sábado, 1 de março de 2014

Terminaram

Disseram que brigaram. Ouvi sussurros aqui na rua, não sei bem se é verdade. Uma briga feia, sem previsão de reatarem. Pensei: pobre garoto, bem se vê que não estava feliz. Passeou, dançou, tentou equilibrar na guia. Os olhos pareciam pequenos quando abordava o assunto, o sorriso era de canto quando andavam de mãos dadas. Parece que se estranharam e ele abriu a boca, disse coisas amontoadas, enroladas e sem desrazão, ouviu o que não queria por isso. Ouviu umas palavras sem amor.
Enfim, amigos ouviram ele chorar ao telefone, e vizinhos sabem contar direito como foi a discussão. Dizem que ainda está sentado na calçada, os olhos ainda inchados e resmunga. Pergunta o porquê aos velhos que passam pela rua, pela esquina das suas lamentações. Tenta encontrar uma estória escrita por trás dos contratempos que a vida lhe empurra guela à baixo. Ah, penso eu que é pobre garoto.
Ninguém na vida merece brigar com o tempo, sem previsão de reatarem. A vida fica uma confusão quando não se pode conversar, alinhar e namorar o tempo.

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