segunda-feira, 8 de outubro de 2012

RENOVAÇÃO

Hoje, 07 de outubro, eu acordei assustado, resultado da angústia da noite dormida. Tomei um banho como que pra espantar  o calafrio. Vi, revi e revivi momentos enquanto observava a praça cheia de pessoas com um assunto em comum. Senti vergonha alheia por uns papéis assumidos, e me orgulhei de outros muito bem exibidos. Senti o coração fora do peito, tremi as mãos como nunca antes e me inquietei a tarde toda, perambulando por palpites do processo da eleição. Tentei disfarçar, ao máximo, com assuntos bobos e sorrisos amarelos. Lá pelas quatro da tarde, reuni minha família e voltamos pra casa: esperaríamos o resultado em casa, pra tentar manter a segurança. E assim fizemos. Cada qual com sua ansiedade, cada qual com seus palpites.
Então, recebemos a notícia da vitória, e juntos, os cinco, ficamos por alguns minutos forçando-nos a acreditar que aquilo realmente estava acontecendo. Como um filme tudo passou diante dos meus olhos e não havia espaço pra que eu coubesse dentro de mim, naquele instante.Voltamos, portanto, à praça.
Hoje, quando eu parei por alguns segundos pra tentar entender aquilo que eu via e sentia, eu só pensava: "Valeu a pena"
Valeu a pena cada voto conquistado, cada coração revoltado, cada garra por honestidade.
Valeu a pena não ter medido palavras e ter escancarado as falcatruas.
Valeu a pena denunciar sem exitar, sem pensar duas vezes, sem sentir medo.
Valeu a pena não se deixar ser oprimido, nem se vender por emprego cabide, ou meros 50 reais na calada na noite.
Valeu a pena aguentar as ameaças explícitas e também aquelas por olhares, todos os dias.
Valeu a pena engolir quieto os foguetes que gente sem caráter soltou dentro da minha casa, no chamado 'comício da vitória' (me permita rir constantemente nesse momento).
Valeu a pena fingir que não eram pra mim as indiretas incessantes que postavam no facebook.
Valeu a pena cada dia de perseguição que nós sofremos.
Valeu a pena cada ato de ignorar pelos textos que me difamavam sem escrúpulo.
Valeu a pena, ainda, ter tido que pedir desculpa por não estar errado, mas pra preservar a convivência.
Ah, como valeu a pena

Como valeu a pena sentir o grito de liberdade do povo, ter a sensação de que não havia mais opressão,  não havia mais de quem fugir pra se manter seguro, e além de tudo isso, ver que as coisas iriam progredir daqui pra frente, que o povo não é mais cego e que, ao contrário do que muitos achavam, candidato não é deus. Pelo contrário: é corrupto e isso tava acabando. Como valeu a pena perder a voz pra gritar vitória.

Além de tudo, conseguir dizer aquele TCHAU mais gostoso pra toda a corja puxa-saco. Aos Josés da Silva. Adeus a você que trabalha na educação sem diploma e sem gramática. Adeus a você que pensa que manda no patrimônio cultural. Adeus a você, que mamava dinheiro público por nota fria. Adeus a você, que pseudo trabalha. Adeus a você que sequer sabe o cargo além de puxa-saco. Adeus a você que perdeu as estribeiras e difamou difamou e ofendeu: em vão. Adeus aos seus futuros prometidos empregos garantidos. Aquele adeus especial pra candidatazinha metida que não se reelegeu. Adeus a vocês, Cabides todos! Todos que tem emprego de favor, que usurparam os cargos de quem passou em concurso público e não pode assumir o cargo porque o antigo prefeito (como é bom dizer 'antigo') dizia que regia suas próprias leis. Tchau! Ah, no mínimo quatro anos sem vocês todos. Raxa fora!
Como é bom calar a boca daqueles que humilharam sem estribeira, que esfregaram 2000 votos de vantagem. Que diziam que nosso barco tava afundando, que falavam em desespero. Que tentavam se justificar atacando fatores pessoais. Hora do silêncio pra vocês.

A partir de hoje dormimos com o coração lavado na certeza que a próxima a ser lavada são as contas corruptas da prefeitura. O povo só ganha a partir de agora! Vitória. Parabéns a todos que fizeram dessa campanha exemplo e que souberam esperar a nossa hora. "A abelha fazendo o mel vale o tempo que não voou."

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