.
terça-feira, 26 de junho de 2012
aluga-se
eu não acho palavras
então, tento outros meios
eu não tenho outros meios
então uso os meios errados: os meio meios
eu perdi as chaves e não moro mais aqui
acho que preciso de um novo morador
um morador que ame, e guarde firme as chaves
e tranque o amor em casa, pra nunca mais sair.
domingo, 24 de junho de 2012
Eleva a dor
ora quem é que não sabe
o que é se sentir sozinho
mais sozinho que um elevador vazio
achando a vida tão chata
achando a vida mais chata
do que um cantor de soul
o que é se sentir sozinho
mais sozinho que um elevador vazio
achando a vida tão chata
achando a vida mais chata
do que um cantor de soul
Cinza como o céu de estanho
Tá tudo assim nem sei tá tão estranho
A cor dessa estação é cinza como o céu de estanho
Quando um dia enfim findar
Este outono eterno
Quero que você me aqueça
Com a sua coleção de inverno
Zeca Baleiro embalando a noite ♪
A cor dessa estação é cinza como o céu de estanho
Quando um dia enfim findar
Este outono eterno
Quero que você me aqueça
Com a sua coleção de inverno
Zeca Baleiro embalando a noite ♪
So, só
Sábado gelado, pessoas frias e um aperto aqui dentro.
A falta de um alguém pra sentar na cadeira ao lado.
A sensação de estar estacionado quando o tempo urge.
A solidão que ronda, e entristece.
A solidão que ronda, mas não se contenta, e faz uma hora. 1, 2, 3...
A solidão que não vai embora.
A impotência, a invisibilidade, o descontentamento.
A tristeza de estar com os pés presos no barco mas a correnteza não levar.
Um barco preso nas margens.
Um barco que sequer pode voltar.
Esclarecimento de rodapé
Tem uma papo que rola por aí, e eu inclusive acredito fielmente à ele, é que Jesus é o único mediador entre nós e Deus. Tipo: Jesus é o mediador. Ouçam, povo: Jesus! não eu. Esse papo de ficar mediando as coisas é com Jesus, não comigo. Eu não sou Jesus, só pra esclarecer. Então, caso vocês precisem de qualquer mediação pra qualquer relação procure Ele (inclusive ele ta aí 24h). Obrigado.
segunda-feira, 18 de junho de 2012
Amor é síntese
Por favor, não me analise
Não fique procurando cada ponto fraco meu.
Se ninguém resiste a uma análise profunda,
Quanto mais eu...
Ciumento, exigente, inseguro, carente
Todo cheio de marcas que a vida deixou
Vejo em cada grito de exigência
Um pedido de carência, um pedido de amor.
Amor é síntese
É uma integração de dados
Não há que tirar nem pôr
Não me corte em fatias
Ninguém consegue abraçar um pedaço
Me envolva todo em seus braços
E eu serei o perfeito amor.
(Mário Quintana)
bem, deixei ele falar por mim...
Vida, qual a chance?
Há uns dias que tava querendo escrever sobre invisibilidade. Sobre o fato de ser invisível pra vida quando se mergulha demais na idéia de ser levado pelo mar e acabe engolido pela onda, misturando-se a ela e se tornando parte dela, não mais algo pelo qual ela é responsável pra carregar.
Quando parece que você não é nem mais carregado por nada uma vez que você não é. Ou você se limita a ser o que não existe.
Não é drama ou sequer melancolia, o que eu quero mesmo dizer, ou melhor, o que eu sinto é que tem se tornado mais frequente (ou eu tenha percebido isso com mais ocorrência) minha impotência em relação às pessoas, à minha vida, à minha família. Ou que, no máximo, eu to presente como alguém que se senta ao seu lado num ponto de ônibus: ocupa espaço, mas não acrescenta em nada, no máximo, pergunta às horas.
E eu preciso mesmo confessar que eu não gosto desse leve tapa na cara de realidade, primeiro que minha cara é linda e minhas bochechas são rosas e não merecem ficar recebendo isso (qual é a da vida que insiste em fazer isso comigo?) e segundo é que parece cada vez mais frustante a idéia de não alçancar aquilo que eu sempre quis fazer pra mim e pra todo mundo que eu amo de verdade: fazer algo que diferencie e mude e tranquilize. Potencializar.
Ah, vida, já deu de ser invisível né?
Eu queria mesmo é sentir que meu cheiro leve um sorriso no rosto de alguém que me ame, ou uma gargalhada de alguém pensando antes de dormir, ou um tapa no peito de orgulho por saber quem sou, ou um olhar de agradecimento por algo que eu tenha feito, até uma lágrima por eu ter partido. Eu to querendo mesmo é ser uma porta na vida de alguém, porque sem porta nada é tão pessoal.
Eu to querendo ver minha vida de fora, será que rola?
Quando parece que você não é nem mais carregado por nada uma vez que você não é. Ou você se limita a ser o que não existe.
Não é drama ou sequer melancolia, o que eu quero mesmo dizer, ou melhor, o que eu sinto é que tem se tornado mais frequente (ou eu tenha percebido isso com mais ocorrência) minha impotência em relação às pessoas, à minha vida, à minha família. Ou que, no máximo, eu to presente como alguém que se senta ao seu lado num ponto de ônibus: ocupa espaço, mas não acrescenta em nada, no máximo, pergunta às horas.
E eu preciso mesmo confessar que eu não gosto desse leve tapa na cara de realidade, primeiro que minha cara é linda e minhas bochechas são rosas e não merecem ficar recebendo isso (qual é a da vida que insiste em fazer isso comigo?) e segundo é que parece cada vez mais frustante a idéia de não alçancar aquilo que eu sempre quis fazer pra mim e pra todo mundo que eu amo de verdade: fazer algo que diferencie e mude e tranquilize. Potencializar.
Ah, vida, já deu de ser invisível né?
Eu queria mesmo é sentir que meu cheiro leve um sorriso no rosto de alguém que me ame, ou uma gargalhada de alguém pensando antes de dormir, ou um tapa no peito de orgulho por saber quem sou, ou um olhar de agradecimento por algo que eu tenha feito, até uma lágrima por eu ter partido. Eu to querendo mesmo é ser uma porta na vida de alguém, porque sem porta nada é tão pessoal.
Eu to querendo ver minha vida de fora, será que rola?
sexta-feira, 15 de junho de 2012
a sombra da lampada. o escuro artificial.
a textura da blusa e o frio matinal.
os olhos entreabertos, o resmungo desgraçado.
a escova de dentes escovando o passado.
a preguiça no sofá,
a lembrança de você,
o sol escondido na serra que da janela me vê.
o eu escondido aonde não sei me ser.
o almoço cosido, uma solidão bem passada,
o amargo da limonada, uma cara erê.
a limpeza da casa,
casa limpa e vazia,
e um espaço sobrando pra alguém se sentar.
a faxina bem feita
a proposital sujeira escondida no tapete,
o retrato na parede pra não ausência completa.
a faxina mal feita.
o coração feito.
o coração não adjetivado, bombeando incerteza.
a incostância na voz refletindo a dúvida.
sorriso do silêncio quando se conclue nada,
a timidez da graça de ser bobo.
a gargalhada altruísta
e o bom elogio a quem me condiz.
o futuro planejado imaginado no acaso,
a preposição que faz diferença dentro da gente.
estar "in" mas não estar
dentro de mim mas não infeliz.
as palavras jogadas como se fisesse sentido,
o sentido perdido que falta nao faz,
o chiado na orelha que apetece e esquenta,
o calor da insconstância que desorienta,
o norte esvaído sem sequer se importar.
a trilha seguida pelo mato alto.
os castelos erguidos seguindo a correnteza escontando nas beiras sem pressa.
a folha que cai e o rio que leva.
ah, frio da noite e o vento da alma.
a fogueira que aquece mas não incendeia,
a falta que faz o que não sei se existe
a incompletude inexplicada.
o bom cobertor e o veludo da alma.
a camursa no peito que arrepia.
os olhos fechados e as lembranças perdidas...
a barreira liberada pra desejar.
a textura da blusa e o frio matinal.
os olhos entreabertos, o resmungo desgraçado.
a escova de dentes escovando o passado.
a preguiça no sofá,
a lembrança de você,
o sol escondido na serra que da janela me vê.
o eu escondido aonde não sei me ser.
o almoço cosido, uma solidão bem passada,
o amargo da limonada, uma cara erê.
a limpeza da casa,
casa limpa e vazia,
e um espaço sobrando pra alguém se sentar.
a faxina bem feita
a proposital sujeira escondida no tapete,
o retrato na parede pra não ausência completa.
a faxina mal feita.
o coração feito.
o coração não adjetivado, bombeando incerteza.
a incostância na voz refletindo a dúvida.
sorriso do silêncio quando se conclue nada,
a timidez da graça de ser bobo.
a gargalhada altruísta
e o bom elogio a quem me condiz.
o futuro planejado imaginado no acaso,
a preposição que faz diferença dentro da gente.
estar "in" mas não estar
dentro de mim mas não infeliz.
as palavras jogadas como se fisesse sentido,
o sentido perdido que falta nao faz,
o chiado na orelha que apetece e esquenta,
o calor da insconstância que desorienta,
o norte esvaído sem sequer se importar.
a trilha seguida pelo mato alto.
os castelos erguidos seguindo a correnteza escontando nas beiras sem pressa.
a folha que cai e o rio que leva.
ah, frio da noite e o vento da alma.
a fogueira que aquece mas não incendeia,
a falta que faz o que não sei se existe
a incompletude inexplicada.
o bom cobertor e o veludo da alma.
a camursa no peito que arrepia.
os olhos fechados e as lembranças perdidas...
a barreira liberada pra desejar.
segunda-feira, 11 de junho de 2012
o há de estar reservado pra um futuro tão premeditado?
Pois eu acho que a vida da gente é um ninho que a gente mesmo que faz, claro que, muitas vezes, cada palhazinha que o compõe não é a gente que encontra sozinho. Muitas delas, são, inclusive, passada de bico a bico. Algumas vezes como num beijo apaixonado, outras cheias de atrito deixando feridas, outras, ainda, nem encostar bico a bico. Ainda tem aquelas que a brisa trás sozinha e se encaixa lá, sem precisar de nenhum esforço nosso.
O fato é que por mais aconchegante que o ninho esteja, e, de fato, seja capaz de ser o melhor lugar do mundo por toda a estrada que se consegue ver, o horizonte, o qual misterioso como sempre, trata de enviar o vento pra intimidar. E o vento sempre intimida, incomoda, arrepia, contrai, condensa, enfraquece, e doi. E desmonta, desconstroi. Ah, o vento espalhas as palhas.... espalhas as palhas todas. E tem palha que é colorida, ou que tem um cheiro especial, ou tem um conforto anormal, ou um sorriso sem igual. E um apego especial prende as asas, e corta o voo e abaixa as palpebras e resta-se o escuro sombrio.
E sobra-se o pássaro, sem ninho, sozinho, com frio e com medo de um futuro antes certo e aconchegante... mas que o vento levou e espalhou por aí....sabe-se lá por onde.
urgência
e se eu disser que o sol se foi? e, as vezes, volta, mas discreto.
e se eu disser que gosto de nublados? mas ainda sim sinto sua falta?
e se eu disser que sinto frio? e que o frio ta doendo, ta rachando, ta secando, ta presente.
só sei que não sei o que preciso. e que alguém, provavelmente apagou a luz.
estou cego e ando a passos largos e firmes, com fé no escuro.
curto o escuro mesmo que esteja doendo a falta de perspectiva.
e também encontro-me surdo, porque não ouço nem mais o silêncio, este que estava tão meu amigo.
e sinto urgência de algo, que ainda não sei o quê é.
e minha urgência é urgente.
deveria eu pedir ajuda.... mas estou surdo, cego.
só entenderia se apalpasse.
e se eu disser que gosto de nublados? mas ainda sim sinto sua falta?
e se eu disser que sinto frio? e que o frio ta doendo, ta rachando, ta secando, ta presente.
só sei que não sei o que preciso. e que alguém, provavelmente apagou a luz.
estou cego e ando a passos largos e firmes, com fé no escuro.
curto o escuro mesmo que esteja doendo a falta de perspectiva.
e também encontro-me surdo, porque não ouço nem mais o silêncio, este que estava tão meu amigo.
e sinto urgência de algo, que ainda não sei o quê é.
e minha urgência é urgente.
deveria eu pedir ajuda.... mas estou surdo, cego.
só entenderia se apalpasse.
quarta-feira, 6 de junho de 2012
quinta-feira, 31 de maio de 2012
permissão
então eu me permito fazer todas as coisas que eu não gosto de fazer ou não gosto que me façam.
me permito acordar cedo na quinta-feira. me permito andar sem rumo pela rua. me permito observar velhinhos na praça. me permito não pentear o cabelo de manhã. me permito não tomar um café saudável. me permito não me preocupar com o dia. me permito não fazer contas nem sorrir pra desconhecidos. me permito ser difícil e ainda rir sozinho. me permito ouvir música chata e escrever nada com nada.
me permito, ainda, não sentir saudade. me permito estar muito bem: longe. me permito não entrar em contato nem fazer questão. me permito ser eu com uma coberta até o queixo, vestindo uma meia só porque perdi a outra. me permito estar com somente um pé gelado e não achar ruim. sempre gostei de extremos (quase sempre), um pé quente o outro gelado é extremo, acho legal assim.
me permito ate, gostar de não sentir saudades. gostar de estar bem sozinho. de não sentir a ausência do mar, nem reclamar do gelado da manhã. me permito não reclamar de nada nem fazer o mínimo esforço pra mudar algo que não esteja confortável.
me permito ser eu, assim, quietinho, com uma lágrima nos olhos. uma só que escorre no rosto até o corpo se incomodar e, como num reflexo, a mão tratar de limpá-la e a calça de consevá-la. me permito não me importar sobre a causa que a remete. me permito não saber nem sequer querer. me permito para de escrever porque...
acho que deixei claro que não sou muito fã de porquês...
me permito acordar cedo na quinta-feira. me permito andar sem rumo pela rua. me permito observar velhinhos na praça. me permito não pentear o cabelo de manhã. me permito não tomar um café saudável. me permito não me preocupar com o dia. me permito não fazer contas nem sorrir pra desconhecidos. me permito ser difícil e ainda rir sozinho. me permito ouvir música chata e escrever nada com nada.
me permito, ainda, não sentir saudade. me permito estar muito bem: longe. me permito não entrar em contato nem fazer questão. me permito ser eu com uma coberta até o queixo, vestindo uma meia só porque perdi a outra. me permito estar com somente um pé gelado e não achar ruim. sempre gostei de extremos (quase sempre), um pé quente o outro gelado é extremo, acho legal assim.
me permito ate, gostar de não sentir saudades. gostar de estar bem sozinho. de não sentir a ausência do mar, nem reclamar do gelado da manhã. me permito não reclamar de nada nem fazer o mínimo esforço pra mudar algo que não esteja confortável.
me permito ser eu, assim, quietinho, com uma lágrima nos olhos. uma só que escorre no rosto até o corpo se incomodar e, como num reflexo, a mão tratar de limpá-la e a calça de consevá-la. me permito não me importar sobre a causa que a remete. me permito não saber nem sequer querer. me permito para de escrever porque...
acho que deixei claro que não sou muito fã de porquês...
sábado, 5 de maio de 2012
ta boa demais a vida.
mas ta foda.
nao tenho escrito muito por aqui porque parece que eu chego, olho, e não sai. não tem saído nada de mim, ultimamente. porque esse negócio de escrever é para esclarecer, e esclarecer é difícil. e fazer um esforço é mor complexo porque ta foda a vida.
e to com saudades do mar, que ta tão perto mas tão longe. que tá lá, tão forte... e eu aqui, fraco. sinto inveja do mar e sua magnitude, sinto raiva de mim por não absorvê-lo há tempos.
mas estou encontrado, me sinto aconchegado, me sinto bem demais com meus amigos. tô feliz porque to numa fase muito boa e to conseguindo conciliar eu de dentro e de fora melhor do que nunca. to decepcionado com algumas coisinhas e to pensando coisas que ainda não tenho coragem de contar pra ninguém (e eu não to gostando disso, produção).
enfim, to cheio de coisas pra decidir e ta foda. não quero decidir, ai cu. não estou me sentindo sensível pra sacar algumas coisas nem preparado pra encarar outras, dai ta foda.
to com saudade.
saudade mesmo.
to com saudade de segurança.
mas ta foda.
nao tenho escrito muito por aqui porque parece que eu chego, olho, e não sai. não tem saído nada de mim, ultimamente. porque esse negócio de escrever é para esclarecer, e esclarecer é difícil. e fazer um esforço é mor complexo porque ta foda a vida.
e to com saudades do mar, que ta tão perto mas tão longe. que tá lá, tão forte... e eu aqui, fraco. sinto inveja do mar e sua magnitude, sinto raiva de mim por não absorvê-lo há tempos.
mas estou encontrado, me sinto aconchegado, me sinto bem demais com meus amigos. tô feliz porque to numa fase muito boa e to conseguindo conciliar eu de dentro e de fora melhor do que nunca. to decepcionado com algumas coisinhas e to pensando coisas que ainda não tenho coragem de contar pra ninguém (e eu não to gostando disso, produção).
enfim, to cheio de coisas pra decidir e ta foda. não quero decidir, ai cu. não estou me sentindo sensível pra sacar algumas coisas nem preparado pra encarar outras, dai ta foda.
to com saudade.
saudade mesmo.
to com saudade de segurança.
sábado, 21 de abril de 2012
domingo, 8 de abril de 2012
eu teria tanta coisa pra dizer sobre as minas gerais e o lar e meus pais e irmãos e felicidade plena e tudo isso, mas o que eu quero é que agradecer por tudo isso e também por ter amigos tão maravilhosos. Hoje foi aquela matação de saudade com a Jaq, e muita coisa pra contar, confessar, partilhar, e ouvir.. eu nao consigo mensurar o quanto isso me faz bem e o quanto ela me conhece a ponto de me entender quando nem eu mesmo consigo. e a cada dia que passa, surpreendentemente eu percebo o quanto Deus a colocou na minha vida e o quanto Ele a usa quando é preciso. A Ele toda honra!
Obrigado Deus, por ser tão fiel a mim e tão maravilhoso na minha vida!
Obrigado Deus, por ser tão fiel a mim e tão maravilhoso na minha vida!
"Eu quero em Teus braços me lançar
Em meio a tempestade Te adorar,
Sobre as Tuas asas me deitar...
Descansar... Repousar... Confiar...
Pra Sempre e sempre!"
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